Miriam Leitão 'enlouquece' de vez...


A jornalista Míriam Leitão voltou a causar polêmica com suas análises econômicas, desta vez ao comentar a recente alta do dólar, que atingiu a impressionante marca de R$ 6,30 na última quinta-feira. Em sua análise durante uma transmissão na Globo, Míriam classificou a situação como um "ataque especulativo" e, surpreendentemente, atribuiu parte da responsabilidade ao ex-presidente Jair Bolsonaro, mesmo ele tendo deixado o cargo há dois anos.


A declaração gerou reações imediatas e divididas. Segundo Míriam, o governo Bolsonaro teria deixado um rombo significativo no cenário fiscal brasileiro, o que, em sua visão, estaria impactando a atual conjuntura econômica. “O governo Bolsonaro pedalou, deixou de pagar 93 bilhões de dívidas vencidas, dívidas judiciárias vencidas que tinha que pagar, e quem pagou foi o atual governo”, afirmou a jornalista, sugerindo que esse passivo financeiro comprometeu as condições fiscais enfrentadas pela gestão Lula.


Míriam ainda tentou justificar o déficit fiscal registrado em 2023, afirmando que o cenário econômico está "se ajustando". No entanto, a análise da jornalista não parou por aí. Ela apontou o que chamou de "histeria" no mercado financeiro, criticando os investidores pela reação exacerbada, na sua visão, à alta do dólar. “Não faz sentido esse dólar, não faz sentido essa histeria”, concluiu, sugerindo que o aumento na cotação não teria fundamentos sólidos.


A opinião de Míriam foi amplamente repercutida e se tornou alvo de duras críticas. Muitos apontaram que culpar Jair Bolsonaro por problemas fiscais atuais seria, no mínimo, uma análise simplista e tendenciosa, ignorando decisões controversas do atual governo. A alegação de que a alta do dólar é irracional também foi contestada por analistas independentes, que apontam fatores como a instabilidade global, a desconfiança de investidores em relação às políticas econômicas do governo Lula e o impacto de uma possível recessão nos Estados Unidos.


Os críticos também não pouparam a emissora onde Míriam trabalha, a Globo. Acusações de parcialidade na cobertura econômica vieram à tona, com muitos sugerindo que análises como a de Míriam fazem parte de um esforço maior para blindar o atual governo de críticas enquanto responsabilizam adversários políticos passados por problemas presentes. Em redes sociais, a hashtag “MiriamEnlouqueceu” figurou entre os assuntos mais comentados, com opiniões divididas entre quem apoia a jornalista e quem a considera enviesada.


O mercado financeiro, por sua vez, tem outra visão. Especialistas destacam que a recente alta do dólar é reflexo direto de uma série de fatores, entre eles a instabilidade política no Brasil, a preocupação com a responsabilidade fiscal do governo federal e o cenário externo, que tem pressionado moedas emergentes. Além disso, a percepção de risco em relação ao Brasil aumentou após anúncios de medidas econômicas controversas e a falta de clareza sobre o compromisso do governo com o controle de gastos públicos.


Enquanto isso, o discurso de Míriam ganhou eco entre apoiadores do governo atual, que viram na sua análise uma oportunidade para reforçar a narrativa de que os desafios econômicos enfrentados pelo Brasil são, em grande parte, herança de gestões passadas. No entanto, até entre esses apoiadores houve quem questionasse se culpar exclusivamente governos anteriores seria suficiente para lidar com as demandas econômicas atuais.


Por outro lado, a oposição utilizou as declarações de Míriam como combustível para criticar tanto a jornalista quanto o governo Lula. Deputados aliados a Bolsonaro destacaram que culpar um governo anterior por problemas econômicos dois anos após a posse do sucessor é uma tentativa de desviar o foco das atuais decisões políticas. “Dois anos depois, ainda querem culpar Bolsonaro por tudo. Isso é desespero para justificar a incompetência do governo atual”, afirmou um parlamentar.


O episódio evidencia mais uma vez como o debate econômico no Brasil está polarizado, sendo usado como arma política por ambos os lados. Enquanto o dólar permanece em alta, pressionando preços e alimentando a inflação, as discussões continuam girando em torno de culpas e narrativas, ao invés de focar em soluções efetivas. Analistas isentos alertam que, independentemente de quem tenha razão no debate, o principal prejudicado é o cidadão brasileiro, que enfrenta um cenário de incerteza econômica e queda no poder de compra.


Assim, a polêmica protagonizada por Míriam Leitão escancara não apenas as divergências sobre a condução econômica do país, mas também o papel da mídia na formação da opinião pública. Seja como crítica contundente ou defesa enfática, a fala da jornalista reforçou o papel central que a economia ocupa no atual cenário político, enquanto o país busca um caminho para superar as turbulências que marcam o fim de 2024.

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