Advogado garante que Bolsonaro foi convidado por Trump e encurrala Moraes
Fábio Wajngarten, advogado que integra a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, utilizou suas redes sociais para anunciar um novo pedido de liberação do passaporte do líder conservador. A publicação veio acompanhada de uma informação que promete colocar Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), sob os holofotes de um novo debate público. Segundo Wajngarten, Bolsonaro recebeu um convite exclusivo para participar de uma cerimônia com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, evento que também contará com a presença de figuras de grande relevância internacional.
De acordo com Wajngarten, o convite é fruto direto do trabalho de Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do ex-presidente, que teria sido fundamental na construção das relações exteriores durante o governo de seu pai. "Toda a construção das relações exteriores é mérito absoluto do Deputado Eduardo Bolsonaro", escreveu o advogado. Ele também ressaltou que Bolsonaro foi chamado para uma cerimônia restrita, reservada apenas aos mais próximos de Trump, sendo permitido que o ex-presidente brasileiro leve um acompanhante. Como era de se esperar, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, deverá acompanhar o marido na ocasião.
Além da cerimônia, Bolsonaro estaria também convidado para um jantar exclusivo que sucederá o evento, no qual estarão presentes autoridades e personalidades selecionadas. Eduardo Bolsonaro, conforme apontou Wajngarten, também participará do jantar, reforçando a proximidade entre o clã Bolsonaro e a política americana, sobretudo com Donald Trump. O advogado afirmou que a defesa do ex-presidente está empenhada em atender às exigências impostas por Alexandre de Moraes e garantiu que toda a documentação necessária será anexada ao processo em curso.
Essa não é a primeira vez que a defesa de Jair Bolsonaro solicita a devolução de seu passaporte. Em ocasiões anteriores, Moraes negou pedidos semelhantes sob o argumento de que o documento seria essencial para garantir a efetividade das investigações. Bolsonaro é alvo de diversas apurações judiciais, incluindo inquéritos que envolvem questões relacionadas ao uso de joias de alto valor recebidas durante seu governo e supostas irregularidades eleitorais.
No entanto, o novo pedido coloca Moraes em uma situação especialmente delicada. A ligação direta do convite com Donald Trump, figura de destaque na política mundial, adiciona uma nova camada de complexidade ao caso. Negar a solicitação de Bolsonaro pode ser interpretado como uma barreira à diplomacia e às relações internacionais, considerando que a presença de Bolsonaro no evento tem potencial de reforçar a imagem do Brasil entre apoiadores de Trump e de consolidar alianças estratégicas no cenário global.
Nos bastidores, aliados de Bolsonaro argumentam que a negativa de Moraes em situações anteriores já causou danos à reputação do ex-presidente. Para eles, impedir Bolsonaro de comparecer a um evento de tamanha importância seria mais uma evidência de um suposto viés político por parte do ministro, que tem sido alvo de críticas recorrentes por parte da oposição ao governo Lula. Apoiadores de Bolsonaro também apontam que o convite vindo de Trump seria uma validação de sua relevância internacional, reforçando a necessidade de sua presença no evento.
Por outro lado, críticos de Bolsonaro defendem que o convite não deveria ser motivo suficiente para flexibilizar as restrições impostas pela Justiça. Para eles, a liberação do passaporte poderia abrir precedentes que dificultariam futuras decisões em casos semelhantes. Moraes, que se manteve firme em decisões polêmicas ao longo dos últimos anos, agora enfrenta uma escolha que pode ter implicações significativas tanto no âmbito político quanto jurídico.
A decisão de Moraes será acompanhada de perto por aliados e opositores de Bolsonaro, além da opinião pública. Caso o ministro opte por negar a solicitação, é provável que o ato seja amplamente criticado nos círculos bolsonaristas, que já o acusam de extrapolar os limites de sua atuação jurídica. Por outro lado, uma eventual aprovação pode ser vista como uma demonstração de que, mesmo sob investigações, Bolsonaro ainda é capaz de manter uma posição de destaque no cenário internacional.
O cenário atual deixa claro que o embate entre Bolsonaro e Moraes ainda está longe de terminar. A relação entre os dois tem sido marcada por disputas acirradas e decisões judiciais que frequentemente alimentam debates intensos nas redes sociais e na mídia. Com a adição de Donald Trump ao contexto, o caso ganha ainda mais atenção, ampliando as implicações políticas da decisão de Moraes.
Enquanto isso, o convite de Trump reforça a ideia de que Bolsonaro mantém uma forte influência internacional, especialmente entre líderes conservadores. O ex-presidente brasileiro continua a buscar apoio fora do país, fortalecendo laços que podem ser úteis em suas estratégias políticas futuras. A questão agora é se Alexandre de Moraes terá disposição para autorizar a viagem ou se manterá sua postura rígida diante das investigações em curso. O desfecho, seja qual for, promete repercussões que vão além do caso em si, tocando diretamente no debate sobre os limites entre política, justiça e diplomacia.