A mais recente pesquisa eleitoral realizada pelo Paraná Pesquisas trouxe novos números para o cenário político da disputa pela prefeitura de São Paulo, e os resultados acenderam um sinal de alerta na campanha de Guilherme Boulos, do PSOL. Segundo o levantamento divulgado nesta terça-feira (22), o atual prefeito Ricardo Nunes, do MDB, está à frente com 51,7% das intenções de voto na corrida do segundo turno, enquanto Boulos aparece com 39,6% na pesquisa estimulada, que é quando os nomes dos candidatos são apresentados aos eleitores.
Este cenário mantém-se praticamente estável em relação ao levantamento anterior, que havia sido realizado uma semana antes. Naquela ocasião, Nunes registrava 52,3% das intenções de voto contra 39,2% de Boulos. Essa leve oscilação se encontra dentro da margem de erro, que é de 2,6 pontos percentuais, o que indica uma estabilidade no panorama eleitoral. O percentual de eleitores que declararam votar em branco ou nulo é de 5,3%, enquanto 3,4% dos entrevistados afirmaram que ainda não decidiram ou preferiram não responder.
Quando são considerados apenas os votos válidos, ou seja, aqueles que excluem os votos brancos e nulos, a vantagem de Ricardo Nunes se amplia. Neste cenário, ele atinge 56,6% dos votos válidos, enquanto Boulos obtém 43,4%, um número que, embora mostre a competitividade do candidato do PSOL, ainda é insuficiente para ameaçar a liderança do atual prefeito.
O levantamento foi realizado entre os dias 18 e 21 de outubro e contou com a participação de 1.500 eleitores da cidade de São Paulo. A pesquisa possui um nível de confiança de 95%, o que significa que há grande probabilidade de que os números reflitam com precisão o atual quadro eleitoral. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-05509/2024.
A pesquisa também investigou as intenções de voto de maneira espontânea, ou seja, quando os entrevistados são convidados a mencionar o nome do candidato em quem pretendem votar, sem que uma lista de nomes seja apresentada. Neste cenário, Ricardo Nunes continua liderando com 38,3% das menções, seguido por Guilherme Boulos, que tem 31,6%. No entanto, um percentual significativo de eleitores, 24,5%, ainda não soube ou não quis responder, enquanto 5,2% afirmaram que pretendem votar em branco ou nulo. Esse dado reforça a importância da reta final da campanha, na qual tanto Nunes quanto Boulos deverão intensificar esforços para conquistar os indecisos.
Outro ponto relevante revelado pela pesquisa é a percepção dos eleitores sobre quem será o vencedor da eleição. A maioria dos entrevistados, 62,4%, acredita que Ricardo Nunes será reeleito, o que pode indicar uma tendência de consolidação de sua liderança na reta final da campanha. Apenas 29,7% dos eleitores consideram que Guilherme Boulos tem chances de vencer, o que aponta para um cenário desafiador para o candidato do PSOL, que precisará reverter esse quadro se quiser surpreender no segundo turno.
Além disso, a pesquisa trouxe dados sobre a rejeição dos candidatos, um fator que pode ser decisivo na escolha do eleitor. Nesse aspecto, Boulos enfrenta um obstáculo significativo, já que 48,1% dos entrevistados disseram que não votariam nele de jeito nenhum. Em contrapartida, Ricardo Nunes possui uma rejeição de 37,3%, um número que, embora também seja expressivo, é menor que o do adversário e oferece ao atual prefeito uma margem de manobra para continuar sua campanha sem grandes danos.
Para Boulos, a pesquisa traz um alerta importante: sua campanha precisa reverter os altos índices de rejeição e convencer os eleitores indecisos a migrar para sua candidatura, ao mesmo tempo em que busca neutralizar a percepção generalizada de que Ricardo Nunes será o vencedor. Isso será fundamental para que ele tenha alguma chance de virar o jogo até o dia da eleição.
Por outro lado, Ricardo Nunes parece estar em uma posição relativamente confortável, mas não pode baixar a guarda. Embora os números indiquem sua liderança, a margem de erro da pesquisa e o alto índice de eleitores indecisos ou que pretendem votar em branco ou nulo podem trazer surpresas. Ele deverá continuar trabalhando para manter seu eleitorado mobilizado e evitar que a vantagem conquistada até o momento diminua.
Com o segundo turno das eleições municipais se aproximando, os próximos dias serão cruciais para ambos os candidatos, que deverão intensificar suas campanhas e debater suas propostas de governo com ainda mais ênfase, especialmente para conquistar os eleitores que ainda não se decidiram ou que estão inclinados a anular seus votos.