O jornalista Alexandre Garcia lançou uma hipótese intrigante ao discutir a vitória de Donald Trump nas eleições americanas: e se o ex-presidente dos Estados Unidos conceder um passaporte especial a Jair Bolsonaro para que ele possa comparecer à cerimônia de posse em janeiro? Com o passaporte retido por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, Bolsonaro, que enfrenta uma série de processos no Brasil, precisaria de uma autorização especial do STF para viajar aos Estados Unidos e participar do evento.
Segundo Garcia, Trump poderia, em teoria, contornar essa situação ao disponibilizar um passaporte diplomático ou outro documento temporário que permitiria a ida do ex-presidente brasileiro ao evento. Para Garcia, isso não só destacaria o alinhamento ideológico entre os dois líderes como também representaria um gesto de apoio do futuro presidente americano a Bolsonaro, que se identifica com a agenda conservadora de Trump.
O jornalista fez a análise durante um de seus programas, onde debate temas da política nacional e internacional. Ele ressaltou que um convite direto de Trump a Bolsonaro, acompanhado de um recurso diplomático para garantir a presença do ex-presidente brasileiro, seria uma mensagem política forte. Garcia acredita que tal ação poderia simbolizar uma mudança no cenário político, um recado direto ao ministro Alexandre de Moraes e ao STF, indicando uma nova postura das relações entre os Estados Unidos e o Brasil.
A proposta de Garcia não é algo comum nas relações diplomáticas e internacionais, mas ele defende que a concessão de passaportes especiais para ocasiões específicas já ocorreu em diversas situações. Durante a análise, Garcia mencionou sua própria experiência ao utilizar passaportes diplomáticos em missões de curta duração no exterior. Para ele, se Trump realmente quiser a presença de Bolsonaro, poderia utilizar um documento similar, facilitando a ida do ex-presidente brasileiro e driblando a retenção do passaporte determinada pelo STF.
Além disso, Garcia argumentou que a posse de Trump será um evento de grande relevância no cenário político global, com a presença de diversos líderes conservadores que compartilharão a ocasião. Entre os nomes citados pelo jornalista estão Javier Milei, presidente eleito da Argentina; Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália; Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel; Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria; e Nayib Bukele, presidente de El Salvador. Todos esses líderes, de acordo com Garcia, representam a ascensão do conservadorismo no mundo e estão entre os convidados potenciais para a cerimônia. A presença de Bolsonaro, ao lado de figuras influentes da direita global, reforçaria essa mensagem de união entre líderes conservadores.
A possibilidade de um “passaporte especial” para Bolsonaro ainda é uma questão hipotética e inusitada, mas levanta uma discussão sobre os limites da diplomacia e das relações entre países. Analistas políticos afirmam que, embora incomum, uma ação como essa não seria impossível, dado o poder de um presidente dos Estados Unidos em flexibilizar determinados requisitos diplomáticos. No entanto, isso também poderia gerar repercussões dentro e fora dos Estados Unidos, sendo vista por muitos como uma interferência em uma decisão judicial de um país aliado. Para Garcia, no entanto, essa ação seria um claro sinal de apoio e poderia consolidar uma aliança ideológica entre Trump e Bolsonaro, que sempre demonstraram uma afinidade política em seus discursos e ações.
A possível interferência de Trump no caso de Bolsonaro também seria um tema delicado para o STF e para as autoridades brasileiras. Desde que deixou o cargo, Bolsonaro enfrenta uma série de investigações e processos judiciais, incluindo investigações relacionadas ao período eleitoral e ao ataque ao sistema eleitoral brasileiro. A retenção de seu passaporte foi uma medida preventiva, que, na visão de Moraes, busca impedir uma possível fuga do ex-presidente para evitar a responsabilização legal. Contudo, a concessão de um documento temporário ou diplomático, mesmo que emitido pelo governo dos Estados Unidos, traria uma nova camada de complexidade ao caso.
Caso Trump realmente opte por conceder o passaporte especial a Bolsonaro, o STF ainda teria a última palavra, podendo deliberar sobre a saída do ex-presidente brasileiro do país. Contudo, a situação poderia tornar-se delicada, especialmente se a decisão do STF fosse questionada como uma tentativa de bloqueio a uma decisão do presidente americano. Para muitos, isso poderia representar um impasse diplomático, colocando o governo brasileiro e os tribunais superiores em uma posição desafiadora.
Além disso, Garcia destaca que uma ação como essa reforçaria a importância das relações entre países de ideologias similares, sugerindo que Trump poderia utilizar seu novo mandato para apoiar líderes conservadores no mundo, como Bolsonaro, criando um movimento de oposição a governos progressistas. Embora seja incerta, a proposta de Garcia levanta um debate sobre os caminhos que as alianças políticas globais poderiam seguir nos próximos anos.