Com apenas uma pergunta, Bolsonaro destrói todas as narrativas sobre acusação de "tentativa de golpe"


 O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu uma entrevista ao jornal O Globo, onde abordou as acusações de “tentativa de golpe” e rebateu as acusações de maneira contundente. Na entrevista, Bolsonaro destacou o papel fundamental do Congresso Nacional na aprovação de um projeto de anistia que poderia reverter sua inelegibilidade, abrindo o caminho para sua candidatura nas próximas eleições presidenciais em 2026. Além de expor sua visão sobre a Constituição e o papel dela nos conflitos institucionais, ele usou uma pergunta direta para desconstruir as narrativas que o associam a uma tentativa de golpe.


Quando questionado sobre rumores de que ele teria discutido a possibilidade de decretar estado de sítio, Bolsonaro respondeu com outra pergunta: “Discutir estado de sítio é algum crime?” Com essa afirmação, ele pôs em xeque a lógica das acusações e, sem admitir ou negar diretamente se teria debatido o assunto, ressaltou a importância de considerar a legalidade e a responsabilidade dos poderes envolvidos. Ele afirmou que o próprio Congresso Nacional é a única instituição com autoridade para autorizar um decreto de estado de sítio, enfatizando que, durante sua gestão, sempre orientou seus ministros a seguirem os “remédios” previstos na Constituição.


Bolsonaro fez questão de esclarecer que considera a Constituição Federal como o instrumento central para lidar com questões institucionais. Ele disse que, em diversas ocasiões, reafirmou para os ministros de sua gestão que qualquer solução para os problemas institucionais do país deveria ser encontrada “dentro da Constituição”. O ex-presidente criticou as alegações de que teria tentado articular um golpe após o resultado das eleições, destacando que é inviável realizar tal ato em meio à dispersão de apoio que ocorre após uma derrota eleitoral. Segundo Bolsonaro, a ideia de um golpe nesse contexto seria completamente absurda.


“O TSE anunciou o resultado, e quem está no comando do Executivo não foi reeleito. Como é que alguém vai seguir adiante com uma tentativa de golpe? Ninguém vai contigo, é impossível”, explicou. Bolsonaro destacou que, quando um presidente perde uma eleição, uma grande parte do seu apoio desaparece, inclusive entre os próprios ministros. Ele exemplificou dizendo que aproximadamente 80% dos ministros deixam de apoiar o líder derrotado, enquanto apenas 10% ainda mantêm algum nível de lealdade, e outros 10% se mantêm indecisos ou neutros. Nessa situação, ele argumentou, seria irreal e absurdo considerar qualquer tentativa de manter-se no poder por meios ilegítimos.


Bolsonaro ainda fez uma analogia curiosa, dizendo que, se ele convidasse seus ministros para um churrasco após o resultado das eleições, apenas três dos 23 ministros compareceriam. Com essa imagem, o ex-presidente tentou ilustrar o enfraquecimento da base de apoio que ocorre após uma derrota eleitoral, tornando inviável qualquer ação para continuar no poder. Ele desafiou, portanto, a credibilidade das acusações de tentativa de golpe, afirmando que não há como sustentar essas teorias com base no cenário político real após o término de um mandato sem reeleição.


Na entrevista, Bolsonaro também voltou a mencionar o papel do Congresso na possível reversão de sua inelegibilidade, destacando a importância de um projeto de anistia que possa restabelecer seus direitos políticos. Ele declarou que o Congresso tem uma missão importante na construção de um ambiente político em que ele possa disputar as eleições em 2026. Sua fala evidencia que Bolsonaro está determinado a buscar um retorno ao cenário político nas próximas eleições presidenciais, e a estratégia de apelar para o Congresso é um dos caminhos que ele e seus aliados estão dispostos a trilhar para atingir esse objetivo.


A entrevista de Bolsonaro ao jornal O Globo gerou repercussão nas redes sociais e em diferentes plataformas de comunicação, com reações variadas entre apoiadores e críticos. Seus aliados viram nas declarações uma resposta sólida às acusações de tentativa de golpe, enquanto os opositores questionaram a sinceridade de suas alegações e a interpretação que ele fez dos acontecimentos.


A controvérsia sobre as intenções de Bolsonaro nos últimos dias de seu mandato continua sendo um tema relevante e polarizador. Seus críticos argumentam que as declarações dadas na entrevista ao jornal O Globo não desconstroem completamente as dúvidas sobre seu comportamento e intenções após a derrota nas eleições. No entanto, para seus apoiadores, a resposta do ex-presidente representa um alívio e uma oportunidade para encerrar as especulações e desmentir as narrativas que o associam a uma tentativa de golpe.


Com a aproximação das eleições de 2026, é provável que Bolsonaro e seus aliados intensifiquem a estratégia de mobilizar o Congresso e garantir que ele esteja apto a concorrer novamente. Ao mesmo tempo, o debate sobre sua inelegibilidade e o papel das instituições democráticas na solução desse impasse deverá ganhar ainda mais destaque, fazendo com que o cenário político do país se torne cada vez mais intenso e movimentado nos próximos meses.


A entrevista do ex-presidente reafirma sua disposição de voltar à disputa política e indica que ele considera as próximas eleições uma oportunidade de reverter as condições desfavoráveis que enfrentou no fim de seu mandato. Entre questionamentos sobre narrativas de golpe e propostas de anistia, Bolsonaro segue como uma figura central e polarizadora no cenário político brasileiro, alimentando debates que prometem repercutir até 2026.
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