Michelle sobe o tom e faz denúncia grave sobre as "cortinas de fumaça" do governo Lula
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro subiu o tom ao se manifestar contra as recentes acusações que a associam, novamente, a um suposto plano de golpe de Estado, fundamentado na delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. A denúncia, que veio à tona há mais de um ano, foi reapresentada pela imprensa nos últimos dias, algo que Michelle classificou como uma tentativa de criar uma "cortina de fumaça" para encobrir os problemas da gestão do presidente Lula.
Em agosto de 2023, Mauro Cid declarou à Polícia Federal que Michelle e Eduardo Bolsonaro teriam integrado um grupo que buscava convencer o então presidente Jair Bolsonaro a rejeitar o resultado das eleições de 2022. No entanto, a ex-primeira-dama reagiu com firmeza nas redes sociais no domingo, dia 26, classificando as acusações como uma estratégia política repetitiva e já desgastada. Segundo Michelle, essa narrativa tem sido usada continuamente para enfraquecer a oposição ao governo petista. Em tom irônico, ela afirmou que as acusações não passam de "matérias requentadas" e que isso demonstra o desespero em desviar o foco das falhas da atual administração.
Michelle Bolsonaro, que atualmente lidera o PL Mulher, reforçou essa visão em uma declaração oficial no dia seguinte, segunda-feira, 27. Para ela, a repetição dessas denúncias visa desgastar as lideranças da direita enquanto encobre os sucessivos tropeços do governo Lula. “Todos sabem o motivo para requentarem isso agora. Esse governo e o sistema vivem de cortinas de fumaça para esconder a sua traição contra o povo”, afirmou, deixando claro que, na sua visão, há um movimento orquestrado para manipular a opinião pública e desviar a atenção das questões prioritárias do país.
Outro ponto destacado pela ex-primeira-dama foi o que ela chamou de “vazamentos seletivos” de informações sigilosas. Michelle criticou duramente o fato de dados confidenciais dos inquéritos chegarem à imprensa, enquanto os advogados de defesa continuam impedidos de acessá-los. “Estranho mesmo (e todos fingem que não veem) são esses 'acessos' a inquéritos sigilosos, sendo que os advogados dos acusados são proibidos de acessar os dados para promoverem a defesa de seus clientes. Uma afronta à Constituição e aos Direitos Humanos”, afirmou. Segundo ela, esse tipo de atitude coloca em risco princípios básicos do Estado de Direito e expõe um desequilíbrio preocupante no sistema de Justiça.
O episódio ganhou novos contornos em março de 2024, quando Mauro Cid foi preso novamente por descumprimento de medidas cautelares e por obstrução de Justiça. Na época, vazaram áudios em que Cid criticava abertamente o ministro Alexandre de Moraes, relator dos casos, e alegava que estava sendo pressionado pela Polícia Federal a delatar fatos que não presenciou ou que simplesmente não ocorreram. Esses vazamentos levantaram questionamentos sobre a veracidade das informações fornecidas por Cid e sobre a condução do processo como um todo.
A ex-primeira-dama também abordou a questão do uso político das acusações. Segundo ela, as denúncias contra figuras da direita são estrategicamente trazidas à tona em momentos críticos para o governo Lula. Isso, na visão de Michelle, seria uma forma de criar uma distração e evitar que a opinião pública discuta temas sensíveis, como a crise econômica, o aumento no custo de vida e os escândalos de corrupção envolvendo membros da atual administração. Ela fez um apelo para que a população mantenha o foco nos problemas reais do país e não se deixe enganar por narrativas que, segundo ela, têm como único objetivo enfraquecer a oposição.
A manifestação de Michelle ocorre em um momento de forte polarização política no Brasil. A figura de Mauro Cid, antes um aliado próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro, agora ocupa o centro de uma polêmica que levanta dúvidas tanto sobre sua lealdade quanto sobre a credibilidade de suas delações. Para aliados de Michelle, as declarações de Cid são motivadas por um interesse pessoal em reduzir sua pena, enquanto para opositores, elas representam mais uma prova de que houve tentativa de deslegitimar as eleições de 2022.
Apesar das acusações, a ex-primeira-dama demonstrou disposição para continuar defendendo sua honra e a de sua família. Em suas redes sociais, Michelle agradeceu o apoio que tem recebido e garantiu que não será intimidada por ataques que, segundo ela, têm um claro viés político. A ex-primeira-dama encerrou sua manifestação reforçando sua fé e confiança na Justiça. “Nada está oculto aos olhos de Deus. A verdade sempre prevalece”, declarou.
Com as declarações de Michelle Bolsonaro, a controvérsia envolvendo Mauro Cid e as acusações contra lideranças da direita prometem continuar repercutindo no cenário político nacional. O caso, que já provocou embates entre governo e oposição, reflete o clima tenso que marca a política brasileira e evidencia como estratégias de ataque e defesa continuam sendo utilizadas como arma em disputas ideológicas.