Luciano Hang surpreende, quebra o silêncio, e diz o que pensa sobre escala 6X1


 Luciano Hang, proprietário da rede de lojas Havan, quebrou o silêncio e se posicionou sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pela deputada Erika Hilton (Psol-SP), que propõe o fim da escala de trabalho 6×1, modelo em que o trabalhador atua por seis dias consecutivos e tem direito a uma folga. A declaração do empresário, amplamente conhecido por suas opiniões contundentes sobre questões econômicas e políticas, gerou repercussão no setor empresarial e nas redes sociais.


Para Hang, a proposta não reflete os reais interesses dos trabalhadores brasileiros. Ele destacou que a prioridade dos brasileiros não é reduzir a carga horária, mas garantir melhores condições de vida, com mais estabilidade e oportunidades. Segundo ele, a busca não é por trabalhar menos, mas por viver com mais qualidade. “O brasileiro não quer trabalhar menos, ele quer, acima de tudo, viver melhor, com mais conforto, mais segurança, saúde, educação e independência. Quer ter uma melhor condição de vida e não viver de esmolas do Estado”, afirmou.


O empresário citou uma conversa recente com uma funcionária de sua rede de lojas para reforçar seu ponto de vista. Durante a inauguração de uma unidade no Rio Grande do Sul, a colaboradora teria afirmado que preferia trabalhar aos domingos do que enfrentar a incerteza de procurar emprego na segunda-feira. “Esse comentário reflete aquilo que as pessoas querem, que é a segurança de uma renda fixa e um ambiente de trabalho estável”, completou Hang.


Luciano Hang também mencionou um estudo interno conduzido pela equipe de Recursos Humanos da Havan, que avaliou os impactos de uma possível implementação da proposta. Segundo ele, a mudança representaria um aumento de 70% nos custos operacionais das empresas. Esse aumento não se limitaria ao setor empresarial, mas afetaria diretamente os consumidores, resultando em uma escalada nos preços dos produtos. Ele alertou que a inflação decorrente de custos mais altos poderia comprometer o poder de compra das famílias, especialmente as de menor renda.


“O que não afetaria apenas as empresas, mas também os consumidores, que enfrentariam preços mais altos. E sabemos que quando a inflação aumenta, impacta nos preços dos produtos, destruindo o poder de compra das famílias, especialmente as de menor renda”, pontuou Hang. Ele concluiu afirmando que, na prática, seria inviável reduzir a jornada de trabalho sem que houvesse cortes salariais, o que poderia trazer mais prejuízos do que benefícios aos trabalhadores.


A fala de Hang reacendeu o debate sobre o equilíbrio entre direitos trabalhistas e os custos operacionais das empresas, além de destacar as implicações econômicas de medidas que alterem a dinâmica atual do mercado de trabalho. Enquanto setores progressistas defendem a redução da carga horária como forma de melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, empresários como Hang alertam para os riscos econômicos e o impacto sobre a competitividade das empresas.


A proposta de Erika Hilton ainda está em tramitação no Congresso Nacional e precisa passar por várias etapas antes de ser aprovada. Contudo, declarações como a de Hang mostram a resistência que a PEC pode enfrentar entre empresários e setores conservadores. Para eles, a medida não apenas representaria um desafio operacional, mas também poderia comprometer a geração de empregos e o crescimento econômico em um momento em que o país busca estabilidade.


O posicionamento do empresário foi amplamente compartilhado nas redes sociais e gerou opiniões divididas. Enquanto alguns apoiaram suas declarações e destacaram a importância da estabilidade no mercado de trabalho, outros criticaram a visão de que o trabalhador deve abrir mão de direitos em prol de uma suposta estabilidade financeira. A controvérsia evidencia o quanto o tema ainda é sensível e divide opiniões.


Independentemente da posição de cada lado, o debate sobre a escala 6×1 toca em questões mais amplas sobre os rumos do mercado de trabalho no Brasil. Em um cenário econômico marcado por altos índices de desemprego e desigualdades sociais, encontrar o equilíbrio entre os interesses dos trabalhadores e as necessidades das empresas permanece um desafio. As próximas etapas da discussão legislativa da PEC serão decisivas para determinar como o país lidará com essa questão.


Luciano Hang, com sua habitual franqueza, lançou luz sobre os impactos econômicos e operacionais que a proposta pode gerar, mas também trouxe à tona reflexões importantes sobre o que realmente importa para os trabalhadores: a segurança de uma renda fixa e condições dignas para construir um futuro melhor. O debate continua, e a PEC promete ser um dos temas centrais na agenda trabalhista nos próximos meses.

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