Radialista manda Moraes enfiar a tornozeleira ‘no c*’ (veja o vídeo)

 
O radialista Roque Saldanha voltou a chamar atenção nesta quarta-feira, 27 de novembro, após publicar um vídeo polêmico direcionado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. No material, Saldanha aparece indignado, segurando o que parece ser uma tornozeleira eletrônica quebrada, enquanto dispara duras críticas ao magistrado. Em tom exaltado, o radialista não apenas questiona a legitimidade de decisões judiciais, mas também utiliza uma linguagem ofensiva para expressar sua insatisfação.


A gravação, que rapidamente viralizou nas redes sociais, apresenta Saldanha acusando Moraes de agir de forma autoritária e desproporcional. Em suas palavras, ele diz que o ministro "não é homem" e chega a mandar que o dispositivo seja "enfiado no c*". O episódio gerou uma onda de reações divididas entre apoiadores e críticos do radialista, refletindo o clima de polarização que envolve temas ligados à atuação do Supremo e à liberdade de expressão no Brasil.


Roque Saldanha tem um histórico de embates com a Justiça. Ele foi preso em 2023 sob suspeita de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado, acusação que ele sempre negou. Após ser liberado, teve a liberdade monitorada por meio da tornozeleira eletrônica, o que ele considera um ato de perseguição política. Segundo o radialista, as medidas impostas a ele são parte de uma estratégia para silenciar vozes contrárias ao atual sistema. O rompimento da tornozeleira, exibida no vídeo, é interpretado por muitos como um gesto de desafio à autoridade de Moraes, que é relator de inquéritos relacionados a atos antidemocráticos.


O vídeo gerou um impacto imediato. Nas redes sociais, hashtags como #RoqueSaldanha e #AlexandreDeMoraes entraram nos assuntos mais comentados. Enquanto simpatizantes de Saldanha exaltavam sua coragem em enfrentar o que chamam de "abuso de poder", críticos alertavam para o risco de normalização de discursos violentos contra as instituições democráticas. Organizações ligadas aos direitos humanos e à liberdade de imprensa também se manifestaram, algumas defendendo o direito à livre expressão do radialista, outras condenando o tom agressivo utilizado.


Especialistas jurídicos comentaram o episódio, destacando que, embora a liberdade de expressão seja um direito garantido pela Constituição, ela não é absoluta e encontra limites em casos de ofensas, incitação à violência ou desacato a autoridades. Para o advogado criminalista Ricardo Montenegro, o vídeo de Saldanha pode gerar consequências legais significativas. “O uso de linguagem vulgar e a exibição de um equipamento de monitoramento judicial rompido podem ser interpretados como uma violação direta das condições impostas pela Justiça. Além disso, há o risco de um novo processo por desacato ou até por incitação à desobediência civil.”


Por outro lado, defensores de Saldanha apontam que o episódio deve ser analisado sob o prisma do contexto político atual. Eles alegam que o radialista tem sido alvo de um sistema judiciário que estaria extrapolando suas competências, o que teria motivado sua reação mais enfática. Para Ana Luiza Ribeiro, professora de ciências políticas, o caso de Saldanha ilustra a tensão crescente entre cidadãos e instituições. “Independentemente do teor do discurso, o que vemos é uma desconfiança generalizada em relação ao Judiciário. Essa desconfiança não surge do nada e precisa ser tratada com seriedade para evitar uma ruptura maior.”


Até o momento, nem o ministro Alexandre de Moraes nem o Supremo Tribunal Federal emitiram notas oficiais sobre o episódio. Fontes próximas ao STF, no entanto, indicaram que o rompimento da tornozeleira será analisado e poderá levar à reavaliação das medidas restritivas aplicadas a Saldanha. A Procuradoria-Geral da República também estaria monitorando o caso, embora ainda não tenha se manifestado formalmente.


O vídeo também reacendeu debates sobre os limites da liberdade de imprensa e a responsabilidade de comunicadores em tempos de crise. Para associações jornalísticas, como a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), é fundamental que profissionais da comunicação, mesmo quando em posição de oposição política, mantenham um tom que contribua para o diálogo democrático. A Fenaj ressaltou que episódios como este podem agravar a escalada de discursos de ódio e ataques às instituições.


Enquanto isso, o público segue dividido. Muitos internautas expressaram apoio irrestrito a Roque Saldanha, enaltecendo sua coragem em enfrentar o que consideram ser um sistema opressor. Outros criticaram a postura do radialista, argumentando que ofensas pessoais e gestos simbólicos como o rompimento da tornozeleira não contribuem para um debate construtivo e apenas reforçam a sensação de instabilidade institucional.


O caso de Saldanha é mais um capítulo na história recente de tensões entre figuras públicas e o Judiciário brasileiro. Com as redes sociais amplificando cada palavra e gesto, episódios como este têm o potencial de influenciar não apenas a opinião pública, mas também o cenário político. Resta saber quais serão os desdobramentos legais e sociais dessa nova polêmica envolvendo o radialista e um dos ministros mais controversos do STF.

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