Nesta sexta-feira, 4 de outubro de 2024, o instituto Real Time Big Data divulgou uma nova rodada de pesquisa sobre a corrida eleitoral pela Prefeitura de São Paulo, trazendo uma alteração significativa nas posições dos principais candidatos. Apenas dois dias após a última pesquisa, publicada em 2 de outubro, que indicava um empate técnico entre Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB), a nova amostra mostra uma inversão nas colocações, sugerindo que o cenário eleitoral pode estar em rápida transformação.
Na pesquisa anterior, divulgada na quarta-feira, 2 de outubro, Boulos aparecia numericamente à frente, com 26% das intenções de voto, enquanto o atual prefeito Ricardo Nunes e Pablo Marçal estavam logo atrás, ambos com 25%. O empate técnico entre os três candidatos indicava uma disputa extremamente acirrada, com os eleitores aparentemente divididos entre manter a atual administração, representada por Nunes, ou optar por novos nomes, com Boulos e Marçal disputando intensamente o eleitorado paulistano.
Contudo, na mais recente pesquisa divulgada nesta sexta-feira, as posições de Boulos e Marçal se inverteram. O candidato do PRTB, Pablo Marçal, passou a liderar com 27% das intenções de voto, enquanto Boulos caiu para 26%. Já Ricardo Nunes, que havia mantido uma posição estável nas últimas semanas, aparece agora em terceiro lugar, com 24% das preferências. Embora as variações numéricas não sejam drasticamente grandes, o novo resultado revela um cenário dinâmico, no qual os candidatos estão se alternando nas primeiras posições.
A inversão entre Boulos e Marçal chamou a atenção por ser interpretada como um "ajuste" providencial no cenário eleitoral. Com a campanha entrando em sua fase final, a cada dia as pesquisas ganham ainda mais importância, tanto para os candidatos quanto para os eleitores. Os institutos de pesquisa, incluindo o Real Time Big Data, estão sob grande pressão para fornecer dados que reflitam a realidade das intenções de voto, ao mesmo tempo que buscam antecipar eventuais mudanças no comportamento do eleitorado. A alteração na liderança, portanto, levanta questionamentos sobre o impacto das últimas movimentações políticas e das campanhas eleitorais nos índices de intenção de voto.
Para os analistas políticos, a subida de Pablo Marçal nas pesquisas pode ser atribuída a uma série de fatores. Um dos principais elementos que explicam o crescimento de Marçal seria sua habilidade em captar votos de eleitores indecisos e descontentes com a atual gestão. Ele tem utilizado uma retórica forte e uma abordagem populista, que parece ter ressonado com uma parcela significativa dos eleitores que estão em busca de mudanças mais radicais na administração da cidade. Além disso, sua presença mais ativa em debates e eventos públicos pode estar contribuindo para aumentar sua visibilidade e conquistar mais eleitores.
Por outro lado, Guilherme Boulos, que liderava na pesquisa anterior, continua firme na disputa, com apenas uma pequena variação em seu percentual de apoio. O candidato do PSOL tem focado sua campanha em temas como moradia popular e justiça social, propostas que tradicionalmente atraem os eleitores da esquerda paulistana. No entanto, a nova pesquisa mostra que ele pode estar enfrentando dificuldades para ampliar sua base de apoio para além de seu eleitorado tradicional.
Já o prefeito Ricardo Nunes, que tenta a reeleição, viu seu desempenho nas pesquisas oscilar nos últimos dias. Mesmo com o apoio de setores importantes do empresariado e uma base sólida de eleitores, sua administração tem sido alvo de críticas, especialmente no que diz respeito à segurança pública e ao transporte. A queda para o terceiro lugar sugere que Nunes pode estar perdendo terreno para os outros candidatos, apesar de sua forte estrutura de campanha e o tempo de exposição na mídia.
Embora os números apresentados pela pesquisa do Real Time Big Data mostrem um cenário ainda indefinido, o que se observa é que a disputa segue acirrada e qualquer movimento nos próximos dias pode alterar significativamente o quadro eleitoral. A poucos dias do pleito, as campanhas devem intensificar suas estratégias para conquistar o eleitorado indeciso, que pode ser decisivo para o resultado final.
O cenário de empate técnico que se configurava há apenas dois dias foi substituído por uma liderança de Marçal, ainda que com uma margem estreita. Se a nova pesquisa representa uma tendência real de crescimento de Marçal ou apenas uma flutuação temporária nas intenções de voto, só o tempo dirá. O fato é que a corrida pela Prefeitura de São Paulo promete ser uma das mais imprevisíveis e emocionantes dos últimos anos, com os três principais candidatos mantendo chances reais de vitória.
As próximas pesquisas e, especialmente, o comportamento dos eleitores nos últimos dias de campanha serão cruciais para definir o rumo da eleição. Enquanto isso, os eleitores paulistanos seguem acompanhando de perto os debates e as propostas dos candidatos, cientes da importância de suas escolhas para o futuro da cidade.