O PIX não será taxado, o PIX não será taxado, o PIX não será taxado! Ah, essa enfadonha imprensa… (veja o vídeo)


 O Brasil tem enfrentado um grande tumulto desde que o governo anunciou novas medidas da Receita Federal que ampliariam o monitoramento das operações financeiras, incluindo o uso do PIX. A medida, que visava aumentar a fiscalização, foi vista por muitos como uma tentativa de alcançar um número maior de pessoas, o que gerou um verdadeiro pandemônio nas redes sociais e entre os cidadãos. Muitos questionaram a iniciativa, que parecia visar, em última instância, aumentar a arrecadação tributária sem uma explicação clara e suficiente.


Embora o anúncio inicial tenha gerado confusão, especialmente em relação à possível taxação do PIX, uma interpretação equivocada que se espalhou rapidamente, a desinformação foi rapidamente corrigida. As autoridades esclareceram que não se tratava de uma nova taxação diretamente sobre as transações do sistema de pagamentos instantâneos, mas sim de uma maior fiscalização das operações. No entanto, mesmo com o recuo e a revogação da medida, algumas vozes insistem em manter a narrativa da desinformação.

Essas vozes pertencem, em sua maioria, à chamada "imprensa velha", que tem se mostrado, em muitos casos, uma força que distorce a realidade e alimenta o caos informativo. A crítica se intensifica quando se observa a postura de setores da mídia que, ao invés de buscarem esclarecer os fatos, insistem em perpetuar inverdades. Um exemplo claro disso foi a declaração do secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, durante o anúncio da revogação da medida. Ao reconhecer o erro e agradecer o apoio da imprensa no processo, ele mencionou que a mídia foi uma parceira importante na luta contra as “mentiras” que haviam circulado sobre o assunto.

Em suas palavras, Barreirinhas deixou claro que a imprensa teve um papel fundamental na tentativa de desmentir as informações falsas que tomaram conta das discussões. No entanto, essa relação de agradecimento público levantou questionamentos sobre a proximidade entre o governo e certos setores da mídia. Muitos se perguntaram se essa "parceria" não representaria, na verdade, uma intimidade indesejada entre o poder público e a imprensa, que, em alguns casos, parece mais disposta a proteger o governo do que a fornecer uma informação imparcial ao público.

A questão da relação entre a mídia e o governo não é nova. Vários críticos apontam que a imprensa brasileira, especialmente a tradicional, muitas vezes se comporta de maneira conivente com o poder, ajudando a mascarar verdades incômodas ou perpetuar narrativas convenientes para certos grupos. Esse cenário é agravado quando se observa a falta de ética e responsabilidade de algumas publicações, que preferem dar vazão a boatos e desinformação a realizar uma cobertura rigorosa e transparente dos fatos.

Um exemplo recente disso foi uma matéria publicada no Portal Uai, em 15 de janeiro de 2025, onde o influenciador digital Carlinhos Maia foi criticado por espalhar uma notícia falsa sobre o PIX. Maia, com seus milhões de seguidores nas redes sociais, elogiou um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira, que falava sobre o sistema de pagamentos. A publicação não apenas endossou um discurso sem fundamento, mas também ajudou a amplificar uma mentira, sem qualquer tentativa de verificar a veracidade das informações.

O autor da matéria, que não se identificou, mas assinou como "Redação", utilizou termos fortes para descrever a situação, dizendo que Maia havia causado polêmica ao compartilhar uma notícia falsa. Embora a matéria tenha abordado a desinformação de forma crítica, o fato de que um influenciador com tamanha audiência tenha espalhado esse tipo de conteúdo destaca a fragilidade da informação na era digital, onde qualquer pessoa com um grande número de seguidores pode influenciar milhares de pessoas com informações imprecisas.

Essa situação coloca em evidência a importância de um jornalismo responsável e da necessidade de os cidadãos estarem cada vez mais atentos às informações que consomem. O papel da imprensa deveria ser o de informar, esclarecer e educar, não o de alimentar a desinformação ou se alinhar de forma subserviente com interesses políticos e governamentais. Quando a mídia se alinha com o poder de forma excessiva, o risco é de que a verdade seja distorcida e a confiança pública seja quebrada.

Diante desse cenário, é fundamental que os brasileiros desenvolvam uma maior capacidade crítica e busquem fontes de informação confiáveis e independentes. A desinformação não é uma questão simples e deve ser tratada com seriedade, pois pode ter repercussões graves em vários aspectos da sociedade. No entanto, é igualmente importante que a imprensa cumpra seu papel com responsabilidade e ética, para que a confiança do público não seja minada por interesses escusos ou manipulação da informação.

Em um país com tantas questões complexas a serem resolvidas, como o Brasil, é preciso que tanto o governo quanto a imprensa sejam mais transparentes e comprometidos com a verdade, para que o debate público possa ser baseado em fatos e não em distorções ou manipulações. O episódio envolvendo o PIX é apenas um reflexo das tensões que existem no país, onde o controle da informação e a luta por narrativas políticas e ideológicas são cada vez mais intensas.
Jornalista