Datena "surta" e se vitimiza em processo contra Pablo Marçal


O apresentador e candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB, José Luiz Datena, deu início a uma nova fase de sua disputa eleitoral, dessa vez, nos tribunais. Datena ingressou com uma ação judicial por danos morais contra seu adversário político, Pablo Marçal, candidato do PRTB. A base da denúncia envolve acusações de gordofobia, ofensas pessoais e alegações de assédio, em um processo que inclui uma solicitação de indenização no valor de R$ 100 mil.


Motivação da ação judicial: a polêmica do debate da TV Cultura


O embate entre os dois candidatos escalou rapidamente após um episódio polêmico ocorrido no debate transmitido pela TV Cultura, no dia 16 de setembro. Durante o acalorado evento, Datena arremessou uma cadeira em direção a Pablo Marçal, após sentir-se atacado verbalmente por ele. Em resposta ao episódio, Marçal realizou uma live nas redes sociais, na qual proferiu diversas ofensas contra o apresentador, aumentando a temperatura já elevada da disputa.


Entre as declarações feitas por Marçal, ele chamou Datena de "abusador" e "comedor de açúcar", termos que foram usados para ridicularizar o apresentador. Datena alega que essas falas configuram gordofobia e que atingiram diretamente sua honra. A ação judicial movida por Datena cita também o Estatuto do Idoso, argumentando que, por ter mais de 60 anos, ele tem direito à prioridade no andamento do processo, além de reforçar que as agressões verbais prejudicaram sua dignidade e autoestima.


A polêmica do assédio e o caso Bruna Drews


Na mesma live, Pablo Marçal fez menção a um episódio antigo que envolveu uma acusação de assédio contra José Luiz Datena, relacionada à jornalista Bruna Drews. Em 2019, Drews acusou o apresentador de assédio sexual, mas meses depois decidiu retirar a denúncia. No entanto, Marçal utilizou esse episódio durante sua transmissão, insinuando que Datena teria se livrado de uma condenação por manobras judiciais.


Datena, por sua vez, negou veementemente qualquer ato de assédio e afirmou que as acusações de Marçal foram infundadas, uma vez que o caso foi encerrado sem condenação. O apresentador considera que Marçal está utilizando informações distorcidas para atacá-lo e criar uma imagem negativa de sua figura pública durante a campanha eleitoral.


Gordofobia e danos morais: o foco da ação de Datena


A principal queixa de Datena na ação judicial é a acusação de gordofobia. Ele argumenta que os comentários de Pablo Marçal, como chamá-lo de "comedor de açúcar", foram feitos de forma pejorativa e com o intuito de atacá-lo por sua aparência física e condição de saúde. Segundo a equipe jurídica do apresentador, liderada pelo advogado Eduardo Cesar Leite, essas declarações são exemplos claros de preconceito e bullying, o que configuraria um ataque à sua dignidade e aos direitos do idoso.


“Essas ofensas não afetam apenas o Datena como indivíduo, mas também toda a sua família, que sofre com os impactos de tais ataques públicos. A indenização solicitada é um reconhecimento do dano causado, não apenas moral, mas também emocional”, afirmou Leite em entrevista recente.


A ação inicial pede R$ 100 mil de indenização, mas a defesa de Datena já sinalizou que pretende ampliar o processo. O advogado afirmou que, além da quantia solicitada, existe a possibilidade de buscar uma indenização milionária, dada a gravidade das ofensas e a repercussão pública do caso.


Contra-ataque de Pablo Marçal


Por outro lado, Pablo Marçal também não ficou parado. Antes mesmo da ação de Datena, o candidato do PRTB já havia ingressado na Justiça com um processo próprio, alegando danos morais. Marçal, que afirma ter sido agredido fisicamente por Datena durante o debate da TV Cultura, também está pedindo R$ 100 mil de indenização, argumentando que a agressão sofrida em rede nacional prejudicou sua imagem pública e o fez passar por constrangimentos.


A defesa de Marçal, por sua vez, sustenta que as acusações de gordofobia são infundadas e que os comentários feitos durante a live foram uma reação a ataques prévios de Datena. “Não identificamos, em nenhum momento, qualquer ato que possa configurar abuso ou violação de direitos. Vamos apresentar nossa defesa técnica no momento oportuno, confiando que a Justiça tomará a decisão correta”, declarou a equipe jurídica de Marçal.


Consequências para a campanha eleitoral


A troca de acusações entre os dois candidatos ocorre em um momento crítico da campanha eleitoral, em que ambos estão disputando a atenção e os votos dos eleitores paulistanos. O episódio pode trazer impactos tanto positivos quanto negativos para as campanhas de Datena e Marçal, dependendo de como a opinião pública reagir às polêmicas.


No caso de Datena, a vitimização em torno das acusações de gordofobia pode gerar empatia em parte do eleitorado, especialmente entre os que se identificam com as causas do combate à discriminação e preconceito. No entanto, o histórico de acusações de assédio e o episódio de violência durante o debate também podem pesar negativamente contra sua imagem.


Para Marçal, a acusação de agressão física é uma carta forte que ele utiliza para reforçar sua postura de vítima no confronto. No entanto, as ofensas proferidas na live podem ser vistas como um comportamento impróprio para um candidato a prefeito, afastando eleitores mais moderados.


Um embate judicial que promete se estender


O cenário político em São Paulo já é tradicionalmente marcado por disputas acirradas, e o conflito entre Datena e Marçal só adiciona mais tensão à corrida eleitoral. A expectativa é que os processos judiciais de ambos os candidatos continuem sendo notícia nos próximos meses, com audiências e julgamentos potencialmente impactando a reta final da campanha.


Além disso, a inclusão do Estatuto do Idoso por parte de Datena pode acelerar a tramitação de sua ação na Justiça, tornando-o um dos primeiros a obter uma decisão. Caso vença o processo, o desfecho pode fortalecer sua posição eleitoral, enquanto Marçal precisará reformular sua estratégia para lidar com as repercussões.


A batalha entre José Luiz Datena e Pablo Marçal transcendeu o debate político e entrou no campo judicial, com ambos os lados buscando indenizações vultosas e acusações que vão de agressão física a gordofobia e assédio. O desfecho dessa disputa ainda está longe de ser definido, mas certamente será um elemento de grande relevância na eleição para a Prefeitura de São Paulo.
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