2026 nem chegou e Tarcísio já tomou "balão" do próprio partido
O presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, declarou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, deve focar na reeleição em 2026, deixando uma possível candidatura à Presidência da República para um momento futuro. Em entrevista, Pereira destacou a necessidade de um segundo mandato para que os projetos estruturantes da atual gestão sejam consolidados e entregues à população. Segundo ele, essa continuidade é fundamental para a efetivação de obras e políticas públicas que ainda estão em andamento no estado.
De acordo com o dirigente partidário, Tarcísio tem deixado claro, em suas conversas internas, que pretende disputar novamente o governo paulista. Para Pereira, essa decisão é estratégica, pois muitos dos projetos iniciados durante o primeiro mandato só poderão ser concluídos caso o governador permaneça no cargo por mais quatro anos. Ele ressaltou que, além do aspecto administrativo, há também um contexto político que influencia essa escolha.
Aliados do governador reforçam a importância da continuidade de sua gestão para o estado de São Paulo e argumentam que uma saída antecipada para disputar a Presidência poderia prejudicar a execução de importantes programas. Além disso, há um fator eleitoral a ser considerado. Para concorrer a outro cargo, Tarcísio precisaria deixar o governo em abril de 2026, conforme as regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No entanto, com a pré-candidatura de Jair Bolsonaro ao Planalto ainda em jogo, essa possibilidade se torna mais complexa. O senador Ciro Nogueira (PP-PI), um dos principais articuladores da direita, também defendeu que Tarcísio permaneça focado na administração paulista.
A incerteza sobre a participação de Bolsonaro nas eleições de 2026 abre espaço para outras opções dentro do campo político conservador. Caso o ex-presidente fique impedido de concorrer, diferentes nomes são cogitados para representá-lo na disputa. Durante um evento realizado nos Estados Unidos, Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump, mencionou Eduardo Bolsonaro como um possível candidato ao Planalto, chamando-o de “futuro presidente”. Essa declaração alimentou especulações sobre a possibilidade de o deputado federal ser lançado como o principal nome do bolsonarismo na corrida eleitoral.
As pesquisas recentes indicam um cenário competitivo dentro do grupo político de Bolsonaro. Segundo levantamento da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) realizado pelo instituto MDA, Tarcísio de Freitas aparece como o preferido entre os eleitores da direita e da centro-direita, com 22,6% das intenções de voto. Logo atrás, surge a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, com 21,9%. Pablo Marçal, empresário e influenciador digital filiado ao PRTB, figura em terceiro lugar, registrando 20,3%.
A pesquisa reforça a relevância do governador paulista no cenário nacional e demonstra que ele possui uma base eleitoral consolidada. Apesar disso, aliados de Tarcísio avaliam que seu nome ainda não está suficientemente fortalecido para uma disputa presidencial, principalmente diante da incerteza sobre a participação de Bolsonaro. Com isso, a estratégia mais viável seria investir na continuidade do governo em São Paulo, garantindo que seus projetos sejam finalizados e que sua popularidade se mantenha em alta para futuras eleições.
Outro fator que pesa na decisão é a necessidade de evitar um racha dentro do grupo conservador. Com diversas lideranças disputando espaço, uma candidatura precipitada de Tarcísio ao Planalto poderia gerar divisões e enfraquecer a base bolsonarista. Por isso, a expectativa é de que as definições sobre o cenário eleitoral de 2026 só ocorram com mais clareza após a situação jurídica de Bolsonaro ser resolvida. Enquanto isso, o governador paulista deve manter o foco na administração do estado e na viabilização de projetos que possam fortalecer sua imagem pública.
Nos bastidores, o entendimento é de que Tarcísio pode ser um nome natural para a sucessão presidencial em 2030, caso consiga consolidar sua gestão e manter um alto nível de aprovação. Sua popularidade crescente entre os eleitores conservadores e sua experiência técnica na área de infraestrutura são fatores que podem torná-lo um candidato competitivo no futuro. No entanto, para que isso aconteça, a recomendação de seus aliados é clara: garantir a reeleição em São Paulo antes de alçar voos maiores.
Com a proximidade do pleito de 2026, o cenário político segue em constante movimentação. O posicionamento de Tarcísio e de outras lideranças da direita será decisivo para definir os rumos da eleição presidencial. Enquanto isso, o governador paulista se mantém focado em seu mandato, deixando as discussões sobre o Planalto para um momento mais oportuno.