Real Time Big Data: Marçal cresce, Nunes cai, e Boulos fica estável


A corrida para a Prefeitura de São Paulo em 2024 está acirrada. A mais recente pesquisa do instituto Real Time Big Data, divulgada nesta sexta-feira (4), mostra um cenário de empate técnico entre os principais candidatos na disputa. Pablo Marçal (PRTB), Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB) lideram a disputa, com uma diferença de poucos pontos percentuais entre eles.


Conforme os dados divulgados, Pablo Marçal, empresário e estreante na política, aparece com 27% das intenções de voto, consolidando uma leve vantagem numérica. O deputado federal Guilherme Boulos segue logo atrás, com 26%, e o atual prefeito, Ricardo Nunes, fecha o trio, com 24%. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, o que configura um empate técnico entre os candidatos.


Um Cenário Incerto a Poucos Dias da Eleição


Com o pleito marcado para este domingo (6), a eleição para a prefeitura de São Paulo está em um momento crítico. As oscilações nas pesquisas indicam que o resultado permanece indefinido, e o papel do eleitor indeciso pode ser decisivo. A pesquisa, realizada entre os dias 2 e 3 de outubro, ouviu mil eleitores paulistanos e apresentou um índice de confiança de 95%. Esse empate técnico reflete a incerteza e o equilíbrio que têm marcado essa disputa.


Na pesquisa espontânea, quando os entrevistados indicam o nome do candidato sem uma lista prévia, Marçal e Boulos também aparecem com 21%, enquanto Nunes é mencionado por 19% dos eleitores. Já a deputada federal Tabata Amaral (PSB) figura em quarto lugar, com 12%, enquanto José Luiz Datena (PSDB) e Marina Helena (Novo) obtêm 3% das intenções de voto cada um.


O Crescimento de Pablo Marçal


Pablo Marçal, que vem da área empresarial, tem se destacado pela sua crescente popularidade. Sua campanha tem sido marcada por uma forte presença nas redes sociais e por um discurso que promete "renovação" e "gestão eficiente". Ele tem conquistado o eleitorado insatisfeito com os políticos tradicionais, e a recente pesquisa mostra um crescimento de dois pontos percentuais desde o levantamento anterior.


Além disso, Marçal tem se posicionado como uma alternativa aos extremos da política, conseguindo apoio tanto de setores mais conservadores quanto de parte da classe média paulistana. Seu principal desafio agora é manter esse crescimento até o dia da votação, enfrentando adversários já estabelecidos na política paulistana, como Boulos e Nunes.


Boulos e Sua Base Consolidada


Guilherme Boulos, por sua vez, continua a ser uma figura popular entre o eleitorado progressista e as comunidades de baixa renda. Conhecido por seu trabalho como líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Boulos mantém uma base consolidada em São Paulo, especialmente nas periferias. Ele também é um forte defensor de pautas sociais, como a ampliação do acesso à moradia e à saúde pública de qualidade.


Nas últimas semanas, Boulos intensificou sua campanha nas áreas mais vulneráveis da cidade, buscando reforçar seu apelo entre os eleitores das periferias. Seu foco tem sido destacar a necessidade de uma gestão voltada para a redução das desigualdades e o fortalecimento dos serviços públicos.


No entanto, apesar de sua liderança entre o eleitorado de esquerda, Boulos enfrenta dificuldades em ampliar sua base para outros segmentos. A pesquisa mostra que ele manteve seu índice estável em relação ao levantamento anterior, o que indica que o candidato ainda precisa conquistar os eleitores indecisos para consolidar sua posição.


O Desafio de Ricardo Nunes


Ricardo Nunes, atual prefeito de São Paulo, busca a reeleição em um cenário de desafios. Apesar de ter uma base de apoio consistente, especialmente entre os eleitores mais conservadores e o setor empresarial, sua campanha tem enfrentado dificuldades para crescer nas pesquisas. O prefeito tem oscilado nas intenções de voto, e a pesquisa mais recente aponta uma queda de um ponto percentual desde o levantamento anterior.


Nunes, que assumiu a prefeitura após a morte de Bruno Covas, tem pautado sua campanha na continuidade dos projetos da gestão anterior. Ele destaca os avanços na área da saúde e na infraestrutura urbana, mas enfrenta críticas pela falta de inovação em sua administração. Além disso, a pandemia e seus desdobramentos econômicos continuam a ser um ponto sensível, com muitos eleitores ainda insatisfeitos com a resposta da prefeitura à crise sanitária.


Um dos grandes desafios para Nunes é reconquistar a confiança do eleitorado da classe média, que tem mostrado insatisfação com a atual gestão. Com a eleição a poucos dias, sua equipe intensificou os esforços de campanha, apostando em uma agenda voltada para o crescimento econômico e a segurança pública.


Outros Candidatos na Disputa


A pesquisa também trouxe dados sobre outros candidatos, que aparecem com intenções de voto mais baixas. A deputada federal Tabata Amaral (PSB), que desponta como uma liderança jovem e progressista, mantém 12% das intenções de voto. Tabata tem se apresentado como uma defensora da educação e das pautas feministas, mas ainda enfrenta dificuldades para crescer em meio ao cenário polarizado da disputa.


Já o apresentador de TV José Luiz Datena (PSDB) e a economista Marina Helena (Novo) aparecem empatados com 3% cada. Datena, que é uma figura conhecida do público por sua atuação na televisão, tem apostado em um discurso de segurança pública, mas sua candidatura não tem conseguido decolar nas pesquisas. Marina Helena, por sua vez, defende uma agenda liberal e voltada para o empreendedorismo, mas ainda não conseguiu ganhar tração entre os eleitores.


Outros candidatos, como Altino (PSTU), Bebeto Haddad (DC), Ricardo Senese (UP) e João Pimenta (PCO), não pontuaram nas intenções de voto.


Cenário Indefinido e a Decisão do Eleitorado


Com um cenário de empate técnico entre os três principais candidatos, a eleição deste domingo (6) permanece indefinida. A decisão final pode ser influenciada pelos eleitores indecisos, que ainda representam uma parcela significativa do eleitorado. Segundo a pesquisa, 17% dos eleitores não sabem em quem votar ou não responderam à questão.


Outro ponto importante é a taxa de rejeição dos candidatos, que pode influenciar diretamente o resultado. Marçal, Boulos e Nunes têm trabalhado intensamente para diminuir seus índices de rejeição e conquistar o voto dos indecisos.


Com o pleito se aproximando, as próximas horas serão cruciais para os candidatos. A mobilização nas redes sociais, a realização de eventos e as aparições na mídia serão determinantes para definir o próximo prefeito de São Paulo.

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