Ex-âncora da Globo revela como circula “disfarçado” no Rio de Janeiro sem ser reconhecido


Aos 83 anos, Sérgio Chapelin, uma das vozes mais marcantes da história da televisão brasileira, vive dias de tranquilidade no Rio de Janeiro. Conhecido por dividir a bancada do Jornal Nacional nos anos de maior audiência do telejornal ao lado de Cid Moreira e por décadas no comando do Globo Repórter, o apresentador aposentado agora desfruta de uma rotina longe dos holofotes. Chapelin, que se tornou um dos nomes mais emblemáticos do jornalismo televisivo, adotou um novo estilo de vida e também um visual que o torna quase irreconhecível em meio ao público.

Morando na capital carioca desde 2021, ele mudou-se do interior de Minas Gerais para ficar mais próximo dos filhos e netos, como parte de sua busca por uma convivência familiar mais próxima e significativa. Ao lado da esposa, Regina Ghiaroni, promotora aposentada, Chapelin vive uma rotina descrita por ele mesmo como a vida de um “velhinho feliz”. Apesar da idade avançada, ele mantém uma saúde invejável e um hábito diário que surpreende muitos: passeios pelo calçadão de Copacabana, um dos cartões-postais mais icônicos do Rio.

Mas o que realmente chama atenção é o fato de que, mesmo sendo um rosto conhecido por gerações de brasileiros, Chapelin quase não é reconhecido. Isso se deve ao visual que adotou recentemente: uma longa barba branca, que o deixou com ares de sábio, e o cabelo preso, que completa sua transformação. Essa mudança tem permitido a ele aproveitar os momentos em público com privacidade e liberdade, sem a habitual abordagem de fãs ou curiosos que reconhecem personalidades famosas.

Embora o visual tenha ajudado a ofuscar a aparência que marcou sua carreira na televisão, há algo que continua inconfundível: a voz. Sérgio Chapelin, com seu tom grave e dicção perfeita, ainda carrega a marca que o tornou um dos principais locutores da TV brasileira. Sua voz ressoa como um símbolo de credibilidade e respeito, construída ao longo de décadas informando e emocionando milhões de telespectadores.

Chapelin dedicou mais de 40 anos de sua vida ao jornalismo televisivo, tendo iniciado sua trajetória na Globo na década de 1970. Ao lado de Cid Moreira, ele fez história no Jornal Nacional, ajudando a consolidar o telejornal como referência na comunicação brasileira. Sua transição para o Globo Repórter, programa que apresentou por mais de 20 anos, revelou um lado ainda mais humano de sua personalidade, conduzindo reportagens e entrevistas que marcaram a memória do público.

Após se despedir da televisão em 2019, Chapelin abraçou a aposentadoria com serenidade, destacando que nunca sentiu necessidade de voltar às telas. Em entrevistas na época, ele afirmou que sua decisão de deixar a TV foi motivada pelo desejo de viver com mais simplicidade e aproveitar o tempo ao lado da família. Essa escolha se reflete em sua rotina atual, que inclui momentos tranquilos em casa, passeios diários e um contato constante com os entes queridos.

Hoje, Chapelin parece ter encontrado o equilíbrio entre a vida reservada que sempre buscou e a felicidade de estar ao lado daqueles que ama. Embora ainda seja lembrado com carinho pelo público, ele prefere manter-se distante das câmeras e dos compromissos profissionais que marcaram sua carreira.

No Rio de Janeiro, sua presença discreta contrasta com a imagem pública de outrora. O calçadão de Copacabana, que diariamente recebe milhares de turistas e moradores, tornou-se o cenário perfeito para os momentos de reflexão e bem-estar do ex-apresentador. Quem cruza com ele dificilmente imagina que aquele senhor de barba branca e passos calmos já foi uma das personalidades mais influentes da TV.

A escolha de adotar um estilo de vida mais simples e uma aparência mais reservada parece ter trazido a Chapelin a paz que ele tanto valorizava. E, ainda que o rosto passe despercebido, a voz inconfundível continua a ser um tesouro para quem a reconhece. Afinal, Sérgio Chapelin não é apenas um ícone do jornalismo; ele é uma parte viva da memória da televisão brasileira.

Enquanto vive essa nova fase da vida, Chapelin prova que é possível abraçar a simplicidade sem deixar de lado a essência que o definiu. Para os fãs, ele permanece como um exemplo de elegância, ética e profissionalismo, inspirando gerações mesmo fora das telas. Aos 83 anos, a lenda do jornalismo mostra que a verdadeira felicidade está nos detalhes, nos laços familiares e nos momentos de liberdade, como os passeios anônimos pelo calçadão de Copacabana.

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