O pastor Silas Malafaia voltou a protagonizar críticas contundentes ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (17). Pelo segundo dia consecutivo, Malafaia se posicionou contra a prisão preventiva do general Walter Braga Netto, decretada por Moraes, e fez declarações inflamadas contra o ministro, classificando sua decisão como “vergonhosa e injusta”. Em vídeo divulgado em suas redes sociais, o líder religioso não poupou palavras ao defender o general e questionar os fundamentos jurídicos da prisão.
Para justificar sua posição, Malafaia citou o jurista Rodrigo Chemin, que também questionou a ausência de materialidade nas provas apresentadas contra Braga Netto. Segundo o pastor, a decisão de Moraes foi baseada em uma conversa entre dois generais, ocorrida há mais de um ano e meio, algo que, na visão dele, não configura fato novo ou concreto. “Conversa entre dois generais de um ano e meio atrás não é fato novo, nem tampouco é fato concreto. Conversa não é fato concreto”, afirmou Malafaia em tom enfático.
O pastor também saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que ele nunca teve a intenção de dar um golpe de Estado. Malafaia destacou que as ações de Moraes, na sua visão, fazem parte de um abuso de poder que busca promover perseguição política a opositores. “É inaceitável que o ministro continue com essas práticas arbitrárias, agindo como um ditador da toga. Isso não é justiça, é um abuso flagrante de poder”, declarou.
A prisão do general Walter Braga Netto tem gerado repercussões em diversos setores políticos e sociais. Braga Netto, que foi ministro da Defesa durante o governo Bolsonaro, é acusado de envolvimento em supostos atos antidemocráticos. Segundo a decisão de Alexandre de Moraes, há indícios de que ele teria participado de discussões relacionadas a um eventual golpe de Estado. No entanto, Malafaia insiste que as evidências apresentadas são insuficientes e representam uma tentativa de silenciar aqueles que discordam do atual governo.
Silas Malafaia foi além em suas críticas e sugeriu que Alexandre de Moraes deveria ser o alvo de investigações. O pastor chegou a pedir a prisão do ministro, argumentando que sua conduta não condiz com os princípios democráticos e que suas decisões têm ultrapassado os limites do poder judiciário. “Quem deveria estar preso é Alexandre de Moraes, por transformar a Justiça em um instrumento de perseguição política. Isso não é democracia, é ditadura!”, afirmou.
O líder evangélico também fez um apelo à população para que continue vigilante diante do que ele considera uma escalada autoritária no país. Malafaia ressaltou que a liberdade de expressão e os direitos fundamentais estão em risco, especialmente para aqueles que se opõem ao atual governo e às decisões de membros do Supremo Tribunal Federal. “Não podemos aceitar que a nossa liberdade seja ameaçada. É hora de nos posicionarmos firmemente contra essas arbitrariedades e lutarmos pelo estado democrático de direito”, concluiu.
A postura de Malafaia reflete o crescente descontentamento de setores conservadores e religiosos com as decisões do STF nos últimos anos. Alexandre de Moraes, em particular, tem sido alvo recorrente de críticas por parte de figuras alinhadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que acusam o ministro de agir de forma parcial e politizada. Por outro lado, Moraes tem defendido suas ações como parte do dever de proteger a democracia e combater ameaças institucionais.
No cenário político, a prisão de Braga Netto também intensificou o debate sobre o papel das Forças Armadas e de ex-integrantes do governo Bolsonaro em possíveis articulações antidemocráticas. Enquanto aliados do ex-presidente negam qualquer envolvimento em ações golpistas, membros da oposição e autoridades judiciais afirmam que há indícios suficientes para justificar as investigações em curso.
A reação de Silas Malafaia, entretanto, demonstra como o caso continua a mobilizar diferentes grupos sociais e políticos. Como uma das principais vozes do segmento evangélico no Brasil, o pastor tem usado sua influência para criticar duramente as decisões judiciais e reforçar o discurso de perseguição política. Seu apoio incondicional a Bolsonaro e a figuras associadas ao ex-presidente reflete a polarização que ainda domina o cenário político nacional.
A defesa de Malafaia por Braga Netto, porém, também enfrenta críticas de opositores, que acusam o pastor de minimizar a gravidade das acusações e de usar seu espaço de influência para atacar instituições democráticas. Apesar disso, ele mantém sua posição firme e continua a ser um dos principais críticos do STF e do governo atual, destacando-se como uma figura central no embate político e ideológico que persiste no Brasil.
O caso ainda deve gerar novos desdobramentos, à medida que as investigações avançam e novas informações vêm à tona. Enquanto isso, figuras como Silas Malafaia seguem mobilizando suas bases para pressionar por mudanças e reforçar a oposição ao que consideram abusos de poder por parte do Judiciário. O clima de tensão, porém, deixa evidente que o debate sobre a relação entre Justiça e política continuará sendo um dos temas centrais no país nos próximos meses.
