Na disputa pela Prefeitura de São Paulo, a mais recente pesquisa do Instituto Paraná, realizada entre os dias 27 e 30 de setembro de 2024, revelou uma mudança significativa no cenário eleitoral. Entre os principais candidatos, o empresário Pablo Marçal foi o único que apresentou crescimento, criando uma situação de alerta para seus concorrentes, Ricardo Nunes e Guilherme Boulos.
Resultados da Pesquisa
Segundo o levantamento, Ricardo Nunes, atual prefeito de São Paulo, apresentou uma leve queda, caindo de 28% para 27% nas intenções de voto. Guilherme Boulos, líder de movimentos sociais e candidato pelo PSOL, manteve-se praticamente estável, passando de 24,9% para 25%. Já Pablo Marçal, que anteriormente tinha 20,5% das intenções de voto, agora figura com 22,5%, consolidando seu avanço no cenário eleitoral.
Embora ainda exista um empate técnico dentro da margem de erro, o crescimento de Marçal é visto como uma tendência ascendente que pode alterar o equilíbrio da disputa. A pesquisa também apontou os desempenhos de outros candidatos: Tabata Amaral (PSB) subiu de 7,3% para 8,9%, enquanto José Luiz Datena (PSDB) caiu de 7,1% para 6,0%. A economista Marina Helena, do partido Novo, registrou uma queda de 2,1% para 1,7%.
Esses números evidenciam um movimento que pode definir os rumos da eleição, especialmente com a proximidade do primeiro turno.
O Crescimento de Pablo Marçal
Pablo Marçal, empresário e ex-candidato à presidência da República, vem se destacando como uma alternativa forte na corrida pela prefeitura. Sua campanha tem atraído eleitores que buscam uma gestão inovadora, focada em soluções tecnológicas e de empreendedorismo para os desafios da cidade. Marçal, conhecido por seu estilo assertivo e pela ênfase em uma abordagem pragmática, tem conseguido crescer em meio a um cenário polarizado.
O desempenho de Marçal reflete uma insatisfação crescente de parte do eleitorado com as propostas tradicionais. Seu discurso de renovação política e sua trajetória empresarial parecem estar ganhando força entre eleitores jovens e setores da classe média paulistana, que estão em busca de novas alternativas. Além disso, sua presença ativa nas redes sociais e o investimento em campanhas digitais têm sido fundamentais para alcançar uma base mais ampla de eleitores.
O Desafio para Ricardo Nunes
Ricardo Nunes, atual prefeito e candidato à reeleição, ainda lidera a pesquisa, mas o leve recuo nas intenções de voto demonstra que sua base de apoio pode estar se desgastando. Mesmo com uma gestão que tem focado em melhorias na infraestrutura da cidade e projetos sociais, Nunes enfrenta o desafio de convencer o eleitorado de que merece continuar no cargo.
A perda de 1 ponto percentual em relação à pesquisa anterior, embora pequena, pode indicar um risco maior para sua candidatura, especialmente com o avanço de Marçal e a estabilidade de Boulos. Nunes terá que reforçar sua campanha e defender com mais vigor suas realizações à frente da prefeitura, caso queira manter a dianteira até o dia das eleições.
Boulos e a Estabilidade
Guilherme Boulos, candidato pelo PSOL, manteve-se praticamente estagnado na pesquisa, passando de 24,9% para 25%. Embora não tenha perdido terreno, o fato de não ter crescido de forma significativa pode ser uma preocupação para sua campanha. Boulos, que conta com forte apoio de movimentos sociais e de setores progressistas, ainda está bem posicionado, mas precisa encontrar maneiras de ampliar seu alcance entre eleitores indecisos e aqueles que estão inclinados a votar em outros candidatos.
Com sua mensagem de justiça social, habitação e direitos humanos, Boulos tem um eleitorado fiel, mas a falta de crescimento pode ser um sinal de que ele precisa diversificar sua abordagem e atrair mais eleitores moderados, especialmente em um cenário tão competitivo.
Outros Candidatos e Suas Campanhas
Além dos três principais candidatos, a pesquisa do Instituto Paraná também revelou o desempenho de outros nomes na corrida eleitoral. Tabata Amaral, deputada federal pelo PSB, subiu nas intenções de voto, passando de 7,3% para 8,9%. Sua ascensão reflete o apelo que a jovem parlamentar tem junto ao eleitorado progressista e educacional, áreas nas quais ela construiu grande parte de sua trajetória política.
Por outro lado, o apresentador José Luiz Datena (PSDB) caiu de 7,1% para 6,0%. Datena, que já flertou com diversas candidaturas ao longo de sua carreira, parece estar perdendo força nesta disputa, possivelmente devido à falta de uma campanha consistente e à concorrência acirrada.
A economista Marina Helena, do partido Novo, registrou uma leve queda, passando de 2,1% para 1,7%, evidenciando as dificuldades enfrentadas por candidatos de partidos menores em competir com nomes mais conhecidos e com maior tempo de mídia.
Análise e Cenários Futuros
O cenário eleitoral em São Paulo segue em aberto, com a possibilidade de reviravoltas até o dia das eleições. O crescimento de Pablo Marçal, ainda que dentro da margem de erro, indica que sua campanha está ganhando tração, especialmente entre eleitores indecisos. Sua mensagem de renovação política, associada a um discurso empreendedor e de inovação, pode continuar atraindo eleitores que buscam mudanças.
Por outro lado, Ricardo Nunes e Guilherme Boulos precisam se preocupar com a tendência de crescimento de Marçal. Nunes, que lidera a pesquisa, terá que redobrar seus esforços para evitar que seu apoio se fragmente ainda mais. Para Boulos, a estagnação nas intenções de voto pode ser um sinal de que sua campanha precisa de ajustes para ganhar mais visibilidade e atrair eleitores moderados e indecisos.
A corrida eleitoral também dependerá do desempenho dos candidatos nos debates, nos programas eleitorais e nas redes sociais, onde a disputa tem sido intensa. A proximidade do primeiro turno coloca todos os candidatos em alerta, e qualquer deslize pode ser decisivo.
A pesquisa do Instituto Paraná trouxe novos elementos à disputa pela Prefeitura de São Paulo. O crescimento de Pablo Marçal criou uma nova dinâmica na campanha, colocando pressão sobre Ricardo Nunes e Guilherme Boulos. À medida que a eleição se aproxima, os candidatos terão que intensificar suas estratégias para conquistar o eleitorado paulistano, que está dividido entre o desejo de continuidade, representado por Nunes, e a busca por renovação, simbolizada por Marçal e Boulos.
O cenário ainda está indefinido, e as próximas semanas serão cruciais para determinar quem realmente chegará ao segundo turno na maior cidade do Brasil.