Globo registra a pior audiência de sua história no último mês
Em dezembro de 2024, a Rede Globo viveu um marco negativo em sua história, ao alcançar a pior média de audiência registrada até hoje, com 9,9 pontos no Ibope na Grande São Paulo. O número, divulgado pelo site Teleguiado, revelou uma queda considerável em relação aos 10,3 pontos obtidos no mesmo mês de 2023, refletindo um cenário desafiador para a emissora. Essa marca histórica de baixa audiência gerou um alerta na emissora, que tem enfrentado uma competição crescente e um cenário de mudanças no comportamento do público.
A novela "Mania de Você", escrita por João Emanuel Carneiro, foi um dos maiores destaques negativos na programação da Globo durante o mês de dezembro. Ao longo das semanas, a trama acumulou sucessivos recordes de baixa audiência, o que refletiu negativamente nos números da emissora. No último dia de 2024, 31 de dezembro, a novela obteve apenas 13,2 pontos no Ibope, atingindo o pior índice já registrado pela Globo naquele horário específico. A marca de 13,2 pontos superou a audiência de "Travessia", que, no último dia de 2022, havia registrado 14,5 pontos. Essa queda acentuada destaca a dificuldade de a emissora reconquistar o público, especialmente em uma época onde o consumo de conteúdo está cada vez mais segmentado e com a concorrência de outras plataformas.
Além da novela, o programa "Fantástico", tradicionalmente um dos carros-chefe da emissora, também teve um desempenho aquém das expectativas, fechando 2024 com sua menor audiência do ano. No domingo, 29 de dezembro, a atração registrou apenas 13,5 pontos na Grande São Paulo, outro recorde de baixa. Esse resultado histórico reflete a dificuldade da Globo em manter o mesmo nível de audiência que tinha em décadas passadas, com o programa já não conseguindo mais atrair a mesma quantidade de telespectadores que no passado.
Cada ponto de audiência na Grande São Paulo representa 73,2 mil domicílios e 191,4 mil telespectadores. No caso do "Fantástico", por exemplo, a atração foi vista por cerca de 2,6 milhões de pessoas na região, marcando o menor público registrado em 2024. Esse cenário de queda de audiência tem sido uma preocupação crescente dentro da emissora, que já começou a refletir sobre as mudanças necessárias para reconquistar a confiança do público e atrair uma audiência mais consistente.
A Globo tem enfrentado uma concorrência cada vez mais acirrada de outras plataformas de streaming e canais digitais, que têm atraído a atenção de uma nova geração de telespectadores. A ascensão de plataformas como Netflix, Disney+, Amazon Prime Video e outras alternativas tem gerado uma mudança no comportamento do público, que agora busca por conteúdos mais segmentados, sob demanda e muitas vezes mais voltados aos seus próprios interesses. Isso tem representado um desafio significativo para a Globo, que precisa adaptar sua programação e estratégias para não perder ainda mais terreno no mercado.
Além disso, as mudanças no comportamento do público também têm sido impulsionadas pelo avanço das redes sociais, que permitem aos telespectadores interagir com os programas em tempo real e até influenciar o conteúdo transmitido. A interação constante nas redes sociais tem criado uma nova dinâmica de consumo de conteúdo, fazendo com que as emissoras tradicionais, como a Globo, se vejam pressionadas a se adaptar rapidamente a essas novas demandas. As estratégias para engajar os telespectadores, como a utilização de influenciadores digitais e a promoção de conteúdos mais alinhados com as preferências do público, têm sido cada vez mais comuns, mas nem sempre têm sido suficientes para impedir a queda na audiência.
Em resposta a esses desafios, a Globo tem tentado inovar em sua programação, com novos formatos de shows, séries e até a experimentação de formatos digitais. No entanto, os resultados ainda são incertos, e a emissora sabe que precisa de um esforço contínuo para reconquistar sua base de audiência e se manter relevante no cenário televisivo atual.
A queda de audiência em dezembro de 2024 representa um ponto de inflexão para a Rede Globo, que agora enfrenta a difícil tarefa de entender o que levou seus telespectadores a se afastarem e encontrar maneiras de se reinventar para os próximos anos. A emissora precisará considerar novos formatos de conteúdo, a interação com o público e a adaptação às novas tecnologias para continuar a ser uma referência no Brasil. Se a Globo conseguirá dar a volta por cima ou se ficará para trás na corrida pela audiência será uma questão crucial nos próximos meses.