AGORA: Nova pesquisa aponta crescimento de Marçal e queda de Nunes


A corrida pela Prefeitura de São Paulo está cada vez mais acirrada, de acordo com a mais recente pesquisa do instituto Paraná Pesquisas, divulgada em 5 de outubro de 2024. O cenário eleitoral apresenta um equilíbrio notável entre os três principais candidatos: o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), e Pablo Marçal (PRTB). A pesquisa, que ouviu 1.500 eleitores entre os dias 30 de setembro e 3 de outubro, indica uma disputa extremamente competitiva, com os três candidatos tecnicamente empatados dentro da margem de erro de 2,6 pontos percentuais.


Ricardo Nunes, candidato à reeleição, ainda lidera a pesquisa com 26,8% das intenções de voto, mas apresenta uma ligeira queda em relação à pesquisa anterior, realizada em 1º de outubro, quando tinha 27%. Guilherme Boulos, por sua vez, continua a mostrar estabilidade, alcançando 26%, uma leve alta em comparação com os 25% da pesquisa anterior. O destaque do levantamento, porém, é Pablo Marçal, que subiu de 22,5% para 24,2%, consolidando-se como uma forte ameaça aos dois primeiros colocados.


Esses números reforçam a tendência de um segundo turno inevitável, visto que nenhum dos candidatos se aproxima dos 50% necessários para vencer já na primeira etapa do pleito. Com o crescimento de Marçal, o cenário político da maior cidade do país se torna cada vez mais imprevisível e dinâmico.


Pablo Marçal em Ascensão: Um Candidato de Peso


O crescimento de Pablo Marçal nas intenções de voto não é uma surpresa para muitos analistas políticos. Empresário e coach de empreendedorismo, Marçal tem se destacado por sua capacidade de mobilização nas redes sociais, principalmente no Facebook, Twitter e Telegram, onde compartilha suas visões de mundo e propostas de gestão. Além disso, sua postura crítica em relação ao status quo tem atraído uma parcela do eleitorado insatisfeita com a política tradicional.


Comparado a figuras como Ricardo Nunes, que representa a continuidade de uma administração já estabelecida, e Guilherme Boulos, que vem de uma trajetória ativista e de esquerda, Marçal apresenta-se como uma alternativa fora do eixo polarizado. Sua campanha tem focado em inovação, empreendedorismo e uma gestão mais voltada para resultados práticos, ideias que ressoam principalmente entre o público jovem e a classe média paulistana.


Queda de Ricardo Nunes: Um Sinal de Alerta?


Apesar de ainda ocupar o primeiro lugar nas intenções de voto, a queda de Ricardo Nunes, mesmo que pequena, pode ser vista como um sinal de alerta para sua campanha. O atual prefeito enfrenta o desafio de defender a sua administração em um contexto político e econômico complicado, marcado pela alta na inflação e pela pressão por melhorias nos serviços públicos essenciais, como saúde e educação. Além disso, Nunes vem enfrentando críticas de diferentes setores, incluindo movimentos sociais e lideranças comunitárias, que questionam sua capacidade de liderar uma cidade tão complexa como São Paulo.


Para reverter essa tendência e consolidar sua posição no segundo turno, Nunes precisa não apenas manter sua base de apoio, mas também conquistar eleitores indecisos e aqueles que estão optando pelo voto em branco ou nulo, que ainda representam uma parcela significativa, 3,5% segundo a pesquisa.


Guilherme Boulos: A Consolidação de um Projeto Progressista


Guilherme Boulos, com 26% das intenções de voto, se mantém firme na disputa, consolidando-se como o principal nome da esquerda na eleição municipal. Líder do PSOL e ativista conhecido por sua atuação no Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Boulos tem uma base de apoio sólida entre os eleitores progressistas e jovens, especialmente em regiões periféricas da cidade. Seu discurso de justiça social e defesa dos direitos dos mais vulneráveis ressoa em um momento de crescente desigualdade na capital paulista.


Boulos também vem ampliando sua presença em plataformas de comunicação digital, como o Whatsapp, Messenger e Telegram, onde compartilha suas propostas e engaja diretamente com o eleitorado. A estratégia digital tem sido fundamental para atingir novos públicos, especialmente em um cenário onde as campanhas tradicionais enfrentam dificuldades para mobilizar eleitores de forma presencial devido às restrições causadas pela pandemia.


Tabata Amaral e Outros Candidatos: Correndo por Fora


Na quarta colocação, aparece a deputada federal Tabata Amaral (PSB), com 11,5% das intenções de voto. Embora ainda distante dos três principais concorrentes, Tabata registrou um crescimento significativo em relação à última pesquisa, quando tinha 8,9%. Jovem e com forte presença nas redes sociais, especialmente no Twitter e no Gettr, Tabata tem focado sua campanha em temas como educação e inclusão social, tentando se posicionar como uma alternativa moderada para o eleitorado paulistano.


Outros candidatos, como José Luiz Datena (PSDB) e Marina Helena (Novo), aparecem com 3,5% e 1,7%, respectivamente, mas com pouca variação em relação às pesquisas anteriores. Datena, conhecido apresentador de televisão, viu sua candidatura perder força nos últimos dias, enquanto Marina Helena mantém um desempenho estável, sem grandes avanços.


Os candidatos menos expressivos, como Bebeto Haddad (DC), Ricardo Senese (UP) e João Pimenta (PCO), registram números abaixo de 1%, praticamente sem chances de causar impacto no resultado final da eleição.


Cenário Eleitoral e Expectativas para o Segundo Turno


Com os três principais candidatos tecnicamente empatados, o segundo turno é uma realidade praticamente certa em São Paulo. A grande questão que se coloca agora é como cada campanha irá se posicionar para atrair os eleitores indecisos e os que ainda estão optando pelo voto em branco ou nulo.


A pesquisa revela que 2,5% dos eleitores ainda não sabem em quem votar, e 3,5% pretendem anular ou votar em branco. Esse público será alvo de intensas disputas nas próximas semanas, com as campanhas tentando convencer esses eleitores de que representam a melhor opção para governar a cidade nos próximos quatro anos.


As redes sociais terão um papel fundamental nesta reta final. Facebook, Whatsapp, Twitter e Messenger serão utilizados ao máximo pelas campanhas para compartilhar suas propostas e engajar diretamente com o público. O foco estará em apresentar soluções concretas para os problemas da cidade, ao mesmo tempo em que cada candidato tentará se distanciar dos escândalos e críticas que possam surgir.


Com a crescente polarização política no Brasil, é provável que a disputa no segundo turno seja ainda mais acirrada e marcada por debates intensos. O que está em jogo não é apenas o futuro da maior cidade do país, mas também o reflexo de como a política brasileira vem se transformando nos últimos anos, com novas figuras emergindo e desafiando as dinâmicas tradicionais de poder.

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