O senador Rogério Marinho, do Partido Liberal (PL) do Rio Grande do Norte, teceu duras críticas ao governo federal e ao Partido dos Trabalhadores (PT) em um discurso recente. De acordo com Marinho, há uma desconexão crescente entre as políticas implementadas pelo governo e as expectativas da população brasileira. Segundo ele, o resultado das últimas eleições teria evidenciado um sinal claro de insatisfação dos eleitores com o atual modelo de gestão petista. Ele classificou o resultado nas urnas como um “não” às políticas promovidas pelo PT, enfatizando que o partido, apesar de investir em uma campanha intensa e em medidas que, na visão dele, têm caráter populista, foi rejeitado de maneira expressiva.
Para Marinho, a tentativa de alguns comentaristas e analistas políticos de minimizar a derrota da esquerda nas eleições reflete um esforço de "acrobacia" para justificar um resultado que ele considera evidente. “Vejo articulistas políticos fazendo verdadeiras acrobacias para tentar justificar o fato de que a esquerda foi flagrantemente derrotada nessas eleições. Precisamos nos debruçar sobre os números com isenção”, declarou o senador. Ele pontuou que o PT, atualmente na liderança do país, mesmo com sua estrutura de campanha e o uso de recursos que ele caracterizou como "gastos absurdos", não conseguiu assegurar a confiança da população.
O senador destacou o que chama de “descontrole fiscal” e uma política populista que, em sua visão, visa apenas “comprar a consciência” da população brasileira, uma prática que ele descreveu como uma característica marcante do PT ao longo dos anos. Para Marinho, o que se vê nas urnas é um claro gesto de repúdio à gestão petista, que ele considera “nefasto”. “O Partido dos Trabalhadores, que hoje preside o nosso país, mesmo com essa estrutura, mesmo com os gastos absurdos, com o descontrole fiscal, com a política populista que tenta comprar a consciência da população, recebeu um sonoro não, um gesto claro de repúdio, um gesto claro de afastamento dessa forma nefasta de exercer o poder, que é a marca do Partido dos Trabalhadores”, afirmou o parlamentar.
Em seu discurso, Marinho também fez referência ao desempenho do Partido Liberal nas urnas, mencionando o crescimento significativo da legenda desde a filiação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, a expansão do PL no cenário político brasileiro reflete um apoio substancial da população à direita, e não apenas ao PL como partido, mas ao projeto político de Bolsonaro. Ele criticou o que chama de “narrativa da imprensa”, que, em sua opinião, tenta minimizar o sucesso do PL nas últimas eleições. Marinho foi enfático ao questionar essa cobertura jornalística, que considera tendenciosa, alegando que a mídia tenta encobrir o que ele descreveu como uma “realidade incontestável” de apoio popular.
“Vejo uma manchete, acho que foi na Folha de S.Paulo: ‘O PL foi o que mais venceu nas grandes cidades, mas foi o grande derrotado’. É um paradoxo tão claro! E é uma demonstração de que a imprensa se esmera em mostrar uma situação que não condiz com a realidade. Devem ter uma fábrica de criatividade para tentarem encobrir o óbvio e justificar o injustificável”, criticou o senador, referindo-se ao que considera uma tentativa da imprensa de distorcer os resultados das eleições. Para ele, a expansão do PL após a entrada de Bolsonaro é uma prova inequívoca do apoio popular, e qualquer narrativa contrária é, em sua visão, uma tentativa falha de reduzir o impacto do crescimento do partido no país.
Marinho ainda comparou o histórico do PL antes e depois da chegada de Bolsonaro. “O PL, antes de Bolsonaro, era o 11º partido do país em número de votos para prefeito em todos os cinco mil, quinhentos e tantos municípios. O PL, depois de Bolsonaro, é o primeiro colocado no Brasil”, disse ele. Segundo Marinho, o partido passou de 4,5 milhões de eleitores para quase 16 milhões, um salto que ele considera representativo do apoio popular. Ele afirmou que gostaria que a imprensa explicasse como é que o PL poderia ser visto como derrotado, quando os números indicam exatamente o contrário. “Gostaria que a imprensa me explicasse como é que Bolsonaro perdeu? Como é que o PL perdeu? Pois o PT, que era o sexto colocado no Brasil, continua sexto colocado no Brasil”, ressaltou.
Em seu pronunciamento, Rogério Marinho expressou confiança no caminho que o Partido Liberal está trilhando, atribuindo parte do crescimento da legenda ao trabalho de Bolsonaro. Na sua opinião, o ex-presidente trouxe não apenas votos, mas consolidou uma base de apoio significativa que respalda as propostas e os valores defendidos pela direita no país. Ele finalizou seu discurso com críticas às políticas governamentais e alertou para o que chamou de “desafios” que ainda se impõem ao Brasil em um contexto em que a população, segundo ele, claramente se opõe às práticas adotadas pelo atual governo.
As declarações de Marinho evidenciam o clima polarizado que ainda marca o cenário político brasileiro. Ao expor sua visão sobre os resultados das eleições e o desempenho dos partidos, o senador do PL ressaltou o que considera uma demanda popular por mudanças e uma rejeição à abordagem do PT, fortalecendo o discurso de oposição ao governo e à gestão que o partido vem conduzindo.