URGENTE: Moraes aciona PF contra governador aliado de Bolsonaro


 O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal (PF) colhesse, no prazo de 15 dias, o depoimento do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, após suas declarações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O pedido foi feito em razão de uma entrevista que Mello concedeu ao programa Direto ao Ponto, da Jovem Pan News, transmitido na última segunda-feira, 13 de janeiro de 2025.


Durante a sua participação no programa, Mello afirmou que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, mantinha um relacionamento próximo com Bolsonaro, afirmando que "nosso presidente do PL conversa muito com o Bolsonaro, que é nosso presidente de honra". O governador também expressou a expectativa de que os dois possam em breve se encontrar para "se ajudarem", o que, segundo o STF, levantou questões em relação ao cumprimento de uma decisão anterior de Moraes, que proíbe qualquer forma de comunicação entre Bolsonaro e Costa Neto.

Essa restrição foi imposta em fevereiro de 2024, dentro do contexto de investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado que envolveria figuras próximas ao ex-presidente. Desde então, qualquer contato entre Bolsonaro e Costa Neto tem sido monitorado pelo Judiciário, e os dois estão proibidos de manter qualquer tipo de conversa direta ou indireta.

Na decisão que solicitou o depoimento de Mello, Moraes especificou que a Polícia Federal deve ouvir o governador de Santa Catarina para esclarecer suas declarações feitas durante a entrevista ao programa da Jovem Pan News. O depoimento deve ser realizado dentro de um prazo de 15 dias e as informações obtidas deverão ser encaminhadas também à Procuradoria-Geral da República. A decisão, além de gerar repercussão entre os envolvidos diretamente, também tem sido acompanhada de perto pelos meios de comunicação e por observadores políticos.

O episódio aumentou a tensão política envolvendo o governo estadual de Santa Catarina e figuras de destaque do cenário nacional. O governador Jorginho Mello é filiado ao Partido Liberal (PL), sigla à qual também pertencem Bolsonaro e Costa Neto. A relação entre essas figuras tem sido alvo de investigações em função da suposta articulação para a realização de ações que contrariam a ordem constitucional e o Estado democrático de direito, o que levou à imposição das restrições pela Justiça.

Em resposta ao incidente, o governador Mello tem se mostrado tranquilo, afirmando que suas palavras não tinham intenção de infringir qualquer norma jurídica, mas sim de expressar uma opinião sobre o momento político atual e a necessidade de diálogo entre lideranças partidárias. No entanto, a repercussão de suas palavras gerou uma série de especulações sobre a aproximação entre os principais personagens citados e seus possíveis impactos nas investigações em curso.

O caso também destaca a constante vigilância das autoridades judiciárias sobre os movimentos de figuras políticas que ocupam cargos de relevância, como no caso de Bolsonaro e Costa Neto, em meio ao cenário de investigações relacionadas a eventos de 2023. As investigações sobre uma possível tentativa de golpe de Estado no Brasil geraram uma série de decisões rigorosas por parte do Supremo Tribunal Federal, com o objetivo de garantir que o ordenamento jurídico e as instituições democráticas sejam respeitados.

A Polícia Federal agora terá a missão de ouvir Mello e verificar a autenticidade das declarações feitas, considerando as implicações legais que elas possam ter, especialmente no contexto da decisão de Moraes. A partir do depoimento do governador, novas medidas podem ser tomadas, dependendo dos esclarecimentos que ele trouxer sobre suas palavras e as possíveis interpretações legais que possam surgir.

Este episódio reflete, portanto, a tensão e o rigor com que o STF tem conduzido as investigações em torno de figuras políticas que, de alguma forma, se relacionam com os acontecimentos de 2023 e as supostas tentativas de subversão da ordem pública. As decisões tomadas pelo Supremo e pela Polícia Federal têm sido vistas como essenciais para o fortalecimento da democracia no Brasil, uma vez que buscam coibir práticas que possam enfraquecer as instituições e a estabilidade política.

À medida que os próximos dias se aproximam e o depoimento de Jorginho Mello é aguardado, o cenário político brasileiro segue em ebulição, com o STF e as autoridades competentes exercendo um papel fundamental na preservação do Estado de direito e na fiscalização das ações de líderes políticos que buscam manter sua influência em um momento de grande polarização no país. O desfecho das investigações e o andamento da situação podem trazer novos desdobramentos para o cenário político, com implicações que podem afetar tanto o presente quanto o futuro da política brasileira.
Jornalista