Zambelli sobe o tom e destrói acusação de Moraes em novo inquérito


A deputada federal Carla Zambelli voltou a se tornar alvo de polêmica ao ser incluída como suspeita em um inquérito que investiga o vazamento de mensagens de assessores do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação, conhecida como 'Vaza Toga', tem como foco a divulgação de conversas privadas que expuseram detalhes sensíveis sobre operações e investigações conduzidas pelo gabinete de Moraes. A inclusão de Zambelli na lista de suspeitos gerou uma resposta imediata e enérgica da parlamentar, que classificou a ação como mais um episódio de perseguição política.


Carla Zambelli, que é conhecida por seu apoio incondicional ao ex-presidente Jair Bolsonaro e por suas críticas frequentes ao STF, negou qualquer envolvimento no vazamento das informações. Ela afirmou que não tem qualquer ligação com os envolvidos no caso e que desconhece qualquer operação relacionada ao episódio. Em sua declaração, Zambelli subiu o tom ao enfatizar que já é alvo de dez inquéritos, nenhum deles por corrupção ou lavagem de dinheiro, mas todos, segundo ela, motivados por perseguição política.


A deputada destacou que os inquéritos contra ela são atos de violência política, com o objetivo de excluí-la do espaço político, conforme previsto na lei 14.192/21, que trata do combate à violência política contra as mulheres. Para Zambelli, a inclusão de seu nome no inquérito 'Vaza Toga' é mais uma tentativa de minar sua atuação parlamentar e de prejudicá-la politicamente. Ela lamentou que seu nome tenha sido mencionado sem qualquer fundamento nas investigações e reafirmou seu compromisso com a transparência e a legalidade em seu trabalho.


Zambelli também criticou o que considera ser uma divulgação irresponsável de informações falsas, afirmando que aqueles que tentam vinculá-la ao caso têm o único intuito de prejudicá-la e expô-la de forma negativa. Ela ressaltou que tem mantido o foco exclusivamente em suas funções parlamentares, abstendo-se de envolvimento em polêmicas ou em fatos que não têm relação com seu mandato, especialmente aqueles que são de responsabilidade do Senado.


O inquérito do 'Vaza Toga', aberto e conduzido pelo próprio Alexandre de Moraes, levanta questões sobre a imparcialidade e a independência das investigações. Críticos apontam para um possível conflito de interesses, dado que Moraes é parte interessada no caso. A situação tem gerado ainda mais tensão nas já delicadas relações entre o Legislativo e o Judiciário, com Zambelli se posicionando como uma das vozes mais críticas às ações do STF.


No Congresso Nacional, aliados de Zambelli começam a se mobilizar em sua defesa, considerando a possibilidade de contestar a inclusão da deputada no inquérito. Há discussões sobre a possibilidade de levar o caso ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, na tentativa de proteger a parlamentar do que seus apoiadores consideram ser uma manobra para enfraquecer sua atuação política.


A resposta de Zambelli ao inquérito do 'Vaza Toga' evidencia a escalada das disputas entre os poderes da República. O embate entre a deputada e o ministro Moraes não é novo, mas este caso específico parece ter elevado as tensões a um novo patamar. Zambelli já havia criticado publicamente decisões de Moraes em outras ocasiões, acusando-o de agir com motivações políticas, mas a inclusão de seu nome em um inquérito conduzido pelo próprio ministro, segundo ela, ultrapassa os limites do aceitável.


Este episódio também lança luz sobre a forma como o STF tem conduzido investigações que envolvem figuras políticas proeminentes. A atuação de Moraes, em particular, tem sido alvo de intensas críticas por parte de parlamentares e figuras públicas que acusam o ministro de agir de forma parcial e de utilizar seu cargo para perseguir adversários políticos.


Com as eleições se aproximando e a temperatura política em alta, o caso do 'Vaza Toga' promete ser um dos temas centrais do debate público nas próximas semanas. A inclusão de Zambelli no inquérito pode ter desdobramentos significativos, tanto para a carreira política da deputada quanto para as relações entre os diferentes poderes do país. A deputada, por sua vez, parece disposta a enfrentar mais essa batalha, reafirmando seu compromisso com a luta contra o que considera ser uma tentativa sistemática de calar sua voz no cenário político brasileiro.

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