Boulos pede à Justiça suspensão de redes de Pablo Marçal


Neste sábado, 6 de outubro de 2024, o candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos, entrou com uma ação judicial pedindo a suspensão das redes sociais de seu adversário, Pablo Marçal, candidato pelo PRTB. A ação foi motivada por uma publicação realizada por Marçal em suas redes sociais, na qual ele divulgou um suposto laudo médico indicando o uso de cocaína por Boulos.


A disputa entre os dois candidatos tem se intensificado, especialmente com a proximidade das eleições municipais de 2024, e essa nova reviravolta adiciona mais tensão ao cenário político de São Paulo. A campanha de Boulos acusa Marçal de disseminar informações falsas para prejudicar sua imagem junto ao eleitorado. O caso já está sendo investigado pela Justiça Eleitoral e pode ter sérias repercussões no resultado do pleito.


O que diz o documento?


A publicação, que ficou no ar por cerca de uma hora antes de ser derrubada pelo Instagram, continha um documento que supostamente seria um receituário médico de 2021, no qual Guilherme Boulos teria sido encaminhado para uma emergência psiquiátrica devido ao uso de cocaína. De acordo com os advogados de Boulos, o documento é falso, e sua divulgação tem como único objetivo desestabilizar a campanha do candidato às vésperas da eleição.


Segundo o texto apresentado pelos advogados Francisco Prado Filho e Danilo de Morais, o laudo menciona que Boulos teria sofrido um "surto psicótico grave, com delírio persecutório e ideias homicidas", além de indicar um teste positivo para o uso de entorpecentes. Eles classificam o documento como uma "invenção criminosa" que visa prejudicar a normalidade do pleito eleitoral.


Falsificação de documentos


O caso tornou-se ainda mais grave com a revelação de que o dono da clínica mencionada no documento, Luiz Teixeira da Silva Junior, já foi condenado por falsificação de documentos em 2017. Ele havia forjado um diploma de Medicina e uma ata de colação de grau para obter registro profissional no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul. Essa descoberta fortalece a defesa de Boulos, que alega que o laudo divulgado por Marçal é parte de uma estratégia de difamação baseada em documentos falsos.


Além da suspensão das redes sociais de Marçal, os advogados de Boulos pedem que o caso seja encaminhado ao Ministério Público Eleitoral para que sejam investigadas possíveis irregularidades e falsificações. Eles também solicitam a aplicação de uma multa de R$ 30 mil ao final do processo.


Repercussão nas redes sociais


O episódio teve grande repercussão nas redes sociais, com apoiadores de ambos os lados se manifestando sobre o assunto. Enquanto os seguidores de Marçal defendem que ele apenas está expondo o que consideram ser a verdade, a equipe de Boulos afirma que se trata de uma tentativa desesperada de manipular a opinião pública. Marçal, que já vinha enfrentando críticas por outras declarações polêmicas durante a campanha, agora se encontra no centro de mais uma controvérsia.


A hashtag #BoulosXMarçal rapidamente se tornou um dos tópicos mais comentados no Twitter, com internautas discutindo a veracidade das acusações e as possíveis consequências para as eleições. O caso também chamou a atenção de outras figuras públicas, que usaram suas plataformas para condenar a suposta divulgação de documentos falsos e pedir uma campanha mais limpa e focada em propostas.


Histórico de acusações


Essa não é a primeira vez que Pablo Marçal acusa Guilherme Boulos de envolvimento com drogas. Durante um debate na TV Band, realizado em setembro de 2024, Marçal insinuou que Boulos havia sido internado em uma clínica de reabilitação. Naquela ocasião, Boulos rebateu as acusações de forma veemente, afirmando que se tratava de "mentiras covardes" e que processaria Marçal por difamação.


Desde então, a campanha de Boulos tem sido marcada por uma série de ações na Justiça Eleitoral para tentar barrar o que chamam de "guerra de desinformação" promovida por seus adversários. Ao todo, 12 ações já foram abertas contra Marçal em virtude das insinuações sobre o uso de drogas.


Impacto nas eleições


Com as eleições se aproximando, a polarização entre os candidatos à prefeitura de São Paulo é evidente. Marçal tem ganhado terreno entre eleitores conservadores, enquanto Boulos mantém sua base de apoio entre os eleitores de esquerda. Pesquisas recentes de intenção de voto mostram um cenário acirrado, com Marçal crescendo nas últimas semanas, enquanto Boulos se mantém estável e Ricardo Nunes, atual prefeito, apresentando uma leve queda.


A acusação de falsificação de documentos pode prejudicar a imagem de Marçal junto ao eleitorado indeciso, principalmente se for comprovada judicialmente a inautenticidade do laudo. Por outro lado, se Marçal conseguir se desvincular dessas acusações e provar que o documento é legítimo, isso poderá dar um impulso à sua campanha.


O que esperar nos próximos dias?


O desfecho desse caso pode ser decisivo para a reta final da campanha eleitoral em São Paulo. A Justiça Eleitoral deve se pronunciar nas próximas horas sobre o pedido de suspensão das redes sociais de Pablo Marçal, o que pode limitar a capacidade do candidato de se comunicar com seus eleitores. Além disso, a investigação sobre a autenticidade do laudo será crucial para determinar se houve ou não uma tentativa de manipulação do processo eleitoral.


Até lá, tanto Boulos quanto Marçal continuarão buscando convencer o eleitorado de suas propostas e enfrentar os desafios impostos pela polarização política e pelas acusações mútuas. A expectativa é que o embate entre os dois candidatos se intensifique ainda mais nas próximas semanas, com ambos tentando garantir sua vaga no segundo turno das eleições municipais.


Com as redes sociais desempenhando um papel cada vez mais central nas campanhas eleitorais, o uso de informações falsas ou manipuladas tem se tornado uma preocupação crescente. Esse episódio ressalta a importância de uma fiscalização rigorosa e da responsabilidade no uso dessas plataformas durante o período eleitoral.

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