De acordo com a publicação, o New York Times teria desmentido narrativas de que a oposição ao governo atual estaria envolvida em supostas tentativas de golpe. Em vez disso, o jornal ressaltou os excessos das instituições brasileiras que, segundo a reportagem, estariam comprometidas com interesses político-partidários. Bolsonaro afirmou que o texto denuncia a forma como o desmonte de iniciativas como a Operação Lava Jato reflete um ambiente institucional contaminado, onde aliados do governo atual seriam protegidos, enquanto opositores enfrentam perseguição política.
O ex-presidente destacou ainda que o jornal abordou o impacto negativo desse cenário na imagem do Brasil no exterior. Ele mencionou que a anulação de condenações de figuras envolvidas em escândalos de corrupção, a invalidação de provas e a impunidade de empresas e políticos são retratados na reportagem como sinais de um país que abandonou o respeito à lei em prol de interesses seletivos. Segundo Bolsonaro, essa politização compromete a credibilidade do Brasil perante investidores internacionais, afasta parcerias estratégicas e prejudica a percepção global de que o país é um ambiente seguro para negócios.
Outro ponto citado foi o chamado “Inquérito das Fake News”, que, de acordo com a interpretação do ex-presidente, foi criticado pelo jornal como um instrumento para reprimir críticos do governo. Ele afirmou que o New York Times teria alertado que esse mecanismo é usado para censurar a imprensa, silenciar verdades incômodas e atacar a liberdade de expressão. Para Bolsonaro, a liberdade de expressão é uma pedra fundamental da democracia, e a atual situação seria um retrocesso sem precedentes.
Bolsonaro aproveitou a publicação para fazer comparações com editoriais anteriores do Wall Street Journal, que também, segundo ele, traçaram um panorama sombrio sobre o futuro do Brasil. Ele ressaltou que a politização das instituições é um sintoma de um país que estaria se transformando em um “paraíso da impunidade”, onde aqueles com poder e conexões políticas não enfrentam consequências, enquanto críticos e opositores são rotulados como antidemocráticos.
Na visão do ex-presidente, a atual crise não é apenas uma questão de política ou economia, mas uma batalha pela preservação de valores essenciais à democracia brasileira. Ele expressou preocupação com o futuro do país caso o ciclo de destruição institucional continue, alertando que é necessário unir forças para retomar a credibilidade das instituições e garantir igualdade perante a lei.
Em seu apelo final, Bolsonaro dirigiu-se à classe política, aos empresários e aos formadores de opinião, pedindo que trabalhem juntos para devolver o Brasil ao que ele considera o caminho correto. Ele afirmou que apenas com união em torno de valores como justiça, liberdade e verdade será possível construir um país melhor para as próximas gerações. O ex-presidente concluiu sua declaração enfatizando a importância de reconciliar a nação e resgatar a esperança dos brasileiros.
A declaração rapidamente gerou reações diversas nas redes sociais e na imprensa. Enquanto aliados do ex-presidente elogiaram o teor de suas palavras e o respaldo do New York Times, críticos afirmaram que Bolsonaro tenta desviar a atenção de temas polêmicos envolvendo sua gestão e as investigações em curso contra figuras ligadas a ele. Já os apoiadores ressaltaram que a análise do jornal americano reforça a necessidade de um debate mais amplo sobre os rumos do país.
A repercussão do texto do New York Times e da publicação de Bolsonaro também promete aquecer os debates políticos nos próximos dias. Para muitos, o impacto da matéria pode ser um divisor de águas na percepção internacional sobre o Brasil e nas discussões internas sobre a condução das políticas públicas e a independência das instituições.
Com a publicação, Bolsonaro reafirma sua posição como líder de oposição ao governo atual e lança mais uma crítica contundente ao que ele considera um processo de aparelhamento do estado. Agora, resta acompanhar como o tema será tratado pelos atores políticos e pela sociedade, que se encontra dividida em meio a um cenário de grande polarização.