Eduardo Bolsonaro desafia delegado Fabio Shor e ridiculariza jornalista Guilherme Amado (veja o vídeo)


 O deputado federal Eduardo Bolsonaro voltou a causar polêmica ao desafiar publicamente o delegado Fábio Shor e ridicularizar o jornalista Guilherme Amado. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o parlamentar fez duras críticas ao delegado, que estaria deixando os inquéritos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, além de relembrar episódios envolvendo o jornalista. As declarações, carregadas de tom provocativo, reacenderam debates políticos e levantaram questões sobre as tensões crescentes entre setores do governo e membros do Judiciário.


No vídeo, Eduardo Bolsonaro inicia seu discurso dirigindo-se diretamente a Fábio Shor, desafiando-o a permanecer à frente das investigações. "Fica, Fábio Shor. Fica no comando se você tem coragem. Se você não é um cachorrinho do Alexandre de Moraes", provoca o deputado. A fala parece estar relacionada à recente saída do delegado de inquéritos considerados polêmicos, que vinham sendo conduzidos sob orientação do ministro do Supremo Tribunal Federal. O deputado sugeriu que a atitude de Shor seria um sinal de submissão a Moraes, figura central em investigações envolvendo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.


Eduardo foi além e trouxe à tona um episódio envolvendo o delegado e a casa do jornalista Oswaldo Eustáquio, ativista bolsonarista. Segundo ele, durante uma diligência, teria ocorrido um incidente envolvendo a filha de Eustáquio, menor de idade, que teria alegado apalpação em suas partes íntimas. "Você não foi na casa do Oswaldo Eustáquio. Não teve a filha dele, menor de idade, falando que foi apalpada nas partes íntimas. Fica aí, Fábio Shor. Você não é o cara? Tá fugindo?", disparou Eduardo, questionando a postura do delegado e insinuando irregularidades.


Além de criticar Shor, o deputado também direcionou ataques ao jornalista Guilherme Amado, ex-Metrópoles, lembrando sua atuação em episódios recentes. Amado foi responsável por divulgar informações que, segundo Eduardo, teriam sido usadas por Alexandre de Moraes para embasar a prisão de Filipe Martins, ex-assessor especial de assuntos internacionais da Presidência da República. Eduardo classificou a prisão como "absurda e ilegal", colocando em xeque a credibilidade do jornalista. A saída de Amado do Metrópoles também foi mencionada, em tom de deboche, como uma espécie de derrota pessoal do jornalista.


O contexto dessas declarações está inserido em um cenário político já tenso, especialmente com a proximidade das eleições nos Estados Unidos, que podem marcar o retorno de Donald Trump à presidência. Eduardo, um dos principais apoiadores do ex-presidente norte-americano no Brasil, destacou que a possível vitória de Trump trará mudanças significativas no cenário internacional. "O ‘sistema’ não esperava essa mudança que está para acontecer com o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos", afirmou o deputado, sugerindo que a eventual vitória de Trump representará uma reviravolta política também no Brasil.


As declarações de Eduardo Bolsonaro rapidamente repercutiram, dividindo opiniões nas redes sociais. Enquanto apoiadores do deputado celebraram suas falas como demonstração de coragem e resistência contra o que chamam de "autoritarismo do STF", críticos apontaram as declarações como mais um exemplo de ataques infundados e desrespeitosos às instituições democráticas. Fábio Shor e Guilherme Amado, por sua vez, ainda não se pronunciaram oficialmente sobre as falas do parlamentar.


O episódio também reacende debates sobre a postura de parlamentares no uso das redes sociais para criticar adversários políticos e figuras públicas. Desde o início do governo Bolsonaro, as redes sociais têm se tornado um campo de batalha político, com trocas de acusações e polêmicas que muitas vezes extrapolam os limites da civilidade. Especialistas em ciência política avaliam que esse tipo de estratégia, embora eficaz para mobilizar bases de apoio, contribui para o acirramento das divisões políticas no país.


Além disso, as acusações levantadas por Eduardo contra Fábio Shor e Guilherme Amado podem trazer desdobramentos legais. No caso de Shor, as insinuações sobre irregularidades em sua conduta profissional poderão ser investigadas pelas autoridades competentes, caso sejam formalizadas. Já no que diz respeito ao jornalista Guilherme Amado, a menção de seu nome em um contexto depreciativo pode levar a eventuais processos judiciais por danos morais, dependendo da reação do profissional.


Enquanto isso, o deputado parece manter sua linha combativa, apostando em uma retórica que o aproxima de seu público fiel e reforça sua imagem como defensor das pautas bolsonaristas. As críticas ao STF, a defesa de aliados do governo e o alinhamento com líderes da direita internacional, como Donald Trump, seguem como pilares de sua atuação política e estratégia de comunicação.


O caso reflete, mais uma vez, o ambiente polarizado que domina a política brasileira, em que figuras públicas utilizam de declarações fortes e, muitas vezes, controversas para se posicionar e mobilizar apoio. Resta saber quais serão os próximos capítulos dessa história e como os envolvidos reagirão às acusações feitas por Eduardo Bolsonaro.
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