Na última sexta-feira, 27 de setembro de 2024, a Justiça concedeu uma medida protetiva em favor de Duda Lima, marqueteiro do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), após um episódio de agressão envolvendo Nahuel Medina, videomaker de Pablo Marçal (PRTB). O incidente ocorreu na segunda-feira, 23 de setembro, ao final de um debate entre candidatos à Prefeitura de São Paulo, organizado pelo Grupo Flow.
De acordo com a assessoria de Duda Lima, o profissional foi submetido a um exame de corpo de delito na quarta-feira, o qual confirmou uma lesão interna no olho. A decisão judicial, assinada pelo relator Mens de Mello, impõe que Medina mantenha uma distância mínima de 10 metros de Lima durante os próximos debates eleitorais. Ambos poderão continuar acompanhando seus respectivos candidatos, mas deverão permanecer em áreas separadas para evitar novos conflitos. Além disso, após os eventos, a saída de Lima e Medina deverá ocorrer de maneira isolada, com a presença de reforço de segurança para garantir a integridade física de ambos.
Fora dos ambientes dos debates e eventos eleitorais, a medida judicial determina que Nahuel Medina mantenha uma distância de 300 metros de Duda Lima. A decisão reflete a seriedade com que o Judiciário tem tratado casos de violência entre profissionais envolvidos em campanhas políticas, especialmente em um momento tão crucial como o das eleições municipais.
O conflito entre os dois profissionais teve início nos bastidores do debate, quando Medina, em tom de brincadeira, teria feito comentários desrespeitosos sobre Duda Lima e o prefeito Ricardo Nunes. Essas provocações levaram a uma troca de ofensas, o que resultou na expulsão de Nahuel Medina do local do debate. Após o incidente inicial, os ânimos continuaram exaltados, e Medina e Lima envolveram-se em uma discussão mais acalorada, que acabou em agressão física.
Segundo relatos de testemunhas, a agressão culminou quando Medina atingiu Duda Lima no rosto, causando um corte no supercílio e um descolamento de retina. Ambos os envolvidos foram conduzidos à delegacia para prestar depoimento sobre o ocorrido. Duda Lima, que teve que receber atendimento médico devido à gravidade das lesões, registrou um boletim de ocorrência contra Nahuel Medina por lesão corporal.
O caso gerou grande repercussão, não só pela violência entre os envolvidos, mas também pelo contexto em que ocorreu. Os debates eleitorais são vistos como uma oportunidade para os candidatos e suas equipes apresentarem propostas e debaterem ideias em um ambiente democrático e respeitoso. No entanto, o episódio envolvendo os profissionais de comunicação de Ricardo Nunes e Pablo Marçal trouxe à tona questões sobre os limites do embate político e o papel da equipe de campanha em manter o foco no debate de ideias, sem recorrer à violência física ou verbal.
A Justiça, ao conceder a medida protetiva, sinalizou a importância de garantir a segurança e o respeito entre os profissionais envolvidos nas campanhas. O relator Mens de Mello destacou, em sua decisão, que a separação física dos envolvidos nos debates eleitorais é uma medida necessária para evitar a repetição de episódios como o ocorrido. Ele ainda mencionou que a campanha eleitoral deve ser um espaço para o embate de ideias e não para a violência.
A equipe de Pablo Marçal, por sua vez, emitiu uma nota afirmando que o videomaker Nahuel Medina agiu em legítima defesa e que os fatos estão sendo distorcidos pela equipe adversária. Na nota, a assessoria de Marçal afirmou que Medina foi alvo de provocações por parte de Duda Lima e que a agressão física foi uma resposta a uma série de insultos e empurrões. A equipe do candidato reiterou seu compromisso com uma campanha pacífica e afirmou que está à disposição das autoridades para esclarecer os fatos.
Por outro lado, a assessoria de Ricardo Nunes se manifestou com veemência, condenando qualquer tipo de violência e ressaltando que o episódio foi resultado de provocações injustificadas e de uma postura agressiva por parte do videomaker adversário. Duda Lima, segundo sua equipe, tem sido alvo de ataques constantes desde o início da campanha, e o episódio de agressão seria apenas o ápice de uma série de comportamentos inapropriados.
O incidente coloca em evidência a crescente tensão que tem marcado a disputa pela Prefeitura de São Paulo. Com a proximidade das eleições, os ânimos entre as campanhas parecem estar cada vez mais exaltados, e o Judiciário pode vir a ser acionado em outras ocasiões para mediar conflitos entre as equipes de campanha. Enquanto isso, a medida protetiva garante que os envolvidos mantenham uma distância segura e que os debates eleitorais prossigam sem novos episódios de violência.
Este episódio, além de gerar discussões sobre a civilidade no processo eleitoral, também levanta questões sobre o papel da Justiça em assegurar que o debate democrático ocorra em um ambiente de respeito e segurança para todos os envolvidos. A medida protetiva é um passo importante nesse sentido, garantindo que os próximos debates possam ocorrer em paz, sem o risco de novas agressões.