Desde a confirmação da vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, a cena política americana e global tem vivido uma verdadeira turbulência. Nem sequer três dias se passaram desde o anúncio de sua vitória, mas já se observa um movimento intenso, um "tsunami" de mudanças que parece estar abalando os alicerces do sistema judicial e político dos Estados Unidos, além de provocar reações em outras nações. Esse fenômeno, que ganhou força especialmente nas redes sociais e meios de comunicação, é visto por muitos como uma resposta aos "totalitários" do sistema, que, segundo apoiadores de Trump, estariam se defendendo de uma possível transformação radical.
Uma das primeiras repercussões internas foi a revisão de uma controversa lei na Califórnia que, até então, permitia pequenos furtos sem punição para os infratores. Esse modelo, amplamente criticado por figuras conservadoras, é associado por alguns ao que consideram uma “revolução do caos”, promovida por políticas de tolerância a crimes menores em nome da reforma penal. A decisão da Califórnia em recuar nesse tipo de abordagem é vista por analistas como uma medida de resposta ao novo governo, que traz consigo uma política de maior rigor na segurança pública.
Enquanto isso, o vice-presidente eleito, J.D. Vance, deu uma declaração contundente sobre a futura administração de Trump, afirmando que haverá uma demissão em massa nas agências de inteligência, especialmente daqueles envolvidos em ações de censura nas redes sociais. Segundo Vance, esses funcionários teriam coagido grandes mídias a classificar informações sobre o laptop de Hunter Biden como fake news, tentando impedir sua divulgação durante o último processo eleitoral. Esse episódio é lembrado frequentemente pelos apoiadores de Trump como um exemplo da censura que, segundo eles, beneficiaria o Partido Democrata.
Outro desdobramento significativo ocorreu em Nova York, onde a promotoria estadual anunciou que arquivaria as denúncias contra Trump, reconhecendo o caráter partidário e duvidoso de algumas das acusações levantadas. A decisão foi interpretada como um gesto de "arrego" da promotoria, admitindo, de certa forma, o uso político de processos judiciais para minar a imagem do ex-presidente. Esse ato gerou uma grande repercussão entre os aliados de Trump, que afirmam que tais acusações eram, desde o início, parte de uma estratégia para prejudicar sua carreira política.
Outra questão que promete gerar polêmica nos próximos meses envolve o bilionário Bill Gates, cujo papel na pandemia de Covid-19 está sendo colocado em evidência. Entre as iniciativas que podem ser promovidas pelo governo Trump, estão investigações mais detalhadas sobre o envolvimento de Gates em questões relacionadas ao combate à pandemia, incluindo suas ações e parcerias com órgãos governamentais e não governamentais.
No cenário internacional, uma proposta chamativa surge com o anúncio de uma "Embaixada da Liberdade de Expressão" que os Estados Unidos planejam criar no Brasil. A ideia dessa instituição seria defender a liberdade de expressão em território brasileiro, especialmente em um momento em que o país vive intensos debates sobre regulação de mídias sociais e liberdade de imprensa. A proposta ainda é embrionária, mas já gerou burburinho entre os setores diplomáticos e a mídia brasileira, com especulações sobre o impacto e a aceitação que essa "embaixada" teria em solo nacional.
Entre outros comentários curiosos que surgiram sobre essas mudanças, estão as "piadas" feitas em círculos políticos sobre quais figuras de destaque poderiam ter seu visto de entrada nos EUA revogado sob a nova administração. Apesar de terem sido ditas de forma irônica, essas observações sinalizam um certo desconforto nos bastidores do poder, tanto nos Estados Unidos quanto em outros países. Personalidades públicas, especialmente do campo progressista, se mostram apreensivas sobre o futuro de suas relações com a nação americana.
Outro ponto que tem levantado discussões é o convite para que Jair Bolsonaro participe da cerimônia de posse de Trump. Desde o término de seu mandato, Bolsonaro manteve um relacionamento próximo com a administração de Trump, e sua presença na posse simbolizaria uma reafirmação dessa aliança política e ideológica. No entanto, surgiram questionamentos sobre o passaporte de Bolsonaro e possíveis barreiras legais para sua ida aos Estados Unidos. Caso o governo brasileiro não devolva seu passaporte, isso poderia resultar em uma situação diplomática desconfortável, levantando tensões e questionamentos sobre a liberdade de circulação de um ex-presidente.
Essa posse marca, portanto, um momento de “verdade” para diversas figuras do cenário político. Alguns veem na nova administração uma chance de reverter algumas decisões das administrações anteriores que consideram prejudiciais para a liberdade de expressão e segurança pública. Outros, no entanto, temem que as medidas propostas representem uma ameaça à democracia e ao estado de direito, questionando até onde vai o poder de uma presidência com ambições de transformação tão amplas.
Esses primeiros dias após a eleição de Trump mostram um cenário de intensa movimentação, que deve se manter até sua posse. Seja qual for o desfecho, é certo que a volta de Trump ao poder promete uma nova fase para os Estados Unidos, com impactos internos e reverberações no contexto global. Em um momento de incertezas e expectativas, os próximos passos do presidente eleito e de sua equipe serão observados com atenção por aliados e opositores, enquanto o mundo assiste ao desenrolar dessa nova e polêmica etapa na política americana.