Marçal pergunta a Boulos qual a pior coisa que ele já fez na vida


 O empresário e influenciador Pablo Marçal entrevistou Guilherme Boulos, candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, em uma sabatina realizada em seu canal no YouTube na sexta-feira (25). Durante o encontro, Marçal provocou o candidato com uma pergunta desafiadora sobre sua trajetória pessoal, questionando-o sobre qual seria a pior coisa que já fez na vida. A resposta de Boulos, de que não se arrepende de nada do que viveu até hoje, gerou uma troca de ideias que abordou sua história de militância e levantou temas polêmicos, especialmente no que diz respeito à sua atuação junto ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).


Na entrevista, Boulos destacou que não vê motivo para arrependimentos, uma vez que sempre buscou lutar pelos direitos das pessoas menos favorecidas. "Não me arrependo de nada que fiz na minha vida. Tive um caminho de tocar, desde menino, para lutar pelas pessoas que mais precisam. Saí da casa dos meus pais, fui lutar junto com as pessoas que não têm casa, com as pessoas sem-teto", afirmou o psolista. Com isso, Boulos ressaltou que sua trajetória política e pessoal é marcada pelo engajamento com as causas populares e a luta por justiça social, temas que norteiam sua campanha para a Prefeitura de São Paulo.


Marçal, por sua vez, seguiu com a sabatina e ampliou a questão, buscando entender se Boulos manteria essa postura caso fosse eleito e cometesse algum erro na gestão pública. Ele perguntou se Boulos seria um político que “não se arrependeria das coisas que faz”. A questão provocou uma reflexão sobre a responsabilidade no exercício de um cargo público, e Boulos prontamente respondeu que, caso cometa equívocos na administração, se arrependerá sim, mas reafirmou que, até o momento, não tem arrependimentos em relação à sua trajetória. "Se eu cometer erros na gestão pública, certamente me arrependerei desses erros. Não tenho arrependimento do que fiz até agora na minha trajetória, tanto na minha vida pessoal quanto na vida política", destacou ele, diferenciando sua vida pessoal e militante da responsabilidade que terá, caso seja eleito, como gestor da cidade de São Paulo.


A sabatina com Boulos dividiu opiniões e teve repercussão entre apoiadores e críticos de ambos os lados. A direita criticou Marçal por conceder espaço ao candidato do PSOL, o que muitos entenderam como uma oportunidade para Boulos consolidar sua imagem perante um público mais conservador, que frequentemente acompanha o empresário e influenciador. Já Marçal, ao responder às críticas, disse que conduziu a entrevista com respeito e interesse em dar voz a diferentes ideias, algo que, para ele, representa uma troca saudável em um momento de polarização política intensa.


Boulos, por sua vez, enfrenta um momento crítico em sua campanha, com algumas dificuldades para ampliar seu apoio nas periferias, áreas onde antes tinha uma base consolidada, mas que, segundo analistas, vêm apresentando uma inclinação ao pragmatismo nas escolhas eleitorais. Em recentes pesquisas, como a do instituto Quaest, Boulos aparece com 35% das intenções de voto, enquanto o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), tem 44%, demonstrando que o embate pelo voto popular na capital paulista ainda está longe de ser decidido e que a campanha promete se intensificar.


Essa é a segunda vez que Boulos participa de uma eleição de grande visibilidade. Em 2020, ele já havia concorrido à Prefeitura de São Paulo, mas foi derrotado ainda no primeiro turno. Desde então, sua popularidade no cenário nacional cresceu, especialmente entre jovens e eleitores progressistas que compartilham de seu engajamento por pautas sociais. Contudo, mesmo com a base de apoio entre movimentos populares e uma militância ativa, Boulos sabe que precisará conquistar eleitores moderados para vencer a eleição.


Para Marçal, a entrevista com Boulos representa um esforço em abrir o diálogo e promover debates que, segundo ele, têm o potencial de engajar o público em temas que realmente importam para a sociedade. Marçal já anunciou que pretende continuar promovendo sabatinas com outras figuras públicas, independentemente de suas ideologias políticas, como uma maneira de proporcionar um espaço de discussão e análise para seus seguidores.


Com a proximidade do segundo turno das eleições municipais em São Paulo, o confronto entre Boulos e Nunes promete se acirrar. Boulos tenta consolidar seu espaço como um político comprometido com as causas sociais, enquanto Nunes, que representa a continuidade, busca reafirmar sua experiência administrativa como um diferencial na disputa. Em meio a essa polarização, figuras como Pablo Marçal trazem à tona discussões sobre a ética e a responsabilidade dos candidatos em relação aos seus atos, algo que, para muitos eleitores, é fundamental no processo de escolha.


A disputa em São Paulo ganha contornos mais profundos à medida que os candidatos buscam cativar eleitores indecisos e reforçar suas bases. Para Boulos, que sempre esteve à frente de movimentos populares, as críticas e desafios fazem parte de sua trajetória e da narrativa que busca consolidar em sua campanha. A sabatina com Marçal se soma a outros eventos e discursos que devem marcar as semanas finais da corrida eleitoral, evidenciando o papel crucial que o debate político aberto e inclusivo desempenha em uma democracia saudável.

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