Em entrevista ao programa Fantástico, exibido pela Rede Globo no último domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que 2025 será o "ano da colheita", em referência aos resultados que, segundo ele, começarão a surgir das ações implementadas em seu governo desde o início do mandato. Durante a conversa, Lula reforçou a ideia de que seu governo tem trabalhado arduamente para “plantar” as bases de um Brasil mais forte, prometendo que o próximo ano trará os frutos desse esforço. “Agora vamos começar a colher o que nós plantamos”, disse o presidente, com seu habitual tom de confiança, ainda que sua escolha de palavras tenha provocado críticas e ironias por parte de opositores.
A declaração rapidamente repercutiu, sendo vista por muitos como mais uma tentativa de Lula de promover sua gestão em meio a um cenário que ainda apresenta desafios econômicos, políticos e sociais significativos. O termo “colheita”, ou “colheta”, como o presidente pronunciou durante a entrevista, foi alvo de comentários nas redes sociais e por parte de analistas políticos. Para críticos, como o jornalista Augusto Nunes, o discurso de Lula soa repetitivo e vazio, sem oferecer soluções práticas ou resultados concretos para os problemas enfrentados pelo país.
Augusto Nunes, um dos nomes mais conhecidos e respeitados no jornalismo brasileiro, não poupou críticas ao presidente ao comentar a entrevista. “Lula não passa de um farsante. É o mesmo discurso de sempre e a mesma inutilidade na presidência da República”, declarou. Para Nunes, o governo atual tem se apoiado em promessas e justificativas, enquanto a população continua lidando com a inflação, o aumento do custo de vida e a falta de avanços significativos em áreas cruciais, como saúde, educação e segurança pública.
A reação de Nunes reflete o sentimento de muitos brasileiros que, apesar de terem depositado esperanças no retorno de Lula ao poder, têm demonstrado frustração diante da ausência de melhorias perceptíveis no dia a dia. Para esses críticos, o discurso de "plantar agora para colher depois" serve apenas como uma forma de adiar cobranças e responsabilizações, sem enfrentar diretamente as demandas mais urgentes do país.
De fato, o governo Lula tem enfrentado dificuldades em demonstrar avanços concretos em diversas áreas. Problemas como a persistente crise fiscal, o elevado desemprego em determinados setores e a desaceleração econômica global continuam a pressionar a gestão petista, enquanto a oposição aponta que muitas das promessas de campanha feitas em 2022 ainda não foram cumpridas. Para analistas mais críticos, a estratégia de Lula é se apegar a narrativas que desviam a atenção para resultados futuros, mantendo sua base de apoio mobilizada enquanto busca evitar desgastes maiores.
Apesar das críticas, os aliados do presidente defendem que a metáfora da “colheita” é válida e que os primeiros anos de mandato realmente exigem um foco maior em planejamento e implementação de políticas públicas. Para eles, as críticas da oposição e de jornalistas como Augusto Nunes carecem de embasamento, já que o governo estaria lidando com os desafios herdados da gestão anterior, marcada por crises políticas e econômicas que fragilizaram o país.
Ainda assim, as declarações de Lula no Fantástico não escaparam ao escrutínio popular, sobretudo no ambiente digital, onde comentários irônicos e piadas sobre a expressão “colheta” se multiplicaram. O episódio reacendeu o debate sobre a capacidade do governo atual de cumprir as expectativas geradas e trouxe à tona as divisões que ainda marcam o cenário político brasileiro. Enquanto uma parcela da população mantém a confiança em Lula, outra parte vê suas falas como mero artifício retórico, sem conexão com a realidade enfrentada diariamente por milhões de brasileiros.
A perspectiva apresentada por Augusto Nunes também levanta preocupações sobre o futuro. Para o jornalista, a tendência é que a situação do país piore, uma vez que as promessas de colheita feitas por Lula podem não se concretizar, agravando ainda mais a insatisfação popular e a crise de confiança no governo. Ele aponta que o mesmo discurso utilizado em mandatos anteriores se repete, mas com menor impacto, já que os problemas do Brasil hoje são mais complexos e exigem soluções mais imediatas e eficazes.
A entrevista no Fantástico, portanto, marcou mais um capítulo da polarização que domina a política brasileira. Enquanto Lula tenta consolidar sua narrativa de otimismo e planejamento a longo prazo, críticos como Augusto Nunes destacam o que consideram ser a ineficácia de sua gestão até o momento. Entre promessas de colheita e acusações de farsa, o Brasil segue dividido, aguardando os próximos passos do governo e os resultados que, segundo Lula, virão em 2025.
O desafio, no entanto, será convencer uma população cada vez mais cética e impaciente de que o plantio realizado até agora de fato dará frutos. A trajetória do governo Lula nos próximos meses será decisiva para determinar se as críticas de opositores se fortalecerão ou se os resultados prometidos começarão a aparecer, oferecendo ao presidente uma base mais sólida para sustentar seu discurso.
“Nós já plantamos agora 2025 e ano da colheita” Diz Lula 🤣🤣🤣
— Neto caldas (@netocaldascrf) December 16, 2024
Alguém avisa o Pinóquio que o Dólar tá R$ 6,15. pic.twitter.com/BVADRh41J3