Finalmente, Mourão rompe o silêncio
O senador General Hamilton Mourão (Republicanos-RS) chamou atenção para o que definiu como um momento de "crise" no cenário político nacional. Suas declarações foram feitas em meio às recentes denúncias de um suposto plano de assassinato envolvendo figuras centrais do poder no Brasil, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Mourão, em tom crítico, questionou a condução das investigações e a transparência dos acontecimentos que têm movimentado o país.
Ao mencionar o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, Mourão destacou uma indagação levantada por Barroso sobre o caso: "O que mais falta saber?". Aproveitando a reflexão, o senador complementou com suas próprias dúvidas e críticas. Para ele, a investigação carece de explicações claras, considerando o impacto midiático das denúncias e o contexto em que surgiram. Ele afirmou que o caso, datado de mais de dois anos, foi trazido à tona sem esclarecimentos suficientes e com base em vazamentos seletivos de informações sigilosas.
“Falta saber, ministro, como uma conspiração factualmente fracassada ou simplesmente inexistente explode midiaticamente na cara da nação sem maiores explicações, além do vazamento direcionado e seletivo de peças investigatórias ditas sigilosas. A investigação quer realmente apurar os graves fatos denunciados ou criar mais um factoide político para desnortear o país?”, questionou o senador.
Mourão também trouxe à discussão uma reunião recente entre o presidente Lula, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ministros do STF e o diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. O encontro, segundo o parlamentar, não constava nas agendas públicas dos participantes, o que levantou ainda mais suspeitas sobre os reais objetivos da reunião. Ele classificou o evento como um exemplo de falta de transparência e questionou o papel de autoridades em situações que podem extrapolar os limites constitucionais.
“O que justificaria e o que significa o encontro de autoridades de Poderes distintos com a direção do braço policial do Estado? Enfim, ministro, falta saber como alguns poucos iluminados se arrogam o exercício de um poder extraconstitucional que vai negando direitos elementares aos brasileiros, em diversas situações e circunstâncias. Há muito o que precisamos saber, principalmente como chegamos a esse ponto de discórdia social, de perseguições políticas, de revanches ideológicas e de tentações autoritárias”, declarou Mourão.
O senador destacou que, para ele, uma democracia não pode ser conduzida sob a sombra de ações policiais, mas sim pelo compromisso com a justiça, que deveria ser o objetivo maior do Estado. Em sua análise, a situação atual reflete um ambiente de polarização e desconfiança, em que as instituições deixam de desempenhar suas funções de forma independente e passam a ser instrumentos de interesses políticos.
Para Mourão, o caso das denúncias vai além de apurar fatos supostamente graves. Ele afirmou acreditar que há uma tentativa deliberada de envolver o ex-presidente Jair Bolsonaro nas investigações, criando uma narrativa que possa justificar sua prisão. Segundo o senador, o "sistema" está empenhado em qualquer manobra possível para atingir Bolsonaro, em uma estratégia que classificou como revanchista e autoritária.
“Está mais do que claro que o ‘sistema’ vai tentar envolver qualquer narrativa possível para atingir o ex-presidente Jair Bolsonaro nesse caso. Querem prendê-lo de qualquer forma”, concluiu Mourão.
As declarações do senador refletem o clima de tensão que domina o cenário político, com acusações e suspeitas levantando debates sobre os limites da atuação das instituições brasileiras. O caso, ainda cercado de incertezas, tem provocado polarização na opinião pública e levantado questionamentos sobre os rumos da democracia no país.
Enquanto as investigações avançam, figuras públicas como Mourão continuam a lançar críticas e apontar falhas no processo, evidenciando a necessidade de maior clareza e respeito aos princípios democráticos. O desenrolar dos acontecimentos será determinante para definir o impacto das denúncias no cenário político e institucional do Brasil.