Barroso poderia se dedicar exclusivamente a profissão de cantor, seria ótimo para o país (veja o vídeo)


 Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), é uma figura que frequentemente chama atenção tanto dentro quanto fora dos tribunais. Ao longo dos anos, sua postura, declarações e ações têm gerado controvérsia e dividido opiniões. Recentemente, ele voltou ao centro das atenções ao se apresentar como cantor durante a cerimônia de casamento do também ministro do STF, Flávio Dino, no último fim de semana. O episódio, embora descontraído, reacende discussões sobre o comportamento de Barroso em momentos que, para muitos, ultrapassam os limites esperados de um magistrado da mais alta corte do país.


Essa não é a primeira vez que o ministro se encontra em meio a polêmicas. Em ocasiões passadas, ele já esteve sob fogo cruzado por atitudes consideradas incompatíveis com a função que ocupa. Uma das acusações mais sérias remonta ao momento em que Gilmar Mendes, seu colega de toga, teria recomendado a Barroso que fechasse seu escritório de advocacia. A acusação, gravíssima, sugere que Barroso estaria mantendo atividades advocatícias paralelamente à sua atuação como ministro do STF, algo expressamente vedado pela Constituição. Apesar da seriedade do assunto, o caso foi esquecido com o tempo, sem investigações ou desdobramentos concretos. Em um país onde a seriedade institucional fosse uma prioridade, essa questão teria recebido o devido escrutínio, dada a gravidade do que foi apontado.


Além disso, Barroso tem colecionado frases que reforçam sua presença em cenários não judiciais, mas marcadamente políticos. Um dos exemplos mais emblemáticos ocorreu durante um evento da União Nacional dos Estudantes (UNE), onde ele declarou: "Nós derrotamos o Bolsonarismo." A frase causou grande repercussão, sendo interpretada como um posicionamento político explícito. Para um membro do Judiciário, que deve primar pela imparcialidade, a declaração foi amplamente criticada por juristas e setores da sociedade que consideraram a postura inapropriada e prejudicial à imagem do STF como um órgão neutro e isento de influências político-partidárias.


Barroso também protagonizou outro momento polêmico durante uma visita a Nova York. Na ocasião, ao ser interpelado por um cidadão brasileiro que o questionava, respondeu de forma irônica e agressiva: "Perdeu, mané. Não amola." A frase ganhou notoriedade nas redes sociais e nos meios de comunicação, sendo vista por muitos como desrespeitosa e incompatível com o cargo que ocupa. Críticos afirmam que a declaração é um reflexo do distanciamento de parte da elite política e jurídica em relação aos cidadãos comuns, além de demonstrar uma falta de decoro que deveria nortear a atuação pública de um magistrado.


Esses episódios têm levantado questionamentos sobre os limites das ações de Barroso e a necessidade de maior vigilância e transparência no comportamento de ministros do STF. Como membros de uma instituição que representa o ápice do sistema de justiça do país, espera-se deles uma postura que inspire confiança e respeito, algo que as atitudes de Barroso, para muitos, têm colocado em xeque. O fato de ele se envolver em situações que beiram o protagonismo midiático e político acaba comprometendo sua credibilidade e a de todo o tribunal.


Ainda assim, Barroso parece confortável em desempenhar papéis que extrapolam sua função judicial. O mais recente desses momentos ocorreu no casamento de Flávio Dino, onde o ministro surpreendeu os convidados ao subir ao palco e se aventurar como cantor. A ocasião, embora festiva, foi encarada por alguns como mais um exemplo de sua busca pelos holofotes. Para outros, no entanto, o momento foi visto apenas como uma descontração natural em um evento privado.


Apesar da leveza do episódio, ele reflete o estilo de Barroso, que constantemente desafia as expectativas tradicionais para alguém em sua posição. Para muitos, porém, isso não é motivo de celebração, mas sim de preocupação. Em um momento em que o Judiciário está sob os olhos atentos da sociedade, episódios como esses reforçam a percepção de que a neutralidade e a sobriedade, essenciais à função de magistrado, podem estar sendo colocadas em segundo plano.


As críticas a Barroso não são novas e refletem um cenário mais amplo de insatisfação popular com a Suprema Corte brasileira. Comportamentos que transparecem vaidade, politização ou desrespeito ao cidadão comum são constantemente alvo de debates e alimentam a desconfiança em relação à imparcialidade da instituição. Para um órgão que deveria ser o guardião da Constituição, os episódios envolvendo Barroso são um lembrete de que a postura de seus membros é fundamental para preservar a legitimidade do Judiciário e garantir a confiança da sociedade.


O futuro dirá se atitudes como as de Barroso continuarão a passar sem maior escrutínio ou se haverá uma cobrança mais firme por parte da sociedade e das instituições. O que é certo é que, em tempos de crescente vigilância sobre o comportamento das autoridades públicas, os ministros do STF precisam, mais do que nunca, zelar por sua postura e pela imagem do tribunal que representam.
Jornalista