Recentemente, informações internas vazadas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vieram à tona, trazendo à luz o que alguns de seus ministros pensam sobre a situação de inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo essas informações, as chances de Bolsonaro conseguir reverter o quadro e participar das eleições presidenciais de 2026 são extremamente reduzidas. Os ministros do TSE indicam que "são mínimas as margens" para que o ex-presidente obtenha uma decisão favorável que lhe permita concorrer novamente.
Bolsonaro já havia mencionado publicamente que, se sua inelegibilidade se mantiver até 2026, ele cogitaria "jogar a toalha", sinalizando que desistiria de futuras tentativas de retorno ao cenário político nacional. Essa declaração gerou discussões entre seus apoiadores e críticos, com muitos observando que o cenário jurídico atual parece não ser favorável ao ex-presidente.
A principal esperança de Bolsonaro e seus aliados seria a ocorrência de um fato novo, de grande impacto, que pudesse reverter sua inelegibilidade. Segundo os ministros do TSE, apenas um evento com grande repercussão, possivelmente uma mudança drástica no entendimento jurídico ou uma revelação significativa, poderia alterar o curso das condenações que atualmente impedem o ex-presidente de disputar cargos públicos.
Além disso, qualquer tentativa de reverter a inelegibilidade de Bolsonaro dependeria de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), algo que, nas atuais circunstâncias, é considerado improvável. O STF tem sido uma instância fundamental nas decisões judiciais envolvendo figuras políticas de grande relevância, e, até o momento, não há indícios de que a corte esteja inclinada a revisar as decisões que condenaram o ex-presidente.
A comparação com a trajetória política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido recorrente entre os aliados de Bolsonaro. Eles citam a chamada "jurisprudência Lula" como um argumento para tentar reverter a situação de Bolsonaro. Em 2018, Lula foi condenado no caso do triplex do Guarujá e chegou a ser preso. Naquele ano, o petista ainda tentou se candidatar à Presidência da República, mas o TSE indeferiu seu registro com base na Lei da Ficha Limpa, que impede candidatos condenados em segunda instância de concorrerem.
No entanto, em 2021, o Supremo Tribunal Federal anulou as condenações de Lula, permitindo que ele voltasse à cena política e participasse das eleições de 2022, nas quais saiu vitorioso. A decisão do STF foi baseada no argumento de que a operação Lava Jato, responsável pela condenação de Lula, havia agido de forma parcial, especialmente após o vazamento de mensagens entre procuradores da força-tarefa.
Dessa forma, os apoiadores de Bolsonaro esperam que um "fato novo" com proporções semelhantes ao ocorrido no caso de Lula possa reverter a inelegibilidade do ex-presidente. No entanto, os próprios ministros do TSE avaliam que esse cenário é pouco provável, uma vez que as circunstâncias que levaram à anulação das condenações de Lula foram específicas e envolveram questões relacionadas à parcialidade judicial, algo que não parece estar presente no caso de Bolsonaro até o momento.
Bolsonaro e seus aliados têm reforçado essa comparação entre os dois casos em entrevistas e manifestações públicas. Eles argumentam que, assim como Lula foi considerado inelegível em um momento e depois teve suas condenações revertidas, Bolsonaro também poderia ter o mesmo destino, caso um fato relevante venha à tona. No entanto, até o presente momento, não há indícios concretos de que tal fato esteja no horizonte.
O ambiente político em torno dessa questão é marcado por incertezas e especulações. Embora Bolsonaro tenha um forte grupo de apoiadores, que continuam a defender sua inocência e a alegar perseguição política, o cenário jurídico não parece favorável ao ex-presidente. As condenações que o tornaram inelegível, relacionadas a atos cometidos durante seu mandato, foram sustentadas por um conjunto de provas e decisões que dificilmente seriam anuladas sem um evento extraordinário.
A expectativa, portanto, é de que o caminho para Bolsonaro seja desafiador, tanto no âmbito jurídico quanto político. Embora ele continue sendo uma figura influente na política brasileira, sua inelegibilidade pode se tornar um obstáculo insuperável, a menos que algo imprevisível aconteça nos próximos anos.
Diante disso, resta saber como o ex-presidente e seus aliados irão se posicionar à medida que as eleições de 2026 se aproximam. Bolsonaro, que liderou uma base política sólida durante seu mandato, enfrenta agora o desafio de manter essa força política em um cenário em que sua participação direta nas eleições está em risco. Caso a inelegibilidade persista, o ex-presidente terá de decidir se apoiará outro candidato ou se realmente "jogará a toalha", como ele próprio mencionou. O desfecho dessa questão, que envolve tanto a esfera política quanto a jurídica, ainda é incerto, mas será fundamental para definir os rumos das eleições futuras no Brasil.