Advogado de Bolsonaro solta o verbo após mais um absurdo vazamento da delação de Cid
Fábio Wajngarten, advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, expressou sua indignação nas redes sociais após mais um vazamento das informações contidas na delação de Mauro Cid. Segundo Wajngarten, esses vazamentos seletivos e a ausência de acesso às defesas técnicas comprometem a legitimidade do processo democrático e ferem os direitos básicos de qualquer investigado.
Na manhã desta segunda-feira, o advogado utilizou sua conta no Twitter para desabafar sobre o ocorrido, criticando duramente o que chamou de “teatro viciado” e “delação encomendada”. Ele afirmou que os fatos apresentados na delação são construídos de maneira tendenciosa, visando atingir alvos específicos, como Michelle Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro, membros da família do ex-presidente. Wajngarten também ressaltou que a verdade será revelada em breve, à medida que os advogados dos envolvidos desmontarem as acusações em curso.
De acordo com as declarações do advogado, o comportamento de Mauro Cid demonstra que ele está "atirando para todos os lados". Ele sugere que o ex-ajudante de ordens do Planalto estaria participando de uma estratégia coordenada para prejudicar figuras ligadas ao governo Bolsonaro, sem fundamentos concretos para as acusações. Ainda segundo Wajngarten, uma simples acareação seria suficiente para comprovar a fragilidade das alegações feitas na delação.
O episódio mais recente, que trouxe novas informações sobre a suposta participação de Michelle e Eduardo Bolsonaro em situações descritas por Mauro Cid, reacendeu os debates em torno do caso. O advogado criticou duramente a forma como essas revelações estão sendo conduzidas, apontando uma narrativa unilateral e parcial. Em sua visão, a divulgação seletiva de informações reforça uma tentativa de manipular a opinião pública e criar um ambiente desfavorável para a defesa dos acusados.
Mauro Cid, que já esteve no centro de outras polêmicas, foi preso novamente em março de 2024 por descumprimento de medidas cautelares e obstrução de Justiça. Na ocasião, áudios vazados atribuídos a ele revelaram críticas ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e alegações de que teria sido pressionado pela Polícia Federal a fazer delações sobre episódios que ele desconhecia ou que, segundo ele, sequer teriam ocorrido. Essa prisão marcou um momento de tensão no cenário político e jurídico, destacando a complexidade das investigações envolvendo o ex-ajudante de ordens e sua relação com o governo Bolsonaro.
O caso ganha ainda mais destaque pela maneira como os vazamentos são usados como ferramentas de pressão, alimentando a narrativa de perseguição política defendida pelos apoiadores de Bolsonaro. Para Wajngarten, esses episódios são mais uma prova de que a condução do caso é marcada por irregularidades e por um desequilíbrio que compromete a credibilidade do processo. Ele enfatizou que uma Justiça imparcial exige acesso pleno às provas e a garantia de que todas as partes envolvidas tenham a oportunidade de se defender adequadamente.
Enquanto isso, o ambiente político continua polarizado, com grupos favoráveis e contrários ao ex-presidente disputando espaço para reforçar suas posições. De um lado, críticos do governo Bolsonaro argumentam que as delações de Mauro Cid são reveladoras e trazem à tona práticas questionáveis que teriam ocorrido durante o mandato presidencial. Do outro, apoiadores afirmam que as acusações são infundadas e fazem parte de uma campanha para desestabilizar lideranças conservadoras no Brasil.
O vazamento recente reacendeu discussões sobre a atuação de órgãos como a Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal no caso. Para muitos, a exposição constante de informações sigilosas indica uma falha no sistema e abre espaço para questionamentos sobre a imparcialidade das investigações. Ao mesmo tempo, a repetição de episódios como esse gera um clima de desconfiança e tensão entre as partes envolvidas.
A repercussão das declarações de Fábio Wajngarten reflete o impacto que o caso continua a ter na sociedade brasileira. Embora o desfecho das investigações ainda seja incerto, é evidente que a delação de Mauro Cid desempenha um papel central nas disputas políticas e jurídicas que envolvem Jair Bolsonaro e sua família. Para o advogado, no entanto, a verdade prevalecerá, e os argumentos da defesa serão suficientes para desmontar o que ele classifica como uma narrativa fabricada.
Enquanto as investigações prosseguem, o país observa com atenção os desdobramentos do caso, que promete continuar a influenciar o cenário político e jurídico nos próximos meses. Mais do que nunca, a condução transparente e equilibrada das investigações será essencial para garantir que a Justiça seja feita e que os direitos de todas as partes sejam respeitados.