Feliciano se insurge contra Malafaia e entra de cabeça na campanha de Marçal (veja o vídeo)

 
O deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) surpreendeu a cena política ao anunciar seu apoio ao candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB). Em um vídeo publicado em sua conta no Instagram, na última terça-feira, Feliciano se posicionou de forma contundente em favor do empresário, criticando o que chamou de "perseguição" a Marçal e sugerindo que o tratamento dado a ele pela mídia e pela sociedade é injusto em comparação aos demais candidatos.


No vídeo, o deputado expressa sua indignação com a cobrança excessiva de posicionamentos de Marçal, enquanto os outros candidatos à prefeitura não enfrentam o mesmo nível de rigor. Feliciano questionou abertamente a pressão exercida sobre o empresário no que se refere à sua fé e às suas opiniões sobre o cenário político, particularmente em relação ao impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Feliciano, essas cobranças são desproporcionais e visam minar a candidatura de Marçal.


"Estou com algumas perguntas entaladas aqui na garganta. Nós vamos eleger um prefeito ou consagrar um pastor de igreja aqui em São Paulo?", perguntou Feliciano no início de seu discurso, referindo-se à constante abordagem sobre a religiosidade de Pablo Marçal. Ele destacou que a fé do candidato tem sido alvo de escrutínio, o que, na sua visão, é um exemplo claro de preconceito religioso. "Por que cobram um posicionamento sobre impeachment de um ministro do STF de um candidato, mas não cobram o mesmo dos outros candidatos? Falo isso porque só um candidato é cobrado: Pablo Marçal", argumentou o parlamentar.


O nome do pastor Silas Malafaia, uma figura de peso entre os evangélicos e tradicionalmente um aliado de Feliciano, também foi mencionado. Embora tenha deixado claro o respeito que nutre por Malafaia, Feliciano declarou discordar dele publicamente em relação ao apoio a Marçal. Essa divergência marca um rompimento importante no cenário político-religioso, já que ambos têm trajetórias ligadas ao mesmo campo de influência evangélica.


"Não é justo ver a imprensa esquerdista destilar ódio contra Pablo Marçal e ficar quieto. Não é justo ver a máquina pública ser usada para destruir a reputação de quem não tem nem tempo de TV para se defender, e a gente ficar quieto. Não é justo ver Pablo ser atacado e ficar calado, não é justo", disparou o deputado, referindo-se ao que considera um ataque coordenado contra Marçal por setores da imprensa e da política. A defesa de Feliciano é clara: ele acredita que Pablo Marçal está sendo alvo de uma campanha de desmoralização e que sua candidatura não está sendo tratada de forma igualitária.


Além de sua crítica à forma como Marçal é tratado, Feliciano enfatizou que, apesar de ser um aliado tradicional de Malafaia e de outros líderes religiosos, ele mantém sua independência de pensamento. Citando um ensinamento que disse ter ouvido de um "homem muito sábio", Feliciano afirmou: "Eu sou aliado, mas não sou alienado. Eu sou livre para pensar e apoiar quem o meu coração desejar, e eu espero que me respeitem por isso". A frase, uma clara referência a sua divergência com Malafaia, destaca sua vontade de seguir suas próprias convicções, mesmo quando elas colidem com a de seus antigos aliados.


No vídeo, Feliciano não apenas anunciou seu apoio, mas também declarou seu voto em Pablo Marçal, enfatizando sua admiração pelo empresário e sua conexão espiritual com ele. Como pastor evangélico e deputado, Feliciano mencionou que ora por Marçal e sua família, reconhecendo as dificuldades e a pressão que o candidato enfrenta. "Como político paulista, Pablo, eu te admiro. E como pastor evangélico, eu oro por você e pela sua família e por tudo aquilo que Deus tem te dado, porque eu imagino quão grande já está sendo a retaliação e o que vem pela frente", disse Feliciano.


O apoio de Feliciano a Marçal chega em um momento crucial da campanha para a Prefeitura de São Paulo, especialmente considerando o contexto em que Marçal tem sido alvo de críticas e questionamentos, tanto por sua falta de experiência política quanto por sua postura pública sobre questões de fé e política. A entrada de Feliciano na campanha pode trazer um reforço significativo entre os eleitores evangélicos e conservadores, uma base eleitoral que pode ser determinante no resultado final.


A declaração pública do apoio de Feliciano também levanta questões sobre o impacto que isso pode ter nas relações entre os líderes religiosos e políticos que tradicionalmente têm se unido em torno de candidaturas mais alinhadas. A divergência com Malafaia, ainda que tratada com respeito, revela um possível racha dentro desse grupo, e resta saber se outros líderes seguirão o exemplo de Feliciano.


Com a eleição se aproximando, a posição de Marco Feliciano pode ajudar a impulsionar a campanha de Pablo Marçal, principalmente ao destacar as questões de fé que têm sido levantadas contra ele. Feliciano deixa claro que, para ele, essas questões não deveriam ser um critério decisivo, e que Marçal merece o apoio de quem acredita em sua capacidade de governar São Paulo.

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