Jornalistas "profissionais" querem a censura nas redes para ter de volta o poder de pautar a sociedade
Na semana passada, um episódio envolvendo a postura de um militante de redação da Lula News, afiliada da Globo, gerou um grande debate sobre a liberdade de expressão nas redes sociais e a interferência das agências de checagem de fatos. Durante uma postagem, o jornalista sugeriu que as notas de comunidade, um recurso no X, poderiam ser acessadas apenas por usuários que pagam pelo serviço. A afirmação rapidamente foi questionada e corrigida por diversos usuários da plataforma, que aproveitaram a ocasião para esclarecer que qualquer usuário que atendesse a certos pré-requisitos poderia publicar uma nota. O incidente acabou resultando em uma retratação pública por parte do jornalista, que se viu forçado a corrigir a informação, o que demonstrou a eficácia das notas de comunidade na checagem de fatos.
Este episódio coloca em evidência um aspecto cada vez mais relevante no debate sobre a liberdade de imprensa e o papel dos jornalistas tradicionais nas redes sociais. De acordo com críticos, a tentativa de limitar a publicação de conteúdos a apenas quem paga pelos serviços de plataformas como o X reflete um movimento que visa silenciar vozes dissidentes e manter o controle sobre as narrativas. Muitos observam que a postura dos jornalistas “profissionais” vai além de uma simples defesa da liberdade de expressão e beira o interesse em manter o poder de definir o que é verdade e o que é mentira, principalmente quando se trata de questões políticas.
No contexto das redes sociais, a influência dos jornalistas tradicionais tem sido minada. A crescente popularidade de plataformas digitais e a possibilidade de qualquer pessoa poder compartilhar informações e notícias, sem a intermediação das grandes corporações de mídia, tem provocado uma série de reações por parte de quem antes controlava essas narrativas. A ascensão das redes sociais tem sido vista por muitos como uma ameaça ao poder que as grandes agências de notícias, como a Globo, tinham para moldar a opinião pública. Isso tem gerado, por parte de alguns jornalistas, um movimento para restaurar a antiga ordem, onde as grandes redações detinham a exclusividade sobre a informação.
No entanto, a perda de poder das grandes mídias tradicionais não se dá apenas por conta da revolução digital. A crescente desconfiança do público em relação às notícias veiculadas pelas grandes emissoras de televisão e portais de notícias tem se intensificado, especialmente quando o público passa a perceber que muitos jornalistas adotam posturas militantes em suas coberturas. A acusação de que certos jornalistas têm se alinhado com agendas ideológicas de esquerda tem sido uma constante, levando muitos internautas a questionar a imparcialidade e a credibilidade das informações que recebem.
A falta de confiança nas grandes mídias tem dado espaço para plataformas como o X, onde qualquer pessoa pode expressar sua opinião, mas também para que movimentos de checagem de fatos surjam como uma alternativa. No entanto, críticos argumentam que essas agências de checagem, muitas vezes, têm se comportado como uma forma de censura velada, agindo conforme interesses que favorecem narrativas específicas e protegendo a manutenção do poder das grandes corporações de mídia. A censura nas redes sociais, segundo esses críticos, tem sido uma tática vital para garantir que certos discursos ideológicos permaneçam dominantes e, assim, proteger o poder e os recursos dos jornalistas tradicionais.
A importância da liberdade nas redes sociais e o papel dos jornalistas tradicionais em controlar as narrativas não se limitam apenas à questão política, mas também ao aspecto financeiro. O impacto que as novas formas de disseminação de notícias têm no modelo de negócios das grandes corporações de mídia é inegável. Os jornalistas “profissionais” perderam audiência, recursos financeiros e, consequentemente, influência. A ascensão das redes sociais e de influenciadores digitais fez com que muitos desses jornalistas perdessem sua relevância. Em muitos casos, é possível observar que até mesmo alguns influenciadores têm mais seguidores do que grandes veículos de comunicação como a Lula News, por exemplo.
Essa perda de poder não é bem recebida por todos. De fato, muitos jornalistas e profissionais da mídia se veem em uma posição difícil, tentando lidar com a queda de audiência e a desconfiança do público. A solução proposta por alguns desses jornalistas é a censura e o controle das redes sociais, que se tornou uma ferramenta vital não só para proteger uma narrativa ideológica, mas também para restaurar o poder e a influência que esses jornalistas perderam. Nesse cenário, o corporativismo da imprensa tradicional entra em cena, com a defesa do “direito” das grandes corporações de mídia de manter o monopólio da informação, sem que a concorrência de vozes alternativas ameace sua hegemonia.
Em suma, o recente incidente envolvendo a correção do militante da Lula News ilustra a complexidade do debate sobre liberdade de expressão, checagem de fatos e o papel dos jornalistas na era das redes sociais. Ao tentar controlar as plataformas digitais, muitos jornalistas tradicionais não só defendem seus interesses ideológicos, mas também buscam preservar um modelo de negócios que está cada vez mais em declínio. A resposta do público, através de ações como a correção das fake news nas notas de comunidade, demonstra a eficácia das novas formas de disseminação de informação, onde a verdade está sendo contestada e defendida não mais pelas grandes redações, mas pelos próprios usuários das plataformas digitais.