Bolsonaro revela o que fará se Moraes negar sua ida à posse de Trump


 O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) abordou sua possível presença na posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, durante uma entrevista concedida ao jornal O Globo. Na conversa, Bolsonaro revelou detalhes de seus planos e desafios futuros, em particular sobre a possibilidade de reverter sua inelegibilidade para as eleições presidenciais de 2026, além de tratar de sua intenção de estar presente na cerimônia de posse de Trump. Bolsonaro destacou o papel do Congresso Nacional em aprovar um projeto de anistia que poderia reverter a inelegibilidade, permitindo que ele concorra nas próximas eleições.


Quando questionado sobre sua ida aos Estados Unidos para a posse, Bolsonaro foi enfático sobre sua expectativa de ser convidado para o evento. Ele mencionou que pretende fazer uma petição ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, responsável por diversos processos e decisões que impactaram o ex-presidente nos últimos anos. Bolsonaro afirmou que o Congresso Nacional tem a possibilidade de aprovar uma anistia que revogue sua inelegibilidade, concedendo-lhe a chance de disputar as próximas eleições presidenciais.


"Vou fazer uma petição para o Alexandre [de Moraes]. Ele decidirá. Se indeferir, tem alguma alternativa?", questionou Bolsonaro durante a entrevista, ressaltando que, se o pedido for negado, ele simplesmente acompanhará a cerimônia de posse de Trump do Brasil, pela televisão. Demonstrando otimismo quanto ao convite, Bolsonaro também ironizou a possibilidade de o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ser chamado para o evento. “Você acha que Trump vai convidar Lula para a posse? A não ser protocolarmente”, disse Bolsonaro, sugerindo que o convite ao petista seria apenas uma formalidade, caso acontecesse.


A relação entre Bolsonaro e Trump tem sido notória e marcada por uma proximidade ideológica. Ambos líderes compartilharam opiniões semelhantes em relação a temas como políticas de segurança, defesa de valores tradicionais e crítica às restrições impostas durante a pandemia de COVID-19. Durante o mandato, Bolsonaro sempre se posicionou como um aliado de Trump, e essa proximidade, ao que tudo indica, continua sendo um símbolo de sua identidade política. A expectativa de que ele esteja presente na posse de Trump reforça essa aliança que transcende fronteiras, além de manter uma ponte entre a direita conservadora dos dois países.


Bolsonaro também fez questão de abordar sua situação política no Brasil. Desde que foi declarado inelegível, o ex-presidente tem insistido na necessidade de uma revisão de sua condição eleitoral. Na entrevista, ele reiterou o papel essencial do Congresso para que isso seja viabilizado. “O Congresso tem que se posicionar sobre isso”, afirmou Bolsonaro. Para ele, os parlamentares brasileiros têm um papel fundamental em apoiar projetos de lei que possam reverter sua inelegibilidade, especialmente à medida que a corrida eleitoral de 2026 se aproxima e seu grupo político se prepara para as disputas futuras. A possível anistia seria vista por Bolsonaro como uma oportunidade de retorno à política ativa, algo que ele considera importante não apenas para ele, mas para a continuidade das pautas que defendeu durante seu governo.


Outro ponto relevante na conversa foi a relação do ex-presidente com o Supremo Tribunal Federal. Desde o término de seu mandato, Bolsonaro tem criticado várias decisões judiciais e frequentemente questiona o papel dos ministros do STF, em particular Alexandre de Moraes. As tensões entre Bolsonaro e Moraes são bem conhecidas no cenário político brasileiro, especialmente em virtude de investigações e processos judiciais que envolvem o ex-presidente e sua base de apoio. Moraes, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), desempenhou um papel significativo nas investigações sobre as eleições e a desinformação, temas que envolveram diretamente Bolsonaro e aliados próximos.


A declaração de Bolsonaro sobre a posse de Trump reflete não apenas seu posicionamento internacional, mas também sua estratégia política para o futuro. Sua base de apoio vê em Trump um aliado importante, o que explica a relevância da sua possível ida à posse do republicano. Esse evento pode servir como um sinal de que Bolsonaro continua relevante no cenário político global, especialmente entre os movimentos conservadores. Ainda que a decisão final esteja nas mãos de Moraes, Bolsonaro deixou claro que sua posição é de confiança no convite por parte de Trump, e que, em última instância, ele estará preparado para enfrentar qualquer impedimento, mesmo que seja necessário acompanhar o evento de seu próprio país.


Bolsonaro terminou a entrevista sem deixar claro se já conversou com membros do Congresso para discutir o projeto de anistia, mas seu tom sugere que a ideia está em pauta e que ele está confiante na possibilidade de contornar a situação. Enquanto a batalha jurídica e política de Bolsonaro continua, o ex-presidente reafirma sua posição como uma figura central no cenário conservador, e a possível presença na posse de Trump representa, para ele e seus apoiadores, um símbolo de resistência e de sua ligação com a política norte-americana.


Em resumo, a entrevista de Bolsonaro ao jornal O Globo destacou seus planos, a proximidade com Trump e a determinação em reverter a inelegibilidade. Além disso, ele demonstrou que sua presença em um evento internacional como a posse de Trump vai além de um mero desejo pessoal; trata-se de um movimento estratégico, que busca reforçar sua base de apoio e sua relevância no cenário político nacional e internacional, enquanto desafia a oposição política e as limitações jurídicas que enfrenta atualmente.
Postagem Anterior Próxima Postagem