Na mais recente pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, divulgada em 01 de outubro de 2024, o empresário e candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), apresentou um crescimento significativo nas intenções de voto. O levantamento, que registrou uma evolução de dois pontos percentuais para Marçal em comparação à pesquisa anterior, mostra que o empresário agora detém 22,5% das intenções de voto. Embora ainda esteja em terceiro lugar, sua ascensão tem causado alvoroço no cenário político paulistano.
A pesquisa, realizada entre os dias 27 e 30 de setembro, entrevistou 1.500 eleitores da capital paulista e registrou uma margem de erro de 2,6 pontos percentuais. Com esse crescimento, Marçal consolidou-se como uma figura relevante na disputa, aproximando-se cada vez mais dos dois principais candidatos: o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que aparece com 27%, e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que figura em segundo lugar com 25%.
Esse avanço nas intenções de voto coloca a campanha de Pablo Marçal sob os holofotes, especialmente porque ele conseguiu superar outros candidatos que até então eram vistos como grandes concorrentes, como Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB). A movimentação do eleitorado também indica que o empresário está ganhando força entre os indecisos, um grupo que, historicamente, tem grande peso na definição dos rumos das eleições em São Paulo.
O impacto das redes sociais e o apoio de líderes conservadores
Uma das razões por trás do crescimento de Pablo Marçal nas pesquisas pode ser atribuída ao seu uso estratégico das redes sociais, uma plataforma onde o candidato tem uma presença ativa e engajadora. Com forte atuação no Facebook, Instagram, WhatsApp, Telegram e YouTube, Marçal consegue atrair eleitores mais jovens e aqueles insatisfeitos com as opções tradicionais da política. O candidato também tem apostado em podcasts, uma ferramenta que amplia seu alcance entre o público que busca debates mais profundos sobre temas relevantes, como política, economia e fé.
Marçal tem recebido apoio de figuras públicas e influentes, como o deputado federal Marco Feliciano e a psicóloga Marisa Lobo, ambos conhecidos por sua defesa de valores conservadores. Além disso, o pastor e teólogo Ives Gandra tem mostrado simpatia por sua candidatura, especialmente pela forma como Marçal aborda questões relacionadas à economia, gestão pública e defesa de princípios cristãos. A adesão desses líderes fortalece a conexão de Marçal com o eleitorado evangélico, que representa uma fatia significativa do eleitorado paulista.
O confronto direto com Tabata Amaral
Outro ponto que tem chamado a atenção na campanha de Marçal é seu embate direto com a candidata Tabata Amaral (PSB). Recentemente, em um evento público, Marçal fez uma declaração polêmica, chamando Tabata de "talarica" – um termo pejorativo usado para descrever alguém que se envolve com outra pessoa comprometida. A fala gerou repercussão nas redes sociais e foi amplamente criticada por grupos feministas e pela imprensa.
Apesar das críticas, o episódio parece ter favorecido Marçal entre seu público-alvo. Sua postura firme e provocadora reforçou a imagem de um candidato que não se intimida com os ataques da mídia tradicional, um traço que ele compartilha com outros nomes do cenário político, como o ex-presidente Jair Bolsonaro. O episódio também trouxe Tabata Amaral novamente aos holofotes, elevando suas intenções de voto para 8,9%, o que a coloca na quarta posição.
A estratégia de Ricardo Nunes e o desafio de manter a liderança
Enquanto Pablo Marçal cresce, o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) enfrenta o desafio de manter sua liderança nas pesquisas. Com 27% das intenções de voto, Nunes perdeu um ponto percentual em relação ao último levantamento, mas ainda segue à frente de seus concorrentes. A queda, embora pequena, é um sinal de alerta para sua campanha, que precisa lidar com a ascensão de Marçal e o crescimento constante de Boulos.
Nunes tem buscado reforçar sua base eleitoral através de uma campanha focada em sua gestão à frente da prefeitura, destacando as melhorias na infraestrutura da cidade e os programas sociais implementados durante seu mandato. Além disso, o prefeito tem o apoio do governador Tarcísio de Freitas, que tem chamado as "tias do zap" – um grupo de eleitoras conservadoras e ativas nas redes sociais – para votarem em Nunes e garantirem sua reeleição.
Boulos, a esquerda e o eleitorado jovem
Do outro lado do espectro político, Guilherme Boulos (PSOL) continua a crescer lentamente nas pesquisas, mantendo a segunda posição com 25% das intenções de voto. Conhecido por seu ativismo social e seu trabalho com movimentos de moradia, Boulos tem uma forte base de apoio entre o eleitorado jovem e os grupos mais progressistas da cidade. Sua campanha tem enfatizado temas como a luta contra a desigualdade social, o acesso à moradia e a ampliação dos direitos trabalhistas.
Embora tenha oscilado positivamente em relação à pesquisa anterior, Boulos enfrenta o desafio de expandir sua base de apoio para além dos nichos tradicionais da esquerda. Sua candidatura, entretanto, se fortaleceu com o apoio de líderes influentes da cena progressista, como a deputada federal Sâmia Bomfim e o ex-presidenciável Guilherme Boulos. Além disso, a presença de Marina Silva como sua vice tem reforçado sua posição entre os eleitores que priorizam a sustentabilidade e o combate às mudanças climáticas.
A reação do eleitorado e o cenário para o segundo turno
Com a proximidade das eleições de 2024, o cenário político em São Paulo se mostra cada vez mais imprevisível. A ascensão de Pablo Marçal, combinada com a estabilidade de Boulos e Nunes, sugere uma disputa acirrada rumo ao segundo turno. Embora Nunes e Boulos sejam, até o momento, os favoritos para avançar, o crescimento de Marçal pode alterar as dinâmicas da eleição e resultar em surpresas nas próximas semanas.
Além disso, o aumento no número de indecisos e a queda nos votos brancos e nulos indicam que muitos eleitores ainda estão reavaliando suas escolhas, o que pode beneficiar qualquer um dos três principais candidatos. A disputa segue aberta, e o comportamento dos eleitores nas próximas semanas será crucial para determinar quem ocupará a cadeira mais importante do Palácio do Anhangabaú.
Por fim, a eleição de 2024 em São Paulo está se tornando um campo de batalhas ideológicas, com candidatos de diferentes espectros políticos buscando conquistar o eleitorado através de propostas que vão desde a gestão eficiente até a defesa de valores tradicionais e a luta por justiça social. Como o cenário está em constante mudança, é possível que novos desdobramentos surjam, redesenhando o panorama eleitoral e tornando essa uma das disputas mais emocionantes dos últimos anos.