Repórter provoca Bolsonaro, tenta comparar com Lula, mas se dá mal com resposta contundente (veja o vídeo)


 Na última entrevista concedida à CNN, o ex-presidente Jair Bolsonaro fez declarações contundentes ao ser questionado sobre as acusações que enfrenta e sobre uma possível comparação com o caso envolvendo o também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A conversa foi marcada por momentos de tensão, especialmente quando a repórter Débora Bergamasco tentou traçar paralelos entre as situações dos dois líderes políticos.


Bolsonaro, visivelmente incomodado, respondeu de forma firme. "Não sou o Lula, não. Lá tem corrupção. As pessoas que foram delatadas devolveram 5 bilhões de reais. Comigo não tem nada. Não tem dinheiro na cueca, não tem conta esquisita lá fora, não tem corrupção em lugar nenhum. São teorias e narrativas em cima de mim." A fala veio acompanhada de críticas ao que ele descreveu como uma perseguição política promovida pelo sistema, que, segundo ele, está comprometido com práticas corruptas.

O ex-presidente se referiu ao processo de inelegibilidade que enfrenta, destacando o que considera ser uma decisão arbitrária, tomada sem que houvesse qualquer condenação formal. Segundo Bolsonaro, as acusações contra ele não passam de construções narrativas que, com o passar do tempo, vêm perdendo força. "São narrativas que, uma a uma, vão se esfacelando", afirmou. Ele também destacou que sua inelegibilidade foi decretada em um contexto que ele descreveu como uma clara demonstração de perseguição contra quem ousou desafiar o sistema que classificou como "putrefato".

Durante a entrevista, Bolsonaro não poupou críticas à imprensa e ao que considera ser um viés favorável a Lula em parte da mídia nacional. Ele argumentou que enquanto os casos de corrupção associados ao governo petista resultaram em devoluções bilionárias aos cofres públicos, sua gestão não foi marcada por escândalos semelhantes. O ex-presidente também mencionou episódios envolvendo dinheiro escondido em cuecas e contas no exterior como exemplos de práticas que, segundo ele, jamais ocorreram durante seu mandato.

A reação de Bolsonaro reflete o tom que ele tem adotado em suas recentes aparições públicas, nas quais busca reforçar a narrativa de que é alvo de perseguição política. Em suas falas, ele tenta consolidar a imagem de líder que se opôs às estruturas corruptas e pagou um preço alto por isso. Essa estratégia visa manter sua base de apoiadores engajada, ao mesmo tempo em que tenta reconquistar a confiança de parte do eleitorado que pode ter se afastado em função das polêmicas envolvendo sua gestão.

O caso de inelegibilidade mencionado na entrevista está relacionado ao julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que considerou Bolsonaro culpado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante uma reunião com embaixadores em 2022. Na ocasião, ele levantou dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro, o que foi interpretado como uma tentativa de enfraquecer a confiança no processo democrático. Para o ex-presidente, no entanto, o julgamento foi marcado por motivações políticas, e não por fatos concretos.

A entrevista também reacendeu o debate sobre o papel do judiciário no cenário político nacional. Críticos da decisão do TSE argumentam que a inelegibilidade de Bolsonaro representa uma interferência nas escolhas dos eleitores e uma tentativa de silenciar uma das principais figuras da oposição ao governo atual. Por outro lado, defensores da medida afirmam que ela é uma resposta necessária para garantir o respeito às instituições democráticas e combater discursos que coloquem em risco a estabilidade do país.

Ao longo da conversa, Bolsonaro voltou a reforçar sua defesa, afirmando que todas as acusações contra ele carecem de provas concretas. Ele citou como exemplo as investigações sobre o suposto favorecimento na compra de vacinas durante a pandemia de COVID-19, destacando que nenhuma evidência foi apresentada para sustentar as denúncias. Para ele, isso reforça sua tese de que é alvo de uma campanha de desmoralização promovida por adversários políticos e setores da sociedade alinhados a interesses contrários aos seus.

A entrevista gerou grande repercussão nas redes sociais, com apoiadores e críticos de Bolsonaro debatendo intensamente suas declarações. Enquanto seus aliados destacam a firmeza de sua postura e a ausência de provas concretas contra ele, opositores questionam a tentativa de desviar o foco das investigações e a retórica combativa adotada pelo ex-presidente.

O vídeo da entrevista rapidamente viralizou, sendo compartilhado por perfis de diversos espectros políticos. Para muitos, as declarações de Bolsonaro evidenciam a polarização que ainda domina o cenário político brasileiro. A reação do público, tanto positiva quanto negativa, demonstra que o ex-presidente continua sendo uma figura central no debate nacional, mesmo fora do poder.

A íntegra da entrevista pode ser conferida no site oficial da CNN, onde o vídeo está disponível para o público. As declarações de Bolsonaro devem alimentar o debate público nos próximos dias, à medida que aliados e adversários analisam o impacto de suas palavras e o contexto político em que foram proferidas.
Jornalista