O maior "terror" da Globo durante a pandemia vem à tona novamente


 Durante a pandemia de Covid-19, a atriz Maria Zilda, conhecida por sua autenticidade e personalidade forte, chamou atenção do público ao realizar lives nas redes sociais que logo se tornaram populares. Com conversas despojadas e sinceras, a atriz revelava histórias inesperadas sobre colegas do meio artístico, o que acabou causando repercussões e polêmicas. Entre as revelações que mais impactaram a mídia e os fãs estavam comentários sobre o mau hálito do ator José de Abreu e também sobre a sexualidade de Ary Fontoura. Estas falas francas renderam à atriz tanto críticas quanto elogios, gerando uma imagem de alguém que falava sem filtros, independentemente de quem pudesse se incomodar. No entanto, hoje, aos 73 anos, Maria Zilda parece ter adotado uma postura mais moderada e pacífica em relação ao que compartilha publicamente.


Em uma recente entrevista, Maria Zilda refletiu sobre essa fase das lives e reconheceu o impacto de sua sinceridade excessiva na vida das pessoas com quem convive. “Eu não quero mais dizer as coisas porque eu quero. Aí, pronto, magoo uma pessoa, a pessoa fica com raiva de mim anos e eu nem sei, por causa de uma bobagem que eu deixei escapulir”, confessou. Essa declaração evidencia um lado mais ponderado da atriz, que passou a evitar possíveis mal-entendidos e, principalmente, deseja não ferir pessoas próximas com suas palavras. Maria Zilda parece estar em um momento de autorreflexão, compreendendo que o tom despreocupado de seus relatos, embora natural para ela, pode ter consequências que ela mesma só percebe muito tempo depois.


Um dos episódios mais controversos gerados durante as lives envolveu seu comentário sobre José de Abreu. A história ganhou proporções maiores e chegou a ser discutida judicialmente, uma vez que José de Abreu se sentiu ofendido e considerou as falas da atriz prejudiciais. No entanto, recentemente, os dois finalmente encontraram uma solução para a situação e conseguiram se reconciliar após um acordo. Em uma demonstração de amadurecimento e respeito, Maria Zilda declarou: “Não quero falar mal do Zé, nem magoá-lo, porque a gente se conheceu num trabalho, e a gente teve um caso sim, de amor. Te perdoo, Zé, e você me perdoa também.” Essas palavras mostram a disposição da atriz em construir uma relação de paz com José de Abreu e em valorizar a memória dos bons momentos que viveram juntos no passado.


Apesar dessa mudança de postura, Maria Zilda deixa claro que sua essência e coragem permanecem intactas. Ela enfatiza que não perdeu sua ousadia e que, mesmo se expressando de forma mais cuidadosa, ainda se sente determinada a lutar por causas importantes, como a valorização dos atores veteranos na televisão. "Eu sou corajosa pra caramba", afirmou a atriz, ao destacar a necessidade de mais espaço para atores da sua geração nas produções televisivas. Para ela, o valor de experiência e conhecimento acumulado ao longo dos anos merece reconhecimento. “Deixem os velhos trabalhar. Nós não podemos mais virar cambalhota? Não. Não podemos mais correr feito loucos? Não. Mas a gente sabe muito. A gente tem muito pra oferecer”, ressaltou. Essa declaração evidencia seu desejo de ver profissionais mais velhos atuando e contribuindo para a qualidade artística da TV brasileira.


Além das polêmicas e dos desafios da profissão, Maria Zilda também comentou sobre algumas situações difíceis que viveu no início de sua carreira, especialmente episódios de assédio. Antes de se casar com o diretor Roberto Talma, ela enfrentou momentos complicados, em que percebeu a vulnerabilidade de ser uma jovem mulher na indústria do entretenimento. “Tive um ou dois pequenos assédios, digamos assim. Mas depois que fiquei com ele, havia esse respeito entre profissionais”, comentou. A atriz sugere que, após seu relacionamento com Talma, a forma como era tratada pelos colegas e superiores passou a ser mais respeitosa. Tal declaração levanta uma questão sobre o papel que os relacionamentos profissionais e pessoais desempenham na dinâmica de respeito entre colegas, especialmente em tempos em que o debate sobre assédio se torna cada vez mais relevante.


Maria Zilda vive agora uma fase de transição, em que busca conciliar sua autenticidade com um olhar mais atento ao impacto de suas palavras e ações. Esta nova postura não apaga sua natureza destemida e direta, mas traz uma dimensão mais cuidadosa a seu comportamento público. Mesmo que os comentários incisivos tenham diminuído, a atriz se mantém como uma figura marcante, sempre pronta para defender suas crenças e para celebrar o valor dos profissionais experientes da TV. Em suas falas, fica claro que Maria Zilda enxerga na maturidade não só o acúmulo de experiências, mas também a capacidade de reconhecer as consequências das próprias escolhas e palavras.


A atriz segue, assim, como uma voz relevante no cenário artístico brasileiro, com uma trajetória que combina coragem, histórias intrigantes e, agora, uma vontade de se expressar de forma mais equilibrada. Para os fãs e admiradores, Maria Zilda continua sendo alguém que se reinventa, adaptando sua maneira de comunicar ao contexto atual, mas sem abrir mão de suas convicções e da personalidade que a tornaram uma figura única no cenário artístico nacional.

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