Em uma entrevista concedida recentemente, o ex-presidente Jair Bolsonaro trouxe à tona declarações contundentes sobre o que ele classifica como uma perseguição implacável por parte do que chamou de “sistema”. Segundo Bolsonaro, os interesses que buscam eliminá-lo politicamente estariam dispostos a ir além da prisão, preferindo sua morte como solução final. As declarações, feitas em tom grave e direto, refletem a visão do líder da direita sobre o cenário político atual e os desafios enfrentados por ele e seus aliados.
Bolsonaro relembrou sua eleição em 2018 como um marco inesperado para as elites políticas e econômicas do país, descrevendo sua vitória como uma "falha no sistema". Para ele, sua ascensão representou uma ruptura no establishment que controlava o Brasil há décadas. “A gente sabe que o sistema vai em cima da gente, né? Não quer preso mais não, quer é morto, porque preso dá dor de cabeça pra eles”, afirmou Bolsonaro, sinalizando que sua presença viva e em atividade continua a ser um incômodo para aqueles que considera seus adversários políticos.
Durante a conversa, o ex-presidente criticou duramente o tratamento dado a militares que foram associados ao suposto esquema de golpe. Para ele, as acusações são infundadas e refletem uma tentativa de desmoralizar as Forças Armadas e todos que apoiaram sua gestão. Bolsonaro classificou as prisões como "uma maldade muito grande" e lamentou o que considera a falta de ações mais enérgicas para defender os militares envolvidos. Ele também aproveitou para apontar que o governo atual estaria usando essas situações para enfraquecer qualquer oposição à esquerda.
Bolsonaro reiterou que sua gestão sempre esteve voltada para combater os interesses do que chamou de “poderosos que mandam no Brasil”. Ele destacou como iniciativas de seu governo, como a redução de impostos, políticas de armamento da população e combate à corrupção, teriam contrariado interesses de grupos que lucram com o status quo. “O que fizemos foi um governo para o povo. Quando você mexe no bolso deles, a reação vem com tudo”, declarou.
A entrevista também foi marcada por críticas ao que Bolsonaro considera uma parcialidade das instituições judiciais no Brasil. Ele mencionou o Supremo Tribunal Federal como um dos principais atores por trás das ações que o afetam diretamente, incluindo investigações e decisões que ele classifica como arbitrárias. Para Bolsonaro, há uma perseguição clara e direcionada para silenciá-lo e enfraquecer seu movimento político, que continua a reunir milhões de apoiadores em todo o país.
Outro ponto abordado foi a atual conjuntura política, que Bolsonaro analisou como um cenário de retrocessos e perda de direitos conquistados durante sua gestão. Ele citou o aumento da carga tributária, o enfraquecimento de políticas de incentivo à agricultura e a escalada de crimes como exemplos de como o Brasil estaria caminhando na direção errada. Segundo ele, as ações do atual governo refletem uma tentativa de consolidar o poder nas mãos de poucos, em detrimento da população.
Bolsonaro também destacou o papel da mídia na construção de uma narrativa que, segundo ele, busca desgastá-lo junto à opinião pública. Ele afirmou que, desde o início de sua carreira política, sempre enfrentou ataques incessantes por parte da imprensa tradicional. No entanto, ressaltou que o crescimento das redes sociais e da mídia independente têm sido fundamentais para mostrar “o outro lado da história” e permitir que sua mensagem chegue diretamente ao povo.
Ao finalizar a entrevista, o ex-presidente reafirmou sua determinação em continuar lutando pelo que acredita, independentemente das ameaças que enfrenta. Ele declarou que não teme por sua vida, mas sim pelo futuro do Brasil. Para Bolsonaro, sua missão não se encerrou com o fim de seu mandato e ele continuará trabalhando para resgatar os valores que, em sua visão, são fundamentais para o país.
As declarações de Bolsonaro geraram reações intensas, tanto de apoio quanto de crítica. Seus seguidores consideram suas palavras um alerta sobre os desafios enfrentados por aqueles que se opõem ao sistema. Já seus adversários o acusam de vitimismo e de usar a retórica de perseguição para mobilizar sua base. Em qualquer dos casos, é inegável que Bolsonaro continua a ser uma figura central no cenário político brasileiro, capaz de influenciar debates e dividir opiniões.
A repercussão das falas do ex-presidente evidencia a polarização que persiste no Brasil. Seja pela relevância de seu discurso ou pela controvérsia que provoca, Bolsonaro segue sendo um dos principais atores no xadrez político do país, com uma base de apoio sólida e a determinação de enfrentar, segundo ele, qualquer tentativa de calá-lo.