A Globo, um dos maiores veículos de comunicação do Brasil, registrou em 2024 a pior audiência de sua história no programa beneficente "Criança Esperança", um dos eventos televisivos mais tradicionais da emissora. De acordo com os dados divulgados pelo Kantar Ibope, o programa apresentado por Marcos Mion alcançou apenas 11,1 pontos de audiência na Grande São Paulo, uma marca que simboliza uma queda vertiginosa em relação aos números obtidos no ano anterior, quando o evento havia registrado 18,7 pontos. Isso representa uma queda impressionante de 41%, tornando-se um marco negativo na história do programa e da emissora.
Essa drástica diminuição de audiência não passou despercebida pelo público e pelos críticos. O formato adotado pela Globo em 2024 para o "Criança Esperança" foi alvo de inúmeras críticas nas redes sociais, principalmente no Twitter, onde internautas expressaram sua insatisfação com a nova estrutura do evento. Muitos usuários chegaram a comparar a edição deste ano a um simples quadro do "Caldeirão", sugerindo que a emissora havia reduzido significativamente a grandiosidade e a importância do programa beneficente.
A mudança de formato parece ter sido um dos principais fatores que contribuíram para o declínio da audiência. O "Criança Esperança", que ao longo dos anos se consolidou como um evento de mobilização social, reunindo artistas, personalidades e grandes atrações musicais, perdeu parte de sua essência na edição deste ano. O programa, que costumava ser uma verdadeira celebração de solidariedade e esperança, foi reduzido a algo menos envolvente, o que gerou uma reação negativa por parte do público fiel que acompanha o evento há décadas.
Segundo o site NaTelinha, especializado na cobertura do mundo televisivo, a queda na audiência reflete o impacto negativo dessas mudanças no formato do programa. O site destacou que o público não reagiu bem às alterações, o que foi amplamente demonstrado pela baixa repercussão do evento nas redes sociais e pela insatisfação dos telespectadores que esperavam algo mais grandioso e emocionante. A sensação de que o "Criança Esperança" perdeu parte de sua identidade ao optar por um formato mais enxuto foi evidente, e isso se refletiu diretamente nos números de audiência, que despencaram de maneira preocupante.
Outro ponto que chama a atenção é que a queda na audiência não ocorreu apenas em São Paulo, mas foi sentida também em outras regiões do país. Embora os dados específicos de outras cidades não tenham sido divulgados, especula-se que a redução no interesse pelo programa tenha sido um fenômeno nacional. A emissora, que sempre teve o "Criança Esperança" como um de seus grandes momentos de mobilização social, agora enfrenta o desafio de reavaliar o formato do evento para as próximas edições, na tentativa de reconquistar a audiência perdida e, ao mesmo tempo, manter a relevância social do projeto.
Apesar das críticas e do fraco desempenho em 2024, o "Criança Esperança" segue sendo um projeto importante no cenário televisivo brasileiro. Criado em 1986 em parceria com a Unesco, o programa já arrecadou milhões de reais em doações ao longo de suas edições, que são revertidas para projetos sociais em diversas áreas, como educação, cultura e assistência social. Contudo, o revés deste ano acende um sinal de alerta para a Globo, que precisará reavaliar suas estratégias para manter o engajamento do público com o evento.
A edição de 2024 também foi marcada pela ausência de algumas grandes estrelas que tradicionalmente participam do evento, o que pode ter contribuído para a percepção de que o programa estava mais "desidratado" em comparação aos anos anteriores. Além disso, a própria emissora vinha enfrentando uma série de desafios nos últimos anos, com mudanças em sua grade de programação e no comportamento do público, que tem migrado cada vez mais para plataformas de streaming e outras formas de entretenimento digital, o que impacta diretamente a audiência da TV aberta.
Em meio a essa queda histórica, resta saber como a Globo vai reagir para tentar recuperar o prestígio do "Criança Esperança" nas próximas edições. O programa, que ao longo de quase quatro décadas foi sinônimo de solidariedade e de grandes momentos televisivos, parece ter enfrentado um de seus momentos mais difíceis em 2024. A resposta da emissora e a forma como ela lidará com essas críticas e desafios serão determinantes para o futuro do projeto. Ao que tudo indica, o "Criança Esperança" precisará de uma nova abordagem para se reconectar com o público e voltar a ser o grande evento beneficente que sempre foi.