Para o "terror" de Moraes, Trump cumpre a primeira promessa de campanha


 Cumprindo uma de suas promessas de campanha, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira, 12 de novembro, a nomeação do bilionário Elon Musk como chefe do novo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), uma pasta inédita criada com o objetivo de enxugar a burocracia e otimizar a estrutura do governo federal. Musk não estará sozinho nessa empreitada; ao seu lado estará Vivek Ramaswamy, empresário e ex-candidato republicano à presidência, que dividirá o comando do departamento. Ambos terão como missão realizar uma reestruturação profunda na administração pública, incluindo a redução de gastos excessivos, o corte de regulamentações e a revisão de diversas agências federais.


Em um comunicado oficial, Trump destacou que tanto Musk quanto Ramaswamy foram escolhidos por seu perfil empreendedor e sua postura crítica em relação ao sistema burocrático dos EUA, que o ex-presidente considera excessivamente caro e ineficiente. Segundo ele, o novo departamento tem o propósito de desmantelar estruturas que, em suas palavras, apenas "oneram o bolso do contribuinte" e dificultam o desenvolvimento econômico do país. "Com Musk e Ramaswamy no comando, seremos capazes de desmantelar a burocracia, reduzir excessos regulatórios, cortar gastos desnecessários e reestruturar agências federais de forma a criar um governo ágil e eficaz," afirmou Trump.


O nome de Musk já vinha sendo cogitado para um cargo no governo desde setembro, quando Trump anunciou seu plano de reestruturação financeira do país. Na ocasião, Musk manifestou publicamente seu interesse em colaborar, reafirmando seu compromisso com os ideais de eficiência e inovação, que, segundo ele, poderiam transformar a administração pública. A confirmação de sua nomeação, agora oficializada, marca uma aliança que muitos analistas consideram estratégica, dada a influência de Musk em setores como tecnologia, transportes e energia.


Ao lado de Musk, Ramaswamy traz ao DOGE uma visão conservadora e um espírito de renovação, sendo conhecido por suas críticas às políticas regulatórias americanas, que considera sufocantes para o setor privado. Durante sua candidatura à presidência pelo Partido Republicano, ele enfatizou a necessidade de o governo federal adotar uma postura menos intervencionista, argumentando que o livre mercado deveria ser o principal agente de crescimento e desenvolvimento. Embora tenha se retirado da corrida presidencial, Ramaswamy manteve-se próximo de Trump e do núcleo de apoiadores republicanos, sendo agora uma das principais apostas do ex-presidente para garantir um governo menos burocrático e mais próximo dos ideais liberais do partido.


A notícia da criação do Departamento de Eficiência Governamental e da nomeação de Musk e Ramaswamy como seus chefes chamou a atenção da comunidade internacional, mas teve um impacto especial no Brasil. Para muitos, especialmente no campo jurídico, a nomeação de Musk representa um possível "pesadelo" para o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Conhecido por suas posições duras contra notícias falsas e discursos de ódio nas redes sociais, Moraes já teve atritos com Musk, especialmente após a compra do Twitter pelo bilionário, que alterou diversas políticas de moderação na plataforma, agora chamada de X. Com Musk assumindo uma posição estratégica em um governo alinhado aos valores conservadores e críticos às regulamentações, é possível que se intensifiquem as tensões entre o Brasil e os Estados Unidos, especialmente no que diz respeito às redes sociais e à liberdade de expressão.


Além de Musk, outro nome que acende alertas para Moraes é o de Jason Miller, CEO da rede social Gettr. Miller já teve problemas com a justiça brasileira, sendo detido em um aeroporto no Brasil após determinação de Alexandre de Moraes, que o investigava por promover conteúdos que poderiam violar as leis de segurança e ordem pública. Essa aproximação de Trump com figuras como Musk e Miller sugere um movimento coordenado para fortalecer a defesa da liberdade de expressão e combater o que seus apoiadores chamam de "censura". Trump, que teve suas contas suspensas de diversas plataformas durante sua gestão, sempre foi crítico em relação ao que considera "abuso de poder" por parte de empresas de tecnologia e autoridades que regulam o conteúdo nas redes sociais.


De acordo com fontes próximas ao Supremo Tribunal Federal, Moraes teria reagido com ironia ao ser informado sobre a nomeação de Musk para o governo Trump, mas há rumores de que sua reação inicial pode ser um reflexo de preocupação. Algumas fontes próximas ao STF indicam que Moraes e outros ministros estão acompanhando atentamente os desdobramentos da administração Trump e cogitam a possibilidade de uma revisão do visto americano de Moraes, caso a tensão entre os governos aumente. A situação ainda é incerta, mas a nomeação de figuras influentes como Musk e Miller sugere um cenário de crescente hostilidade entre a ala conservadora dos EUA e algumas figuras do judiciário brasileiro, que têm se posicionado de forma rígida contra as redes sociais e seus líderes.


Para os apoiadores de Trump, a criação do DOGE representa um avanço significativo em seu compromisso de campanha. Muitos vêem a entrada de Musk como um sopro de renovação para um governo que há muito carece de inovação e eficiência. Resta saber como essas novas lideranças irão atuar frente aos desafios de uma máquina governamental complexa, que há décadas resiste a mudanças profundas. Enquanto isso, a comunidade internacional, e em especial o Brasil, deve acompanhar de perto os próximos passos do departamento, que pode transformar a forma como o governo americano lida com as questões burocráticas e regulatórias.
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