Gleisi Hoffmann critica a nova parceria entre Zuckerberg e Trump


 Recentemente, a presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, trouxe à tona um debate crítico ao acusar o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, de firmar uma aliança política com Donald Trump, recém-eleito presidente dos Estados Unidos. A declaração ocorreu durante uma entrevista concedida à Tutameia TV no dia 9 de janeiro de 2025, e colocou em foco as preocupações da deputada sobre a liberdade de expressão e o impacto das novas políticas da Meta no ambiente digital.


Hoffmann destacou que o encerramento do programa de checagem de fatos pela Meta é um movimento estratégico que, segundo ela, favorece Trump e pode intensificar a desinformação nas redes sociais. Essa mudança, anunciada logo após a eleição do republicano, foi bem recebida por ele, que já havia criticado abertamente as políticas de moderação da Meta. A presidente do PT, contudo, enxerga esse gesto como um retrocesso perigoso e um prenúncio de maiores dificuldades para controlar a disseminação de fake news.

Segundo Gleisi, a decisão de Zuckerberg reflete uma postura alinhada ao governo de Trump, indicando um cenário global de maior polarização política. Ela alertou que a retirada da checagem de fatos abre caminho para a propagação desenfreada de informações falsas, enfraquecendo os esforços em prol de um ambiente virtual mais ético e responsável. “Essa nova diretriz é um ataque à liberdade de expressão e ao direito de todos a uma informação confiável”, afirmou a líder petista.

Além disso, Hoffmann pontuou a necessidade urgente de regulamentação das plataformas digitais, um tema que ela planeja abordar prioritariamente ao retornar ao Congresso em fevereiro. A deputada destacou que o Brasil deve se unir a outros países para resistir à influência de Trump e Zuckerberg no cenário internacional. De acordo com ela, a comunidade global precisa de uma resposta contundente para conter os efeitos dessas políticas, que têm o potencial de impactar profundamente a dinâmica das redes sociais em todo o mundo.

Em um momento em que plataformas como a Meta desempenham um papel crucial no fluxo de informações, a interação entre líderes políticos e grandes empresas de tecnologia tem gerado debates calorosos sobre a responsabilidade digital. O fim do programa de checagem de fatos não apenas sinaliza uma mudança na abordagem da Meta, mas também questiona os limites entre liberdade de expressão e controle de conteúdo. Para Hoffmann, essa aliança entre Zuckerberg e Trump coloca em risco a integridade democrática e a pluralidade de vozes na internet.

A parlamentar reforçou que o Brasil precisa se posicionar diante desse cenário. Segundo ela, regulamentar as plataformas digitais não é mais uma questão de escolha, mas uma necessidade para garantir que a desinformação não enfraqueça a democracia. Hoffmann também destacou que o impacto dessas mudanças vai além dos Estados Unidos, considerando que as redes sociais têm alcance global e influenciam diretamente os discursos e as narrativas políticas em diversas nações.

Donald Trump, por sua vez, elogiou a decisão da Meta, interpretando o fim da checagem de fatos como uma vitória pessoal em sua luta contra o que ele chama de "censura ideológica". Essa postura reforça as preocupações de Gleisi, que vê nesse alinhamento uma estratégia clara para consolidar o controle sobre as redes sociais, priorizando interesses políticos em detrimento da transparência e da responsabilidade.

A presidente do PT finalizou suas declarações apontando que a regulamentação das redes sociais será um dos grandes desafios dos próximos anos, especialmente em um contexto onde as tecnologias avançam mais rápido do que as legislações. Ela também enfatizou a importância de manter o diálogo internacional para criar diretrizes que protejam os usuários e promovam um ambiente virtual mais seguro e confiável.

Essa polêmica destaca a crescente influência das plataformas digitais no cenário político global e a urgência de discutir os limites entre inovação tecnológica e responsabilidade social. A decisão da Meta de encerrar o programa de checagem de fatos pode ser apenas o início de uma nova era nas redes sociais, marcada por debates intensos sobre ética, liberdade e poder.
Jornalista