Luis Ernesto Lacombe, em sua coluna na Gazeta do Povo, causou um grande alvoroço ao soltar duras críticas contra o que ele considera um golpe político no Brasil. Em um texto enfático, o jornalista refutou a narrativa de uma simples "tentativa de golpe" e afirmou que o golpe já foi consumado, utilizando uma linguagem forte para descrever os eventos que, segundo ele, marcaram uma virada decisiva na história política recente do país.
Lacombe começa seu artigo afirmando que o golpe não foi apenas uma tentativa, mas sim uma ação concretizada de forma descarada. Para ele, as leis foram rasgadas ou manipuladas de acordo com interesses políticos, com o sistema jurídico sendo subvertido e as instâncias da justiça sendo ignoradas. Ele mencionou a criação de um "problema de CEP", um termo usado para ilustrar a forma como as reviravoltas judiciais aconteceram, desconsiderando procedimentos e normas legais.
O jornalista destacou o uso de provas ilegais, como mensagens obtidas de maneira ilícita, que nunca passaram por perícias, e criticou duramente a atuação do judiciário. Segundo Lacombe, um juiz de primeira instância foi “crucificado” e tratado como vilão, quando na realidade, ele apenas cumpria seu papel ao condenar um réu envolvido em corrupção e lavagem de dinheiro. No entanto, a sua decisão foi ratificada por sua substituta e também por desembargadores de segunda instância. A partir desse ponto, Lacombe afirma que o processo foi completamente subvertido, culminando em uma decisão da terceira instância que anulou todas as condenações.
Em um tom crítico, Lacombe relata o momento em que um ministro do Supremo Tribunal Federal, ao dar a sentença que favoreceu o réu, teria ficado tão emocionado que chegou a chorar. Ele considera esse gesto como um símbolo claro da política disfarçada que se instaurou, onde um condenado por crimes graves foi liberado e colocado novamente no caminho eleitoral, especificamente para concorrer à presidência. A manobra, segundo o jornalista, envolveu uma aliança estratégica entre o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que, com um desequilíbrio evidente, favoreceu o candidato "descondenado", enquanto dificultava as campanhas de seus adversários.
Lacombe também critica o uso da censura, que ele classifica como uma "garantia constitucional" quando direcionada contra um grupo específico, destacando como os opositores ao novo governo foram sistematicamente silenciados, com a mídia e artistas alinhados ao governo recebendo apoio financeiro. Para Lacombe, a eleição foi manipulada a favor de um projeto de poder, sem que houvesse uma verdadeira disputa democrática, com o Estado promovendo o vale-tudo para garantir a continuidade do poder em mãos específicas.
A análise de Lacombe não para por aí. Ele ainda faz uma previsão alarmante para o futuro político do Brasil, afirmando que, em 2026, aqueles que ousarem se opor a esse sistema de poder já estabelecido estarão fora do jogo eleitoral. Segundo o jornalista, os verdadeiros "golpistas" não permitirão que qualquer pessoa que se mostre disposta a desafiar a estrutura de poder tenha uma chance nas eleições. Ele vê isso como parte de um ciclo vicioso que visa eliminar qualquer oposição política, usando métodos como inquéritos ilegais e criando um clima de terror que silencia ou exila quem ousa levantar a voz contra o que ele considera um golpe em andamento.
Lacombe faz questão de frisar que essa situação não é apenas um retrocesso, mas um passo definitivo para a criação de um regime no qual aqueles que mantêm a crítica e defendem a verdade e as leis podem ser considerados "reacionários". Para ele, esses indivíduos estão, na verdade, resistindo a um golpe institucionalizado e lutando pela manutenção dos valores democráticos, da justiça e da liberdade.
No fim de sua coluna, o jornalista lança um apelo para que os brasileiros se unam em defesa do que ele acredita ser um país regido pelas leis e pela verdade, e não pelas manobras políticas e institucionais que, em sua visão, estão colocando em risco a democracia no Brasil. Lacombe conclui seu artigo dizendo que, embora a situação atual seja grave, aqueles que ainda acreditam no poder da lei e da liberdade não devem se calar diante do que ele vê como um ataque frontal ao sistema democrático. Para ele, a luta pela verdade e pela justiça continua, e é uma missão de todos os brasileiros que realmente amam o país.