URGENTE: Zuckerberg envia resposta ao Governo Lula


 Na noite de segunda-feira, 13 de janeiro de 2025, a Meta, empresa controladora de plataformas como Facebook, Instagram e WhatsApp, respondeu à notificação emitida pela Advocacia-Geral da União (AGU) do governo Lula. O órgão federal havia dado um prazo até a meia-noite do mesmo dia para que a gigante de tecnologia fornecesse esclarecimentos sobre a desativação do sistema de checagem de fatos em suas plataformas. Além disso, a AGU exigiu que a Meta explicasse em detalhes as ações que pretende adotar para combater crimes como violência de gênero, racismo e homofobia no Brasil.


De acordo com informações divulgadas pela assessoria da AGU, a resposta da Meta foi recebida no início da madrugada de terça-feira, 14 de janeiro. Em seguida, foi marcada uma reunião técnica para analisar o conteúdo da manifestação da empresa. Este encontro, que ocorrerá na manhã de terça-feira, reunirá representantes do Ministério da Justiça, do Ministério dos Direitos Humanos e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.


A AGU, em nota oficial, destacou que somente após a análise da resposta da Meta, juntamente com as considerações dos outros órgãos envolvidos, será possível definir quais serão os próximos passos a serem dados sobre o assunto. A nota ainda informou que, ao final do processo, o teor da manifestação da Meta será tornado público. A reunião de hoje será fundamental para definir o rumo das discussões sobre a atuação das plataformas de redes sociais em território brasileiro.


O movimento do governo brasileiro foi motivado por um anúncio recente feito por Mark Zuckerberg, fundador da Meta, que revelou mudanças significativas na moderação de conteúdos nas plataformas da empresa. O novo sistema anunciado por Zuckerberg indicou que, a partir de agora, a moderação de conteúdos nocivos nas redes sociais será realizada principalmente com base nas denúncias feitas pelos próprios usuários. Essa mudança também trouxe à tona a informação de que a Meta passaria a dar maior destaque a conteúdos políticos, o que gerou preocupações no governo brasileiro sobre a possibilidade de disseminação de informações falsas, discurso de ódio e outras violações de direitos.


A AGU, em resposta ao anúncio de Zuckerberg, enviou uma notificação formal à Meta na última sexta-feira, 10 de janeiro. A notificação surgiu após uma reunião entre o advogado-geral da União, Jorge Messias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros integrantes do governo. Durante o encontro, foi discutida a necessidade de regulamentar as plataformas digitais e garantir que as redes sociais atuem de forma responsável em relação ao combate a conteúdos prejudiciais à sociedade brasileira.


A AGU questionou a Meta sobre a possibilidade de criar um canal específico para que os usuários possam denunciar violações de direitos fundamentais nas redes sociais. Além disso, solicitou informações sobre a divulgação de relatórios de transparência relacionados à checagem de fatos realizada pelos usuários. Essa solicitação está diretamente ligada à preocupação do governo em garantir que as plataformas digitais se comprometam a combater a disseminação de fake news e outros conteúdos prejudiciais que possam afetar a democracia e os direitos dos cidadãos brasileiros.


O governo Lula, preocupado com o impacto das redes sociais na sociedade, tem se posicionado de forma firme sobre a necessidade de regulamentação do setor. A mudança na moderação de conteúdos anunciada pela Meta, que optou por uma abordagem mais voltada para a denúncia dos usuários, gerou críticas de diversas autoridades brasileiras, que veem essa estratégia como um risco para o combate à desinformação, ao discurso de ódio e à violência nas redes sociais. A preocupação do governo é que a moderação passiva, baseada apenas em denúncias, possa resultar em um ambiente online ainda mais tóxico e perigoso, no qual informações falsas e prejudiciais sejam amplamente disseminadas.


Essa situação coloca em evidência o crescente debate sobre o papel das grandes empresas de tecnologia na moderação de conteúdos e na responsabilidade que elas têm em relação ao impacto que suas plataformas causam na sociedade. A pressão sobre a Meta aumenta à medida que o governo brasileiro busca garantir a proteção dos direitos fundamentais dos cidadãos e o combate a crimes como a violência de gênero, o racismo e a homofobia, que têm sido amplamente discutidos no Brasil nos últimos anos.


A reunião marcada para esta terça-feira será crucial para definir o posicionamento do governo em relação às ações da Meta e para estabelecer os próximos passos na regulamentação das plataformas digitais no Brasil. A resposta da Meta à notificação da AGU será analisada com atenção, e o governo deverá tomar as medidas necessárias para garantir que as redes sociais operem de forma responsável e não contribuam para a disseminação de conteúdos nocivos à sociedade brasileira. A transparência nas ações da Meta, especialmente no que diz respeito à moderação de conteúdos e à proteção dos direitos dos usuários, será um tema central nas discussões que se seguem.

Jornalista