Gleisi "surta" e culpa Bolsonaro por algo absurdo


A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, gerou uma grande controvérsia nas redes sociais ao responsabilizar o ex-presidente Jair Bolsonaro pelas queimadas que vêm devastando diversas regiões do Brasil. Em uma publicação realizada nesta quinta-feira, 19 de setembro de 2024, Gleisi acusou Bolsonaro de ter promovido cortes orçamentários significativos nos principais órgãos de proteção ambiental do país, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), enfraquecendo as políticas de preservação e fiscalização ambiental.


As declarações da presidente do PT reacenderam debates acalorados sobre a gestão ambiental nos últimos anos, especialmente durante o governo Bolsonaro, que foi alvo de frequentes críticas de ambientalistas, entidades internacionais e opositores por sua abordagem em relação às questões ambientais. Em seu vídeo postado no Instagram, que faz parte de uma entrevista concedida à CNN no dia anterior, Gleisi afirmou que Bolsonaro foi o principal responsável pelo aumento das queimadas e do desmatamento no Brasil. Ela destacou que o ex-presidente não apenas promoveu o desmonte de políticas ambientais, mas também, segundo ela, se orgulhava de não realizar concursos públicos para novos servidores no Ibama e no ICMBio, prejudicando a capacidade de fiscalização desses órgãos.


A presidente do PT ainda relembrou a famosa frase do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobre “passar a boiada”, referindo-se à flexibilização das leis ambientais durante o governo Bolsonaro. Segundo Gleisi, essa postura de enfraquecimento das legislações ambientais abriu caminho para que o desmatamento e as queimadas aumentassem de maneira expressiva, comprometendo os esforços de preservação da Amazônia e de outras áreas de importância ecológica. Para ela, o governo de Jair Bolsonaro representou um retrocesso nas políticas de combate ao desmatamento e às mudanças climáticas.


As críticas de Gleisi ocorrem em um momento delicado para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também enfrenta cobranças da oposição e de segmentos da sociedade pela resposta insuficiente aos incêndios que afetam o país. O aumento das queimadas e a dificuldade em controlá-las colocaram o governo Lula sob pressão, especialmente em regiões da Amazônia e do Pantanal, onde os focos de incêndio se intensificaram nas últimas semanas. A oposição tem acusado o atual governo de ineficiência e falta de coordenação nas ações de combate aos incêndios, sugerindo que as autoridades ambientais não têm agido com a urgência necessária para conter os danos.


Em sua defesa, Gleisi Hoffmann tenta desviar as críticas ao governo Lula, reforçando a ideia de que a responsabilidade pelos problemas ambientais enfrentados hoje recai sobre a administração de Bolsonaro, que teria deixado um legado de desmonte e fragilidade nas políticas de preservação. Para a presidente do PT, os cortes no orçamento e o enfraquecimento das instituições ambientais durante o governo anterior estão diretamente ligados ao agravamento dos desastres climáticos que o Brasil enfrenta atualmente.


As declarações de Gleisi, no entanto, foram recebidas com indignação pelos apoiadores de Bolsonaro e pelos membros da oposição. Nas redes sociais, muitos criticaram a postura da presidente do PT, classificando-a como uma tentativa de desviar a atenção da ineficiência do governo Lula no combate às queimadas e na proteção ambiental. Diversos usuários questionaram se as acusações feitas por Gleisi não seriam apenas uma forma de culpar a gestão passada para justificar a atual crise ambiental, destacando que o governo Lula já está em seu segundo ano de mandato e deveria, portanto, assumir a responsabilidade por suas ações.


A frase de Gleisi, na qual afirmou que “Bolsonaro é o principal responsável pelo aumento das queimadas, do desmatamento e pelo enfraquecimento das nossas leis ambientais”, foi amplamente compartilhada, gerando debates polarizados. Enquanto os apoiadores de Lula e do PT defendem a análise feita por Gleisi, argumentando que o governo Bolsonaro de fato comprometeu o sistema de proteção ambiental brasileiro, os críticos afirmam que essa narrativa visa encobrir a falta de resultados concretos por parte do governo atual.


Apesar das críticas, o governo Lula tem tentado avançar em medidas de combate ao desmatamento e ao aquecimento global, com promessas de fortalecer o Ibama e o ICMBio, além de buscar maior cooperação internacional para a preservação da Amazônia. No entanto, os desafios são imensos, e as queimadas descontroladas no país continuam a ser um dos maiores problemas ambientais a serem resolvidos.


A controvérsia em torno das declarações de Gleisi Hoffmann expõe as tensões políticas em torno da questão ambiental no Brasil, que continua a ser um campo de batalha entre diferentes visões sobre o desenvolvimento sustentável e a preservação dos recursos naturais. Com o país enfrentando um cenário crítico de queimadas, o debate sobre a responsabilidade por essa situação se intensifica, dividindo opiniões e ampliando o embate político entre governo e oposição.

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