Em entrevista ao programa CB.Poder Especial, uma parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília, a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, comentou nesta quinta-feira (14) os novos desdobramentos das investigações sobre Francisco Wanderley Luiz, o homem que morreu em uma explosão em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a governadora, mensagens encontradas no celular de Wanderley Luiz revelam uma ameaça contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, indicando uma intenção de assassiná-lo. Essa informação teria sido descoberta nas conversas de WhatsApp do homem, que mostrariam indícios de um quadro de desequilíbrio emocional e psicológico.
Celina Leão frisou a gravidade das mensagens encontradas no celular do suspeito e destacou a importância de uma investigação abrangente. Segundo ela, a declaração de Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, foi equilibrada ao abordar o caso. Ela observou que Wanderley Luiz foi filiado ao PL em 2020, antes mesmo de Jair Bolsonaro se filiar ao partido. No entanto, a governadora destacou que isso não deve ser interpretado de forma a apontar uma ligação direta entre o partido e o comportamento extremo do suspeito. Para Celina, o conteúdo encontrado nas mensagens de WhatsApp do suspeito sugere uma personalidade instável e reforça que qualquer investigação sobre o incidente deve levar em conta esse desequilíbrio.
A governadora ressaltou que é fundamental não simplificar as motivações por trás das ações de Wanderley Luiz, evitando interpretações limitadas ou sensacionalistas. Segundo ela, é essencial que a análise investigativa considere o comportamento aparentemente instável do suspeito, que, em suas palavras, é evidenciado pelo desejo declarado de atentar contra a vida de Bolsonaro. Para Celina, comportamentos extremistas como esse demonstram um profundo desequilíbrio e são incapazes de adotar uma postura de bom senso, diálogo ou compromisso com os princípios republicanos, fatores que, segundo ela, deveriam guiar a convivência democrática.
Ainda segundo Celina Leão, os elementos encontrados até o momento reforçam a necessidade de vigilância contra manifestações extremistas, que, ao radicalizarem o discurso, tornam-se um risco para a sociedade. Em sua análise, pessoas que chegam a esse ponto de radicalismo geralmente apresentam sinais de instabilidade que não podem ser ignorados. Para ela, o combate a atitudes extremistas deve ser feito com firmeza, pois elas colocam em risco a segurança pública e o convívio pacífico. A governadora destacou que a falta de equilíbrio emocional e psicológico faz com que esses indivíduos adotem posturas de confronto e incapacidade de diálogo, características que, segundo ela, jamais poderão ser compatíveis com uma decisão madura e responsável dentro do contexto democrático.
A abordagem da governadora em relação ao ocorrido teve como objetivo contextualizar a importância de evitar interpretações precipitadas sobre o perfil de Wanderley Luiz e a natureza de suas ações. Ao reforçar o posicionamento de Valdemar Costa Neto, que procurou desvincular o partido PL das ações extremas do suspeito, Celina argumentou que filiações partidárias ou laços políticos não devem ser usados para caracterizar um grupo em função das ações de um indivíduo. Segundo ela, é preciso discernimento para entender que o extremismo é uma manifestação isolada que requer análise individualizada, e o simples vínculo partidário do suspeito não deve ser confundido com um apoio institucional a atitudes que contrariam os princípios democráticos.
Celina Leão também mencionou que o incidente no STF reforça o alerta sobre a necessidade de mecanismos preventivos para detectar sinais de comportamentos extremistas e suas possíveis consequências. Para ela, é fundamental que a sociedade e o Estado estejam atentos a indícios de radicalização, que podem levar a tragédias como a explosão em frente ao STF. A governadora salientou que o equilíbrio emocional é crucial para uma convivência pacífica e para o diálogo democrático, e que a ausência desse equilíbrio pode resultar em comportamentos que põem em risco a estabilidade institucional e a segurança pública.
A análise da governadora sobre o episódio e as ameaças contidas nas mensagens de Wanderley Luiz ressalta a complexidade de lidar com indivíduos que, devido a fatores emocionais ou psicológicos, acabam agindo de forma agressiva e com potencial de risco à segurança de terceiros. Ao pontuar que o extremismo nunca é capaz de "tomar uma decisão republicana" ou de "dialogar", Celina Leão reafirmou a necessidade de vigilância contra comportamentos que ultrapassam o limite do razoável e buscam impor seus interesses pela força.
O caso de Francisco Wanderley Luiz levanta um debate sobre o papel de políticas públicas de saúde mental e prevenção à radicalização, assim como a importância de se criar uma cultura de diálogo e respeito às divergências. O episódio também alerta para a responsabilidade das autoridades em evitar que casos de violência política ou pessoal sejam interpretados de forma simplista, sem considerar a complexidade dos fatores envolvidos e a possibilidade de que o extremismo resulte de problemas individuais de instabilidade emocional e psicológica.
A declaração de Celina Leão reforça a importância de uma investigação cuidadosa e imparcial, que leve em conta todas as variáveis do caso, incluindo o histórico e as condições psicológicas do suspeito.
Então há registro no WhatsApp do homem que ele queria matar Bolsonaro também??? pic.twitter.com/U8BBkMKmcG
— RoziSNews (@RoziSNews) November 14, 2024