Em frente a multidão, Nikolas detona Pacheco e o chama de "covarde"


Na tarde deste domingo, 29 de setembro, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) fez duras críticas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), durante um ato na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. O parlamentar utilizou seu discurso para expressar indignação com a atuação de Pacheco, acusando-o de omissão por não pautar o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.


A crítica a Rodrigo Pacheco: "covardia" e "frouxidão" no Senado


Nikolas Ferreira não poupou palavras para descrever sua insatisfação com o senador mineiro, eleito em 2018 ao lado de Carlos Viana. Durante o ato, que atraiu uma multidão de apoiadores, o parlamentar afirmou que muitos eleitores de Minas Gerais votaram em Pacheco como uma escolha de "menos pior", o que, para ele, se mostrou um erro.


“Tancredo Neves dizia que o primeiro compromisso de Minas é com a liberdade, e infelizmente, ao longo do tempo, nós mineiros ficamos muito confortáveis, esquecemos de lutar. Deixamos de lado nossa coragem por conta de picaretas que foram eleitos às nossas custas por conta de um voto do menos pior", disse Nikolas. O deputado afirmou que a atual situação política reflete a falta de ousadia dos representantes eleitos e atacou diretamente o presidente do Senado.


Nikolas ainda afirmou que preferiria que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) fosse eleita ao Senado em 2018, ao invés de Pacheco. "Todo mundo aqui votou em outros candidatos a senadores para não eleger a Dilma. Só que eu preferiria a Dilma, pelo menos ela ia fazer a gente rir", declarou, provocando risos da plateia. "Porque o pior tipo de homem que pode ter nessa terra é o covarde do Pacheco. Eu duvido que ele consiga andar em paz nas ruas de Belo Horizonte", completou.


O impeachment de Alexandre de Moraes: uma questão central


O ponto central das críticas de Nikolas Ferreira foi a postura de Rodrigo Pacheco em relação ao impeachment do ministro Alexandre de Moraes, uma pauta defendida por setores mais conservadores e críticos ao STF. Para Ferreira, Pacheco tem demonstrado fraqueza ao não levar adiante o processo de impeachment do ministro.


"É inacreditável que um mineiro como Rodrigo Pacheco poderia fazer história em 200 anos e pautar o impeachment de Alexandre de Moraes, mas foi um frouxo", disparou Nikolas, enquanto a multidão respondia com aplausos e gritos de apoio.


Essa não é a primeira vez que Nikolas Ferreira critica abertamente Pacheco. Nos últimos meses, o deputado tem utilizado suas redes sociais e aparições públicas para questionar a atuação do presidente do Senado em relação às demandas do campo conservador, especialmente no que diz respeito ao Supremo Tribunal Federal e suas decisões envolvendo a liberdade de expressão e a atuação de políticos de direita.


Contexto político: embate entre Executivo, Legislativo e Judiciário


A tensão entre membros do Congresso e o Supremo Tribunal Federal tem se intensificado nos últimos anos, especialmente após as investigações relacionadas ao inquérito das fake news e atos antidemocráticos, conduzidas por ministros do STF, incluindo Alexandre de Moraes. Para figuras como Nikolas Ferreira, o STF estaria extrapolando suas funções ao interferir em questões que, segundo eles, deveriam ser resolvidas no âmbito político.


Rodrigo Pacheco, como presidente do Senado, tem o poder de pautar o processo de impeachment de ministros do STF, um mecanismo que é previsto pela Constituição Federal, mas que raramente é utilizado. A omissão de Pacheco em relação a essa demanda tem gerado descontentamento entre setores mais alinhados à direita e que apoiam uma maior confrontação entre os poderes.


A escolha de Pacheco em 2018 e as críticas ao voto "menos pior"


A eleição de Rodrigo Pacheco ao Senado em 2018 ocorreu em um momento de grande polarização política no Brasil. Candidatos como Pacheco e Carlos Viana foram eleitos em Minas Gerais em meio a um contexto de rejeição ao Partido dos Trabalhadores (PT) e a ex-presidente Dilma Rousseff, que também concorria a uma cadeira no Senado naquele ano.


Para Nikolas Ferreira, no entanto, o voto "menos pior" acabou resultando em uma liderança que, na visão dele, não correspondeu às expectativas dos eleitores mineiros. O deputado ressaltou em seu discurso que a falta de coragem de Pacheco em liderar um movimento de impeachment contra Alexandre de Moraes é um reflexo dessa escolha equivocada.


"Muita gente votou no Pacheco por ser o menos pior, mas olha o que aconteceu. Estamos agora nas mãos de alguém que não tem coragem de enfrentar o STF e pautar o impeachment do Alexandre de Moraes", criticou Nikolas, sendo ovacionado pelo público.


Nikolas Ferreira: um defensor de pautas conservadoras


Com apenas 27 anos, Nikolas Ferreira é uma das vozes mais ativas no cenário político brasileiro em defesa de pautas conservadoras. Ele ganhou notoriedade como vereador em Belo Horizonte e, em 2022, foi eleito deputado federal por Minas Gerais com a maior votação da história do estado. Suas críticas ao STF, em especial ao ministro Alexandre de Moraes, são recorrentes, e ele tem se destacado como uma das principais lideranças jovens da direita brasileira.


Além de criticar Pacheco, Nikolas também tem defendido uma agenda voltada para a proteção da liberdade de expressão, acusando o Supremo Tribunal Federal de censura em suas decisões recentes. Para ele, a atuação de Alexandre de Moraes à frente dos inquéritos que investigam fake news e atos antidemocráticos é uma afronta à democracia.


"Não podemos aceitar que um ministro do STF tenha tanto poder e não seja responsabilizado por seus atos. O Senado tem o dever de pautar o impeachment de Alexandre de Moraes e dar uma resposta à sociedade brasileira", afirmou Nikolas.


Repercussão e desdobramentos


O discurso de Nikolas Ferreira, como esperado, gerou reações tanto de apoiadores quanto de críticos. Enquanto os simpatizantes do deputado aplaudem sua coragem em confrontar Rodrigo Pacheco e o Supremo Tribunal Federal, outros setores políticos consideram a retórica de Nikolas inflamadora e prejudicial ao diálogo entre os poderes.


Rodrigo Pacheco, por sua vez, não respondeu diretamente às críticas de Nikolas Ferreira até o momento, mas sua postura de moderação tem sido apontada como uma tentativa de manter a estabilidade institucional em um cenário de fortes tensões políticas.


A atuação de Pacheco à frente do Senado e sua condução em temas sensíveis, como o impeachment de ministros do STF, continuará sendo alvo de debate e críticas, especialmente por parte de parlamentares alinhados à direita, como Nikolas Ferreira. O desfecho desse embate, contudo, ainda permanece incerto.
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