No dia 7 de setembro de 2024, um incidente inusitado marcou o fim de um evento na Avenida Paulista. Pablo Marçal (PRTB), candidato à prefeitura de São Paulo, foi barrado ao tentar subir no trio elétrico após o encerramento de uma manifestação, desencadeando uma onda de críticas e debates nas redes sociais. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi rápido em emitir uma nota oficial para esclarecer o ocorrido, justificando as razões pelas quais Marçal foi impedido de participar do evento naquele momento.
De acordo com Bolsonaro, todos os candidatos à prefeitura de São Paulo foram convidados a comparecer à manifestação, que teve como pautas principais a liberdade, a anistia e o equilíbrio entre os Três Poderes. Bolsonaro elogiou a postura de Ricardo Nunes (MDB) e Maria Helena (Novo), que estiveram presentes durante todo o evento, destacando sua "conduta exemplar e respeitosa". A atitude de Marçal, no entanto, foi tratada como uma tentativa de tirar proveito político ao final do ato.
O evento na Avenida Paulista, tradicional palco de manifestações políticas e sociais, reuniu milhares de pessoas no Dia da Independência. Com a presença de diversas lideranças políticas e civis, o ato teve como foco a defesa da liberdade e a crítica ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Bolsonaro, que liderou a manifestação, fez um discurso exaltando a importância da unidade nacional e da resistência às tentativas de cercear as liberdades individuais.
Entretanto, ao fim do evento, Pablo Marçal, recém-chegado de uma viagem internacional, tentou subir no trio elétrico, sendo impedido por seguranças. A situação rapidamente ganhou repercussão, com Marçal afirmando ter sido convidado pelo próprio Bolsonaro para participar da manifestação. No entanto, a tentativa de Marçal de se juntar ao evento após seu encerramento foi vista de forma negativa pela equipe do ex-presidente.
Bolsonaro utilizou suas redes sociais para esclarecer o incidente. Segundo ele, o ato já havia terminado, e a tentativa de Marçal de subir no trio elétrico foi considerada inadequada, uma vez que ele chegou tarde e o evento já havia sido encerrado. "Ele queria fazer palanque às custas do trabalho e risco dos outros", afirmou Bolsonaro na nota oficial.
Bolsonaro foi claro ao destacar que o comportamento de Marçal foi diferente dos demais candidatos presentes, como Ricardo Nunes e Maria Helena, que participaram ativamente desde o início do evento. Para Bolsonaro, o fato de Marçal ter chegado ao final do ato e ainda assim ter tentado subir no trio elétrico para saudar o público demonstrou uma falta de consideração com o propósito da manifestação.
O ex-presidente também mencionou que a postura dos outros candidatos foi "respeitosa" e "à altura das pautas defendidas", destacando a importância de manter a seriedade em eventos políticos dessa magnitude. “Não é justo que alguém chegue no fim do evento e tente se beneficiar de um ato já finalizado”, enfatizou Bolsonaro.
Essa declaração foi rapidamente compartilhada nas redes sociais, gerando reações mistas. Enquanto alguns apoiadores de Bolsonaro concordaram com a postura de barrar Marçal, outros viram a situação como uma forma de impedir a participação de um possível adversário político nas próximas eleições municipais de São Paulo.
Por outro lado, Pablo Marçal também utilizou suas redes sociais para se manifestar sobre o ocorrido. O candidato à prefeitura de São Paulo afirmou que foi surpreendido ao ser impedido de subir no trio elétrico, especialmente após ter sido convidado a participar do evento. Marçal, que recentemente tem se destacado por sua postura crítica tanto ao governo Lula quanto à gestão do prefeito Ricardo Nunes, argumentou que sua intenção era apenas saudar o público e reforçar seu compromisso com as pautas defendidas na manifestação.
Marçal declarou que sua tentativa de participar do ato foi mal interpretada e que ele não tinha intenção de tirar proveito político da situação. "Eu fui até lá para apoiar as pautas de liberdade que o ex-presidente defende. Não esperava ser barrado dessa forma", afirmou.
Apesar disso, a situação gerou uma divisão entre os apoiadores de ambos os políticos. Enquanto os seguidores de Bolsonaro viram o incidente como uma tentativa de Marçal de "furar o bloqueio", os apoiadores de Marçal acusaram a equipe do ex-presidente de tentar marginalizar o candidato para evitar que ele ganhe visibilidade na disputa eleitoral.
O incidente entre Bolsonaro e Marçal trouxe à tona um debate sobre os limites da participação em manifestações políticas. Para alguns, o fato de Marçal ter tentado subir no trio elétrico após o encerramento do evento foi interpretado como uma busca por visibilidade indevida, enquanto outros argumentam que, em eventos públicos, todos os candidatos deveriam ter o direito de participar.
Essa discussão também levantou questões sobre o papel das lideranças políticas em manifestações. A organização de eventos como o da Avenida Paulista requer planejamento e uma clara definição de protocolos para evitar confusões e incidentes como o ocorrido com Pablo Marçal. Para os críticos de Bolsonaro, o fato de Marçal ter sido barrado revela uma tentativa de controlar o espaço de participação política em eventos públicos.
Apesar do incidente, Bolsonaro fez questão de parabenizar os participantes da manifestação, destacando a importância dos atos em defesa da liberdade. Ele afirmou que o evento foi pacífico e contou com a presença de milhares de apoiadores que, segundo ele, "lutam por um Brasil livre e democrático". Bolsonaro também aproveitou para criticar o governo Lula, apontando que as manifestações de 7 de setembro são um reflexo da insatisfação popular com a atual gestão.
A nota oficial de Bolsonaro encerra reiterando o compromisso com as pautas de liberdade e anistia, que têm sido bandeiras recorrentes de seu movimento político desde o final de seu mandato presidencial.
O incidente envolvendo Pablo Marçal e Jair Bolsonaro na Avenida Paulista trouxe à tona questões importantes sobre a organização de eventos políticos e os limites da participação de candidatos em manifestações públicas. Enquanto Bolsonaro justificou o impedimento de Marçal com base no encerramento do ato, o candidato à prefeitura de São Paulo defendeu que sua intenção era apenas reforçar o apoio às pautas discutidas na manifestação. O desdobramento desse episódio ainda pode influenciar a disputa eleitoral em São Paulo, especialmente no que diz respeito à visibilidade e posicionamento dos candidatos frente ao eleitorado conservador.