Sidônio tira poder de Janja que acusa o golpe
Sidônio Palmeira assumiu recentemente o cargo de ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), mas sua chegada não foi livre de controvérsias. O novo titular já provocou reações intensas no núcleo próximo ao presidente, em especial na primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja. A relação entre Sidônio e Janja parece começar com atritos, refletindo disputas internas pelo controle da comunicação do governo.
A presença de Janja na cerimônia de posse, realizada nesta terça-feira (14), foi marcada por expressões tensas e desconforto visível, como relatado pelo site Poder360. Durante o evento, ela evitou demonstrar entusiasmo ou mesmo cordialidade, deixando claro seu descontentamento com a nomeação de Sidônio. O momento que mais chamou a atenção foi durante a assinatura da ata de posse, quando Janja manteve um semblante sério e quase inexpressivo, não esboçando sorrisos nem mesmo ao cumprimentar o novo ministro com um abraço protocolar.
Além de Janja, outra figura que aparentava contrariedade durante a posse foi Paulo Pimenta, o ex-ministro da Secom, cuja saída abriu espaço para Sidônio. Durante o ato formal, Pimenta permaneceu de cabeça baixa em alguns momentos, transmitindo um misto de desânimo e insatisfação. Sua gestão na pasta foi alvo de críticas, e sua substituição representa uma tentativa de reconfigurar a estratégia comunicacional do governo.
Um dos motivos por trás da tensão está relacionado à expectativa de mudanças que Sidônio Palmeira deve implementar. Uma delas é a possível saída de Brunna Rosa, chefe da Secretaria de Estratégia e Redes. Brunna é conhecida por ser uma das figuras mais próximas de Janja no governo e é vista como um dos principais pontos de apoio da primeira-dama no setor de comunicação. A demissão de Brunna, que deve ser oficializada nos próximos dias, sinaliza uma ruptura direta com a influência de Janja na área, o que pode explicar a evidente insatisfação da primeira-dama com a chegada de Sidônio.
Nos bastidores, comenta-se que Sidônio está determinado a remodelar completamente a estrutura de comunicação do governo, enfraquecendo os laços construídos por Janja e sua equipe. Essa disputa interna não é inédita, mas ganha novos contornos com a troca de comando na Secom. A postura de Sidônio, marcada pela autonomia e por sua visão estratégica, parece contrastar com o estilo mais centralizador de Janja, o que cria um ambiente de tensão e resistência.
A nomeação de Sidônio Palmeira também representa uma tentativa de superar os problemas enfrentados durante a gestão de Paulo Pimenta, que foi criticado por sua falta de eficácia na condução da comunicação institucional. A expectativa é de que Sidônio traga uma abordagem mais profissional e assertiva, algo que é visto como essencial para fortalecer a imagem do governo. Contudo, a reestruturação proposta pelo novo ministro inevitavelmente gera desconforto em setores que antes tinham influência direta na tomada de decisões, como é o caso de Janja.
A cerimônia de posse, embora solene, revelou mais do que discursos formais. As expressões faciais e a linguagem corporal dos presentes deixaram claro o clima de tensão. Sidônio, por sua vez, demonstrou serenidade e confiança ao assinar os documentos que oficializam sua entrada na pasta. A mensagem é clara: ele está disposto a assumir o controle e implementar as mudanças necessárias, mesmo que isso signifique enfrentar resistência de figuras de destaque dentro do governo.
Enquanto a saída de Brunna Rosa ainda não foi confirmada oficialmente, sua possível exoneração já é vista como um marco no início da gestão de Sidônio. Brunna, frequentemente chamada de “queridinha” de Janja, desempenhou um papel central na estratégia de comunicação digital do governo. Sua saída seria um golpe direto na estrutura montada pela primeira-dama e pode indicar o fim de uma era na comunicação governamental, dando lugar a uma nova abordagem.
A disputa pelo controle da narrativa e da comunicação institucional reflete as complexidades das relações internas no governo. A posição de Janja como uma figura influente e ativa tem sido motivo de elogios e críticas, e o confronto com Sidônio Palmeira pode definir novos rumos para o equilíbrio de poder no Palácio do Planalto. Enquanto isso, Sidônio enfrenta o desafio de não apenas reorganizar a Secom, mas também de navegar pelas delicadas dinâmicas políticas que envolvem sua função.
Nos próximos dias, as ações de Sidônio Palmeira e a resposta de Janja devem continuar sendo acompanhadas de perto. A nomeação do novo ministro não é apenas uma questão administrativa, mas também um reflexo das tensões e dos jogos de poder dentro do governo. Resta saber se Sidônio conseguirá consolidar suas mudanças sem maiores turbulências ou se os conflitos internos trarão novos desafios à gestão da comunicação.