Valdemar revela poderosa "carta na manga" para anistia de Bolsonaro


 O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, revelou nesta quinta-feira (17) que o partido possui uma "carta na manga" para tentar garantir a anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro. A estratégia, que visa restaurar a elegibilidade de Bolsonaro para as eleições de 2026, será uma condição essencial para o PL apoiar candidatos nas disputas internas pelo comando da Câmara dos Deputados e do Senado.


Valdemar afirmou que o processo de anistia para Bolsonaro não está diretamente ligado à proposta atualmente em tramitação no Congresso, que perdoa envolvidos nos atos do dia 8 de janeiro, mas acredita que, com o andamento das negociações, o partido conseguirá inserir o nome do ex-presidente na pauta. "A [proposta da] anistia não trata do assunto do Bolsonaro, nós vamos ter que fazer isso no andamento, no andar da carruagem. Temos que por isso na pauta do presidente da Câmara e do presidente do Senado a ser eleito para ter o nosso apoio", declarou Valdemar durante uma entrevista.


O Partido Liberal, que atualmente possui a maior bancada na Câmara dos Deputados, com 92 parlamentares, além de 14 senadores, já está em intensa articulação para garantir que a pauta da anistia de Bolsonaro avance no próximo ano. As eleições internas para as presidências da Câmara e do Senado, previstas para fevereiro de 2025, são vistas como um momento crucial para o partido pressionar os futuros presidentes das duas Casas a colocarem a proposta em discussão.


As negociações para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara e de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) no comando do Senado já começaram a movimentar os bastidores do Congresso. O apoio do PL é considerado fundamental para qualquer candidato que pretenda concorrer aos cargos, dada a força da bancada na Câmara e a influência da sigla no Senado. Dessa forma, o partido pretende usar sua força política como moeda de troca para conseguir avançar com a pauta da anistia.


O projeto de lei que trata da anistia para os participantes dos atos de 8 de janeiro ainda está em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados e, até o momento, não inclui uma previsão para o perdão de Bolsonaro. No entanto, Valdemar Costa Neto foi claro ao dizer que a bancada do PL está determinada a fazer os ajustes necessários no texto para incluir o ex-presidente no rol de beneficiários. "Vamos lutar para ajustar o projeto e garantir que o nome de Bolsonaro esteja lá. Não vamos descansar até que essa questão seja resolvida", afirmou o líder do partido.


Bolsonaro foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em junho de 2023, após ser acusado de abuso de poder político e econômico durante a campanha eleitoral de 2022. A condenação o tornou inelegível até 2030, impossibilitando-o de concorrer a qualquer cargo público até lá. Desde então, aliados de Bolsonaro têm buscado alternativas jurídicas e políticas para reverter a decisão, e a proposta de anistia que tramita no Congresso surgiu como uma das possibilidades.


Embora Valdemar Costa Neto reconheça que a questão ainda pode ser debatida no Supremo Tribunal Federal (STF), ele afirmou que considera "mais fácil" resolver a situação por meio de uma decisão do Congresso Nacional. "O caminho judicial é sempre uma opção, mas, no momento, acreditamos que uma decisão política por parte do Congresso é o caminho mais viável. Isso evitaria uma série de complicações jurídicas e nos permitiria resolver a questão de forma mais rápida e eficaz", argumentou.


Nos bastidores, há uma crescente expectativa sobre o desfecho das articulações do PL em relação à anistia de Bolsonaro. O apoio que o partido oferece nas eleições internas da Câmara e do Senado poderá ser decisivo para garantir a inclusão da pauta nos debates legislativos de 2025. Com uma base forte e bem articulada, Valdemar Costa Neto espera que o partido consiga influenciar os rumos das discussões no Congresso e, consequentemente, viabilizar a candidatura de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2026.


No entanto, o cenário ainda é incerto. O projeto de anistia enfrenta resistência de outras siglas e setores do Congresso, que acreditam que a proposta é uma forma de enfraquecer as punições impostas a indivíduos e grupos que apoiaram os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. A inclusão de Bolsonaro na proposta também pode gerar polêmica, visto que o ex-presidente enfrenta processos em diversas instâncias judiciais.


Por outro lado, Valdemar Costa Neto parece confiante no potencial de articulação do PL e na possibilidade de alcançar seus objetivos. "Estamos no caminho certo, e temos a carta na manga para fazer isso acontecer", concluiu, sugerindo que as próximas semanas serão decisivas para o futuro político de Jair Bolsonaro.
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